Foto: Divulgação

A Justiça francesa anunciou nesta quinta-feira (1º) a abertura de uma investigação preliminar por supostas irregularidades sobre uma transação imobiliária que envolve um ministro do presidente Emmanuel Macron.
O anúncio da investigação de Richard Ferrand, ministro da Coesão Territorial, coincide com a apresentação nesta quinta-feira de uma nova lei sobre ética na política que Macron havia prometido durante a campanha eleitoral.
Ferrand, um dos primeiros políticos a anunciar apoio a Macron, está no olho do furacão desde as revelações publicadas em 24 de maio pelo semanário satírico “Le Canard Enchaîné”.
De acordo com a publicação, a companheira de Ferrand foi beneficiada pela concessão de um contrato de aluguel por parte de uma seguradora na qual ele era então o diretor geral (entre 1998 e 2012). Também está sendo investigado um contrato de seu filho, que trabalhou vários meses como assistente parlamentar de Ferrand.
A Promotoria de Brest, no oeste da França, havia considerado anteriormente que estes fatos não constituíam uma infração, mas após uma “análise de elementos complementares” decidiu pedir à polícia a abertura de uma investigação preliminar.
“Esta investigação terá o objetivo de reunir todos os dados que permitam uma análise completa dos fatos e entender se estes são suscetíveis ou não de ser uma infração penal”, afirmou o promotor Eric Mathais.
Ferrand, que é candidato nas eleições legislativas das próximas semanas, nega categoricamente ter cometido qualquer irregularidade e descartou a possibilidade de renunciar ao cargo.
No momento Ferrand conta com o apoio do presidente e do primeiro-ministro Édouard Philippe.
Após uma campanha presidencial marcada por escândalos judiciais, que afetaram o conservador François Fillon e a líder da direita ultranacionalista Marine Le Pen, o novo presidente da França havia prometido um governo exemplar.
Antes da formação do gabinete em meados de maio, todos os potenciais integrantes do governo foram submetidos a uma verificação minuciosa de sua situação fiscal e de possíveis conflitos de interesses.
Macron pretendia evitar cometer os mesmos erros do antecessor, o socialista François Hollande, cujo mandato foi marcado pelo escândalo de sonegação fiscal do ministro do Orçamento, Jérôme Cahuzac.
As revelações aconteceram a poucos dias das eleições legislativas de 11 e 18 de junho, cruciais para o jovem presidente centrista de 39 anos, que busca uma maioria clara no Parlamento para conseguir aplicar suas reformas, entre elas a trabalhista.


Fonte: FolhaPress

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