A surfista Maya Gabeira viveu uma situação curiosa em outubro de 2020. Após descer uma montanha d’água de 22,4 metros de altura (pense num prédio de seis andares), em Nazaré, Portugal, ela conseguiu uma proeza. Bateu seu próprio recorde, conquistado oito meses antes, e foi reconhecida, por duas vezes consecutivas, como a maior surfista de ondas grandes do planeta.

Mas o melhor vem agora: Maya não só bateu um recorde que já era dela, como ainda deslizou sobre a maior de todas as ondas surfadas naquele ano de 2020, entre homens e mulheres. O feito foi confirmado pelo Guinness Book of Records. Incontestável.

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Um reconhecimento e tanto para quem teve que lutar por meio de uma petição para ter seu primeiro recorde reconhecido pelo mesmo Guinness —em 2018, a marca foi de 20,7 metros e não havia categoria feminina. Maya estava fora do páreo, mas imagina se ia deixar por isso mesmo.

 Ela criou um movimento nas redes que reuniu mais de 20 mil assinaturas, e conseguiu fazer com que o guia aceitasse a realidade que se impunha: estava mais do que na hora de a mulherada ter seu próprio ranking. É por essas e outras que, neste dia da mulher, Maya merece todas as celebrações.


   










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Além da três citações no Guinness, ela ainda lançou o primeiro livro (tem outro vindo aí), construiu sua própria marca, fez seu caminho pelo mundo. Com tanto feitos, engana-se quem pensa que a filha da estilista e designer de moda Yamê Reis com o jornalista e comentarista Fernando Gabeira pose de mulherona destemida. É gente como a gente. Sofre com a ansiedade, por exemplo. Quem nunca?

“Vários momentos já foram prejudicados pela minha ansiedade. É um desafio lidar com o problema em um esporte de alto risco, sem uma rotina regrada. A falta de estabilidade dificulta”, conta Maya, que não tem problema algum em dizer que segue em acompanhamento psiquiátrico. Faz parte.

Essa coragem de falar sobre suas dores e fraquezas, imperceptíveis a olho nu, a levou a palestrar no painel de saúde mental em evento da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável, em outubro de 2022. Com uma vida cheia de desafios e recomeços — difícil não lembrar do acidente que quase tirou sua vida, na mesma Nazaré, em 2013, quando ela ficou 10 minutos submersa — Maya decidiu contar sua história.

 











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Ela vive fora do Rio de Janeiro desde os 17 anos, e conversou com o F5 de Nazaré, em Portugal, onde mora há alguns anos. Animou-se ao falar sobre a autobiografia “Beyond the Board”, livro infanto-juvenil que está em processo de edição e será lançado no início de 2024. Mas a personagem já pode ser lida no infantil “Maya and The Beast” (Maya e a Fera, em tradução livre) , no qual a pequena surfista enfrenta uma fera: a onda gigante, que, para ela, é a maior das amigas.

A escrita influenciada pelo pai abriu caminho também para a vida de empreendedora e de ativista. Maya lançou seu próprio protetor solar, livre de ingredientes animais e biodegradável, teve um boneca Barbie criada em sua homenagem e foi nomeada embaixadora da Unesco para preservação dos oceanos. Maya não para e quer ser exemplo para outras mulheres. “Acho que, acima de tudo, ser mulher é ser humano. Nós temos muito mais em comum do que às vezes consideramos.”

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