Na tarde deste domingo (11), o futebol paraense escreve mais um capítulo de sua narrativa centenária com o 778º Re-Pa da história. O clássico entre Clube do Remo e Paysandu é decisivo e vale a taça do Campeonato Paraense de 2025. A vitória azulina por 3 a 2 no primeiro duelo confere vantagem ao Leão, mas entre os que observam o futebol com lupa crítica, não há espaço para prognósticos definitivos. A partida, em termos técnicos, está totalmente em aberto.

O jornalista esportivo Júnior Cunha é preciso ao dimensionar o cenário. “Não podemos falar que está definido o Parazão. Além de ser uma final, é um clássico entre Remo e Paysandu. Embora o momento das duas equipes seja bem diferente, dentro de campo as coisas costumam se igualar.” O raciocínio encontra eco na partida da última quarta-feira: o Paysandu, mesmo instável defensivamente, teve mais presença ofensiva em boa parte do confronto. Já o Remo, respaldado por uma campanha sólida na Série B, foi clínico ao capitalizar seus ataques, de acordo com o especialista.

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Cunha aponta para os pontos-chave da decisão: o Paysandu, obrigado a vencer, terá de adotar uma postura mais ofensiva. Com isso, poderá expor uma defesa que vem sendo, reiteradamente, seu ponto mais vulnerável. Do outro lado, o Remo pode se valer do que tem funcionado: transições rápidas, precisão nas conclusões e uma estrutura coletiva mais equilibrada. “O que pode decidir, mais uma vez, é a falta de pontaria e criatividade do meio/ataque do Paysandu e o letal ataque do Remo. O jogo tende a ser mais disputado que o primeiro”, conclui o jornalista.


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O radialista e comentarista Carlos Castilho adota uma leitura que amplia o olhar para o discurso fora das quatro linhas. “Como todo clássico que se preza, Re-Pa não tem favorito antecipado. É decidido na hora.” Para ele, o técnico Daniel Paulista acerta ao tratar a vantagem azulina com a devida cautela. “Daniel foi cirúrgico ao afirmar que é uma pequena vantagem. E é mesmo. A decisão depende do que será feito após o apito inicial. O treinador do Paysandu, Luizinho Vieira, adota uma linha mais enfática, fala em motivação, em resposta emocional. É compreensível, dentro do contexto de quem precisa vencer”, diz o comentarista.

Castilho observa, com rigor analítico, que o Remo hoje apresenta mais estabilidade, seja na montagem do elenco, na execução tática ou na gestão dos momentos do jogo. Ainda assim, chama atenção para o fato de que a vantagem mínima obriga o Leão a manter o alerta em nível máximo. “Basta um gol do Paysandu para levar a decisão para os pênaltis. E, se vierem dois, o título muda de lado. O espaço para erro é praticamente nulo.”

Desse modo, de acordo com a dupla, o que se projeta para este domingo é uma final carregada de variáveis. De um lado, um Remo mais maduro e eficiente; do outro, um Paysandu instável, mas obrigado a reagir. Entre os dois, o peso simbólico do Re-Pa, que não respeita lógica e não se rende a prognósticos.

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