O PSC elegeu novo presidente na quinta-feira. Maurício Ettinger, candidato que representou a situação, ganhou a eleição com 52 votos de diferença sobre o oponente, Luiz Omar Pinheiro, candidato da oposição alviceleste. A eleição foi muito mais acirrada do que faziam prever as projeções. Reduzido a duas chapas, o embate se tornou plebiscitário em torno do trabalho da atual diretoria, comandada por Ricardo Gluck Paul.

Desgastes pessoais, divergências políticas e propostas conflitantes para o clube fizeram com que LOP obtivesse uma votação surpreendente e, sob certo ponto de vista, consagradora. O resultado, mesmo beneficiando a gestão de Ricardo, impõe uma nova correlação de forças no clube, com flagrante divisão interna.

Bem ou mal, o cenário para os próximos dois anos é repleto de desafios. Ettinger, empresário e conselheiro do clube há dez anos, terá a missão de pacificar e pactuar com as correntes que detêm poder no PSC.

Um dos primeiros passos é assegurar a construção do centro de treinamento, que foi iniciado por Ricardo e ainda não teve nenhum campo entregue. Alvo de ataques da oposição pela lentidão da obra, a diretoria terá que acelerar o processo a partir do próximo ano. Tudo isso, obviamente, muda para melhor caso o acesso à Série B seja conquistado.

Do outro lado da avenida Almirante Barroso, o Remo navega em águas mais calmas, pacificado em torno de Fábio Bentes. Aliás, há muito tempo o clube não desfrutava de uma situação de tamanha paz política.

Contribui para isso o tom sempre conciliador do presidente, que sempre soube dialogar com as diversas tendências e nos últimos meses abriu ainda mais a diretoria para representantes do grupo político mais tradicional.

A reeleição por aclamação é também a consagração do trabalho desenvolvido pela diretoria, que revitalizou o estádio Evandro Almeida e botou as contas em ordem, incluindo os acordos com a Justiça Trabalhista.


O bom desempenho do time na Série C fez serenar as críticas pela perda do tricampeonato estadual. Escolhas erradas no comando técnico e contratações que não vingaram também foram aceitas e perdoadas pela exigente torcida, que comprou o projeto administrativo de Fábio Bentes.

A gestão segura ao longo da pandemia, desde março, tornou ainda mais forte o elo entre diretoria, sócios e torcida. Caso o Remo consiga o sonhado acesso à Série B, a tendência é que o clube mergulhe definitivamente num período de bonança e bem viver.

Bola na Torre

Guilherme Guerreiro comanda o programa, a partir das 22h, na RBATV, com participações de Giuseppe Tommaso e deste escriba de Baião. Em pauta, o Re-Pa que fechou a fase de classificação e as perspectivas para a etapa de grupos da Série C.

Inferno astral de Dewson gera agressão inaceitável

O paraense Dewson Freitas, que já pertenceu ao quadro de juízes da Fifa, com temporadas inspiradas em 2017 e 2018, tem tido atuações questionadas desde o ano passado. o meio da semana, apitando o clássico mineiro Cruzeiro x América, pela Série B, falhou na interpretação de lances relativamente simples, sempre em prejuízo do Coelho.

Como a Segunda Divisão não tem o apoio do VAR nas arbitragens, os árbitros precisam estar muito mais focados e atentos a detalhes do jogo. Depois da partida, vencida pelo Cruzeiro por 3 a 2, Dewson foi duramente hostilizado quando se dirigia aos vestiários do Mineirão.

Um diretor do América precisou ser contido por seguranças, pois tentava avançar em direção a Dewson, gritando insultos, palavrões e duras ameaças. Tudo temperado com forte conotação preconceituosa e até racista. A atitude, mesmo considerando a insatisfação com o trabalho da arbitragem, não pode ser tolerada em ambiente desportivo.

Fifa censura imagens de cães em campos de futebol

Não entendi bem a lógica da decisão, mas o fato é que a entidade máxima do futebol baixou uma ordem a todas as confederações proibindo a divulgação das imagens de cães que invadem o gramado para brincar com a bola ou correr atrás de jogadores.

A partir de agora, os cães são colocados no mesmo nível de periculosidade daqueles torcedores ou ativistas que adoram invadir finais de grandes competições para buscar alguns segundos de fama. Essas aparições foram justificadamente varridas das imagens dos jogos.

É uma forma de inibir novos exibicionistas a tumultuar os jogos. Funciona também como reforço aos protocolos de segurança. O problema é que, sem explicações maiores, os totós, mesmo aqueles mais fofos e brincalhões, também foram alvejados pela dureza das normas da rabugenta entidade.

Alienação no futebol aumenta as saudades do Doutor

A sexta-feira, 4, foi lembrada como aniversário da morte de Dr. Sócrates. São nove anos sem a clarividência de um dos atletas mais singulares que o país do futebol já produziu. Ninguém antes, nem depois, conseguiu juntar talento e categoria para o domínio da bola com inteligência viva e consciência ideológica.

Como Diego Maradona, o paraense Sócrates era esclarecido e metralhava o poder estabelecido com questionamentos desconcertantes. Não tão genial quanto El Pibe, o Doutor foi tão importante quanto na propagação de ideias arejadoras sobre as relações profissionais no futebol.

Pena que seu exemplo pouco frutificou. A alienação que sempre representou o abismo entre casa grande e senzala no futebol do Brasil continua forte e enraizada entre jogadores, técnicos e dirigentes.

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