No último sábado, a tão esperada reunião no Clube do Remo, entre a nova equipe de diretores e o presidente Manoel Ribeiro, que tinha como viés principal a autonomia do grupo de dirigentes sobre os departamentos de futebol, comercial, financeiro e de marketing, a priori, não rendeu bons frutos. Além de não ter chegado a um denominador comum, o encontro acabou com algumas discordâncias, onde o colegiado deixou em aberto a sua retirada de campo, caso não ocorra tal consenso.

Embora a equipe, que é encabeçada por Milton Campos, Miléo Junior e Abelardo Sampaio, tenha sido chamada pelo próprio Manoel Ribeiro, o cartola não se mostrou confortável com algumas propostas elaboradas pelos dirigentes. Dentre elas, o controle exclusivo das finanças do clube pelo departamento.

De acordo com uma fonte que estava presente na reunião, mas que preferiu não se identificar, mesmo precisando de amparo, Manoel Ribeiro não abre mão de exercer seu poder. “O que acontece é que os diretores têm um planejamento sólido para não só levantar o futebol, mas como outros expoentes do clube. No entanto, o presidente não enxerga dessa forma e acha que vai perder o seu poder, caso dê a autonomia para os profissionais”, informou.

No decorrer da reunião, a comissão até reiterou a possibilidade de não fazer mais parte do projeto, uma vez que não quer adentrar e participar de planos que não deram certo. Com essa indefinição, ao que parece, os diretores deixaram a situação nas mãos de Manoel Ribeiro. Sem data programada para um novo encontro, os dirigentes aguardarão uma posição do Marechal.



Mas, se adiretoria sair, situação pode complicar

Se confirmada a saída dos novos diretores, a situação do Clube do Remo tende a piorar. Isso porque quem tem cuidado dos principais assuntos envolvendo a instituição, como as rescisões com os jogadores remanescentes e um planejamento concreto para o restante do ano, são justamente os atuais dirigentes. Sem eles, Manoel Ribeiro teria que ir atrás de uma nova equipe e iniciar tudo do zero, causando ainda mais mal estar e comprometendo a situação do Mais Querido.

De acordo com o diretor Abelardo Sampaio, desde o início o grupo demonstrou suas intenções e está pronto para ajustar o setor interno, mas para isso, precisa saber se terá suas condições aceitas para exercer o trabalho.

“Quando Milton Campos foi chamado e reuniu a equipe, tínhamos em mente o que fazer. O Miléo fez excelentes acordos com os jogadores e precisamos de sequência no nosso método de trabalho. Caso ache que estamos querendo nos aproveitar, nós entenderemos, sairemos sem qualquer dificuldade”, avisa.

Manoel Ribeiro quer tempo para acerto

Depois de ter visto o Clube do Remo ser eliminado do Campeonato Brasileiro da Série C, de forma vexatória, logo em seguida, o presidente Manoel Ribeiro viu também os seus “camaradas” de gestão abandonarem o barco, já que não tinham conseguido triunfar com o clube na competição. De forma rápida, contudo, o Marechal chamou Milton Campos para reunir uma nova equipe e assumir o departamento de futebol.

De acordo com o próprio presidente, os novos dirigentes teriam autonomia para reorganizar a casa. Mas, mesmo com a promessa, Ribeiro demonstra não querer dividir o poder com os novos diretores. Depois da reunião de sábado, o cartola preferiu não entrar em detalhes sobre o acontecido. Entretanto, foi sucinto ao dizer que “alguns itens tem de ser revistos com calma. Por isso, é preciso um pouco mais de tempo para acertar qualquer coisa”.

TEMPO CURTO

Vale lembrar, porém, que o Remo não tem todo esse tempo ao seu dispor. Precisando definir o quanto antes os procedimentos, principalmente os que envolvem o setor de futebol, as decisões devem ser tomadas o quanto antes, visto que a temporada 2018 deve ser planejada o quanto antes.

(Matheus Miranda/Diário do Pará)

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