A ideia adotada pelo Vila Nova-GO, que está comercializando ingressos antecipados dos jogos de seu time, mesmo com o Goianão paralisado, não será encampada pelo Paysandu, no que diz respeito à participação da equipe bicolor no Parazão, que, assim como todos os Estaduais, estão suspensos em função da pandemia do Covid-19. O clube goiano disponibilizou ao público entradas, que variam de R$ 10 a R$ 100, para o jogo contra o Goiânia-GO, cuja data de realização é incerta. Foi a maneira que o Tigre encontrou para captar recurso e, assim, pagar os salários de seu elenco, que teve suas atividades suspensas.
O presidente do Papão, Ricardo Gluck Paul, assegurou, ontem, em conversa com o DIÁRIO, que não passa pela cabeça dele seguir a ideia do presidente do clube goiano, Hugo Jorge Bravo. “Não vou fazer isso (vender entrada antecipada). A gente não tem garantia de nada”, justificou o dirigente bicolor. “Depois a situação piora e aí. Qual a garantia que temos de que a situação vai melhorar ou piorar?”, indagou Gluck Paul. “A gente correria o risco de, depois, ter de devolver dinheiro (ao torcedor)”, ressaltou o presidente. “Estou fora”, ratificou.
Gluck Paul acredita que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que até aqui tem se mostrado indiferente à delicada situação dos clubes, sobretudo àqueles que não pertencem à Primeira Divisão do Brasileiro, não deixará os seus filiados na mão. “Acho que vai ter algum tipo de ajuda sim”, previu o presidente. “Nem que a CBF acerte um financiamento com a entidade sendo fiadora de algum empréstimo aos clubes. Não estou afirmando que isso vá acontecer. Estou apenas imaginando”, comentou.
De acordo com Gluck Paul chegará um momento em que a CBF terá de reconhecer as dificuldades financeiras de seus filiados. “Não vai dar para a CBF ficar fingindo que não está acontecendo nada. Não tem como se desviar disso. Nesse momento a CBF está numa situação complicada”, complementou. O dirigente revelou que na próxima semana deverá anunciar novidades relacionadas ao futebol do Paysandu. O dirigente preferiu, porém, não adiantar nada, pois segundo ele, “antecipar alguma coisa poderia prejudicar o que está sendo tentado”, alegou.
Há duas semanas, quase todos os capitães – exceto os de quatro clubes – que disputam a Série C assinaram um documento pedindo à CBF aporte financeiro que seria repassado exclusivamente para pagamento dos atletas. A solicitação acabou gerando desconforto para a entidade CBF, que chegou a mandar um recado aos clubes, pedindo para que eles “baixem a bola”.
(DOL)