Sem a tradicional presença do torcedor lotando as arquibancadas e cadeiras do estádio, transformando a Curuzu, num autêntico “caldeirão”, o Paysandu estreia neste sábado, na Série C do Brasileiro, a partir das 17h, em sua própria casa. O adversário é ninguém menos que o Santa Cruz-PE, uma das equipes credenciadas a obter o acesso à Série B de 2021, conforme admite o técnico Hélio dos Anjos. Mas, o que não falta é motivação para o time bicolor, que vem de duas goleadas seguidas aplicadas sobre os adversários no Parazão. E não é só. O Papão foi, também, o primeiro time a se credenciar à disputa da semifinal do campeonato.

O Santa Cruz ainda convive com a ressaca da perda do título do Campeonato Pernambucano e vem a Belém com o propósito de apagar a perda que amargou no meio da semana. O visitante busca uma boa estreia na Série C. O técnico Itamar Schülle e seus comandados não abrem mão de passar por cima do adversário, mesmo jogando na condição de visitante. O treinador não conta com todos os seus titulares, mas esse parece ser um detalhe que não está sendo levado muito em conta pelo treinador e nem mesmo pelo comandante do Paysandu, Hélio dos Anjos.

“O Santa Cruz vem refeito fisicamente. Se esses jogadores que não vieram foi por questão de desgaste físico, ele (Itamar Schülle) vai repor isso, a parte física, com as substituições”, afirmou o técnico do Papão. Já que o assunto é formação das equipes, Dos Anjos, mais uma vez, não revelou a equipe que mandará a campo. Mas, a expectativa é de que ele não mexa na composição do grupo que começou a partida passada contra o Itupiranga, no Parazão, mantendo o zagueiro Wesley Matos, autor de dois gols, e o atacante Mateus Anderson, como titulares.

Esta é a terceira participação seguida do Santa Cruz, a Cobra Coral, na Série C do Brasileiro, competição que, desde 2008, o clube já disputou por seis vezes. Este ano, o objetivo do clube, óbvio, é acabar com a sua trajetória na Terceirona, retornando à Segundona no próximo ano. O elenco que disputa o Brasileiro é o mesmo que deixou escapar o título estadual para o Salgueiro-PE, na última quarta, mas novas peças devem começar a chegar ao estádio do Arruda a partir da próxima segunda-feira.

LOBO VETERANO

O Papão tem um pouco mais de tradição na Série C. A equipe bicolor já disputou a competição por dez vezes, indo, portanto, para a sua 11ª edição do campeonato. A estreia aconteceu no ano de 1990. De lá pra cá, o Papão conseguiu dois acessos e um vice-campeonato (2014). O retrospecto das equipes em confrontos diretos na Série C registra apenas dois jogos: 3 a 3, no Arruda, e 0 a 0, no Mangueirão, ambos em 2012.


DESEMPENHO

O fato de o Paysandu só ter definido as suas últimas duas vitórias no segundo tempo, com postura superior ao primeiro, não é motivo de preocupação para o comandante bicolor. “O mais importante é que o jogo não tem só um tempo”, diz. “Não fizemos primeiros tempos ruins. Nós fizemos primeiros tempos equilibrados, em condições inclusive, nos dois jogos, de definirmos as partidas”, avalia o treinador, que mostra contentamento com a produção do grupo que dirige. “Estamos tendo uma evolução de jogo pra jogo e evolução de situações técnicas e táticas muito positivas”, observa, esperando que tal evolução seja confirmada frente ao Santa.

Curuzu: um caldeirão mesmo sem a torcida fiel 

Jogar sem a torcida, no pensamento do zagueiro Wesley Matos, diminui, mas não acaba com a vantagem de o Paysandu ao estrear na Série C em seu “caldeirão”.

“É claro que o nosso torcedor fará muita falta, aliás, ele tem feito muita falta pra nós”, observou. “Mas, a Curuzu é o local onde a gente treina todos os dias, então, com certeza, ainda conta o fator casa, onde nos sentimos muito à vontade para que a gente possa fazer grandes jogos”, ressalta o defensor.

O zagueiro confia que o Papão terá no Brasileiro, a partir de hoje, o mesmo bom nível de qualidade que vem apresentando no Estadual. “Creio que vamos continuar com o rendimento lá em cima”, prevê Matos. “Então, acredito que vamos conseguir o título do Paraense e o acesso à Série B”. O atleta que marcou dois gols na goleada, por 4 a 1, sobre o Itupiranga, deve ser mantido como titular para hoje, barrando o até então dono da posição, Micael.

Santa Cruz quer superar perda do Pernambucano

O Santa Cruz entra em campo para enfrentar o Papão sem ter a sua força máxima, a mesma que não perdeu um só jogo no Campeonato Pernambucano, do qual foi vice-campeão, perdendo o título para o Salgueiro-PE. O técnico Itamar Schülle tem quatro desfalques em sua formação e, para completar, ainda tem baixa no banco de reservas. Os titulares que não jogam na estreia do time na Série C são o lateral-esquerdo Fabiano, os meias Paulinho, André e Didira, suspensos e lesionados. O ausente na suplência, que é sempre acionado pelo treinador, é o atacante Victor Rangel.

Schülle deixou Recife sem anunciar oficialmente a formação da Cobra Coral para a partida. Mas, a tendência é que ele prestigie William Alvez, na lateral-esquerda no lugar de Fabiano, João Cardoso, vindo da base, Tinga e Bileu nos postos dos atletas de meio de campo impedidos de atuar. O Santa ainda vive a ressaca da perda do título pernambucano, em que pese a boa campanha que fez, perdendo o título nas cobranças de tiros livres da marca do pênalti. A ideia é justamente acabar com a “dor de cabeça” do insucesso da final do regional derrotando o Paysandu.

Mesmo com o Santa estreando hoje na Terceirona, Schulle ainda pede à diretoria do clube novas contratações. “Precisamos urgentemente trazer peças de reposição para que, depois, o Santa Cruz não venha a estar triste de novo”, afirma o treinador. O técnico quer evitar ser obrigado a recorrer a novas improvisações nos jogos do time.

(DOL)

 

 

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