Uma tacada certeira

O Remo esperou por semanas para contratar um meia-armador para reforçar o time na fase mais aguda da Série C. A espera terminou com a concretização do empréstimo de Felipe Gedoz, que estava no Nacional do Uruguai e em atividade, uma das exigências da comissão técnica. Ontem à tarde, após uma corrida para garantir os documentos de transferência no último dia da janela de transferência internacional.

A diretoria azulina manteve sigilo o tempo todo, tanto que as informações sobre Gedoz só vazaram na quinta-feira (5) ainda na forma de especulação. Na sexta-feira, a notícia da transação foi confirmada em detalhes por Jones Tavares, na Rádio Clube do Pará.

Para os uruguaios, o negócio soou interessante porque Gedoz não estava nos planos do técnico Jorge Giordano. A ideia de buscar um camisa 10 de renome foi da diretoria, com o aval do técnico Paulo Bonamigo, que dispõe hoje de apenas dois especialistas na posição, Eduardo Ramos e Carlos Alberto.

Daniel Costa, que está no Manaus, foi sondado quando ainda estava no XV de Piracicaba e quase fechou contrato com o Remo. O negócio não evoluiu porque Bonamigo deixou claro que quer um jogador que se diferencie de Eduardo Ramos e possa contribuir com a aceleração no meio.

A preocupação no Leão é com o grau de dificuldade que a próxima fase da Série C deve oferecer, com grupos formados pelos melhores times da fase de classificação. Depois da vitória sobre o Treze-PB, domingo, o Remo ficou a 2 pontos de garantir presença na segunda etapa da competição.

Sem opções no mercado brasileiro, a diretoria voltou sua atenção para o futebol sul-americano, buscando um armador que faça o jogo fluir e saiba trabalhar na transição de jogadas. Gedoz foi lembrado por ter se destacado em 2017 no Atlético-PR, passando depois por Goiás e Vitória.


Contou também o fato de ser jovem e ter grande experiência internacional, com atuações no Defensor e no Nacional, além do Brugge, da Bélgica. O acordo com o atleta não foi divulgado, mas, segundo fontes do clube, está dentro do orçamento praticado no Evandro Almeida.

Gaúcho de nascimento, com cidadania uruguaia, Gedoz teve passagem pela Seleção Brasileira sub-21, fato que remete a um dos grandes ídolos azulinos das últimas décadas, o meia Gian.

Uma das fortes características do meia recém-contratado é o talento para chutes de média distância. É um exímio cobrador de faltas, tem boa aproximação com os atacantes e costuma marcar gols.

Apesar da queda de rendimento na temporada, razão de ter perdido espaço no Nacional em plena Copa Libertadores, Gedoz tem qualidade para se destacar na Série C revivendo seus melhores momentos.

O jogador ficou de chegar na madrugada. Será apresentado hoje para iniciar treinamentos com o grupo. Caso seu nome saia no BID até sexta-feira, será a novidade no Leão contra o Santa Cruz na partida que pode garantir a classificação antecipada à segunda fase.

Flamengo põe Ceni diante do maior desafio da carreira

Rogério Ceni, ídolo são-paulino como atleta, está de novo na berlinda como técnico cobiçado por um grande clube. Ele é a bola da vez para assumir o Flamengo em substituição ao catalão Domenèc Torrent, que foi despachado ontem após uma impressionante coleção de goleadas – Independiente Dell Vale (5 a 0), São Paulo (4 a 1) e Atlético-MG (4 a 0).

À frente do Fortaleza, Ceni vem construindo meticulosamente uma imagem de técnico moderno, disciplinador e diferenciado em relação a seus colegas brasileiros. Inquieto, instalou no clube cearense um ambiente de grande profissionalismo, com cobranças permanentes que levam o time a evoluir, apesar das óbvias limitações técnicas.

No aspecto da maturidade, quem evoluiu foi o próprio Ceni, depois de um pulo errado que podia ter queimado seu filme. Atraído pelo Cruzeiro no Brasileiro do ano passado, ficou pouquíssimo tempo, não resistindo ao boicote dos jogadores e à fritura da diretoria.

Enquanto o Cruzeiro afundava rumo ao rebaixamento, ele voltou ao ninho e retomou o trabalho com afinco, como se nem tivesse havido a interrupção. A campanha do Fortaleza na Série A é o maior atestado da capacidade profissional de Rogério Ceni.

Falta, porém, o teste definitivo: comandar um grande clube com a experiência adquirida nos últimos três anos. Antes, passou pelo próprio São Paulo sem repetir à beira do campo as façanhas que protagonizou embaixo das traves.

As notícias mais recentes indicam que ele aceitou negociar com o Flamengo, mas depende da liberação pelo Fortaleza. É uma decisão importante como evolução de carreira. Obviamente, treinar o Flamengo não é a mesma coisa que dirigir o tricolor cearense.

As pressões se amplificam e a responsabilidade triplica. Com o elenco estrelado que terá à mão, caso aceite a missão, Ceni terá todas as condições para conquistar o que surgir pela frente. Ao mesmo tempo, será cobrado como nunca, justamente por ter sob seu comando os melhores jogadores em atividade no país.

Ao mesmo tempo, fica sempre no ar o aspecto negativo do não cumprimento de contratos, como é prática entre os técnicos brasileiros, sempre dispostos a quebrar acordos para assumir outros clubes. Nesse aspecto, Ceni é igualzinho aos demais.

Inchada, Segundinha começa com poucos destaques

A Tuna, vencedora na estreia, deu sinais de que pode finalmente cumprir uma campanha que leve ao acesso. A boa vitória por 3 a 1 sobre o União Paraense, no sábado, com direito a um golaço do meia-atacante Lukinha, garante tranquilidade neste começo de competição, mas terá que se confirmar nas próximas rodadas.

O São Francisco goleou o Vênus, ontem, e é outro que tenta engatar uma trajetória que garanta o retorno à primeira divisão do certame estadual.

Já o Caeté, treinado por Artur Oliveira, teve dificuldades frente ao Pinheirense, mas acabou vitorioso e confirmando a expectativa quanto a um papel de destaque na Segundinha.

De toda sorte, é cedo ainda para projeções numa competição nivelada por baixo e com abundância de participantes.

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