Trocas no momento certo

Os velhos rivais costumam imitar um ao outro, até involuntariamente. A situação se repetiu de novo neste Brasileiro da Série C, com as mudanças de técnico na 6ª e na 7ª rodada. O PSC largou na frente, com a saída do técnico Hélio dos Anjos na segunda-feira, 14. Ele estava no clube desde o ano passado. Uma semana depois, dia 21, o Remo demitiu Mazola Junior depois de novo tropeço dentro de casa. Pode-se dizer que as trocas ocorreram no momento oportuno.

Na busca por substitutos, o PSC optou por um treinador da novíssima geração. Matheus Costa, de 33 anos, tem curta carreira. Começou no Paraná, estagiou com Levir Culpi no Fluminense, dirigiu o Joinville na Série C e depois assumiu o Confiança, onde conquistou seu único título – o Campeonato Sergipano – e foi muito bem na Copa do Nordeste.

Sua chegada ao PSC lembra a de Dado Cavalcanti, que tinha 34 anos quando foi contratado em 2015. É um investimento de risco, como havia sido Dado, o mais bem sucedido da geração jovem que trabalhou no clube, tanto que voltou duas outras vezes, em 2016 e 2018.

A direção repetiu a mudança feita no ano passado, quando contratou Hélio dos Anjos para botar a casa em ordem. Nome da velha guarda, ele rapidamente fez o time evoluir e empreendeu uma campanha que quase levou ao acesso. Em relação ao ex-comandante, Matheus representa uma lufada de renovação, principalmente quanto à gestão de vestiário.

Matheus chega para estabelecer uma relação mais afinada com a diretoria de Futebol, que não conseguiu ter uma convivência pacífica e produtiva com a comissão técnica liderada por Hélio. A falta de afinidade gerou conflitos que estão na origem da tumultuada saída do treinador.


O Remo, que havia marchado com Márcio Fernandes até o fim da Série C 2019, sem atingir os resultados esperados, desta vez preferiu não correr riscos e trocou de comando ainda no começo da competição, quando há tempo para reformular elenco e estratégia.

Para substituir Mazola, adepto do futebol de resultados e defensor de esquemas fechados, o clube decidiu trazer de volta Paulo Bonamigo, cuja passagem exitosa em 2000 até hoje é festejada pelos torcedores.

A mudança no Baenão representa uma inflexão na filosofia até então adotada. Bonamigo é adepto de um tipo de jogo inteiramente oposto ao de Mazola – competitivo, mas sem abrir mão da posse de bola e da iniciativa ofensiva. É tudo o que a torcida quer ouvir (e ver) de seu técnico.

Futebol do Pará ganha representante na CBF Academy

“Com muito orgulho, aceitei o convite para integrar o quadro permanente de professores da CBF Academy. Minha cadeira será a de Planejamento Estratégico e a 1ª turma já será nesta quinta-feira, 24, sobre Gestão do Futebol. A partir de agora, temos um representante do Norte na elite da docência esportiva no que diz respeito à formação de gestores de futebol”.

Com esta mensagem, o presidente do PSC Ricardo Gluck Paul deu ontem a boa notícia sobre sua indicação para o quadro docente da CBF Academy, principal instituição de ensino dedicada à gestão de futebol no Brasil.

Show de incoerências dos defensores do “liberou geral”

Um anúncio da CBF convocando os clubes para a reunião que vai deliberar sobre a volta da torcida, virou pilhéria nas redes sociais, porque veio acompanhado de informação importante: o encontro será virtual, como prevenção à covid-19. Mais uma piada pronta nesse festival de incoerências que marca a cruzada pela reabertura de bilheterias.

O próprio Flamengo, líder dos ativistas pró-liberação de bilheterias, acaba de sofrer duro golpe: a contaminação de sete jogadores e do próprio técnico Domènec Torrent. E, de repente, num súbito acesso de bom senso, já quer adiar o jogo com o Palmeiras, marcado para domingo.

O secretário-geral da CBF, Walter Feldman, diz que o retorno do público – já aprovado pelo Ministério da Saúde – só acontecerá se houver consenso entre os clubes. Feldman afirmou que o objetivo é melhorar o protocolo com o debate entre as entidades que promovem o futebol.

Tudo balela. A CBF está firmemente empenhada no projeto de liberar a presença de público nos estádios, ciente de que conta com pleno endosso do governo federal, que sempre se posicionou contra cuidados e distanciamento social durante a pandemia, postura defendida pelo próprio presidente.

O fato é que fica difícil sustentar o discurso da liberação com atletas sendo contaminados. Se há risco para os jogadores, imagine só para 15 mil ou 20 mil torcedores.

Covid: a palavra de quem domina o assunto

O amigo desportista Aldo Valente, pesquisador do Instituto Evandro Chagas, enviou sua opinião sobre a ideia de jerico do “liberou geral” de torcidas nos estádios. Vale a pena refletir sobre o que ele diz:

“Se somente 1% dos 14.000 torcedores se contaminarem seriam 140. Estes podem recontaminar outras 3.000 pessoas. Destes 140, 90 podem ter sintomatologia e de 3 a 5%, entre 3 e 5 contaminados, vão morrer. É um fato estatístico no mundo inteiro e uma tremenda irresponsabilidade. No final tudo vai sobrar para os governos, que terão que lidar com a lotação de hospitais e UTI’s, e todo o caos de volta”.

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