Dia 15 de setembro de 2013. Foi nesta data que, pela última vez, o São Paulo havia frequentado a zona de rebaixamento do Brasileiro.
Neste domingo (2), depois de quase quatro anos, a ameaça de degola voltou a atormentar os são-paulinos. Com a derrota por 2 a 0 para o Flamengo, na Ilha do Urubu, pela 11ª rodada do torneio nacional, a equipe treinada por Rogério Ceni caiu para a 17ª posição, a primeira que compõe a faixa dos quatro que serão rebaixados à Série B em 2018.
O São Paulo igualou-se com o Bahia em pontos (11), em número de triunfos (três) e no saldo de gols (-1). Porém, o time de Salvador, que empatou em 0 a 0 com o rival Vitória na rodada, leva vantagem nos gols marcados (13 contra 10), o terceiro critério de desempate do Brasileiro, empurrando o time do Morumbi para a zona de risco.
Sem vencer há seis rodadas no Brasileiro e em meio a uma reformulação do elenco -foram 15 contratações e seis jogadores vendidos em 2017-, o São Paulo flerta com uma situação pouco comum em sua história: lutar para não cair de divisão.
Desde a adoção do sistema por pontos corridos no Brasileiro, em 2003, a equipe paulista frequentou a zona de degola por alguma rodada em seis oportunidades: 2003, 2005, 2008, 2009, 2012 e 2013.
O período de maior risco foi em 2013, quando ficou 12 rodadas no chamado Z4. O São Paulo viveu uma temporada conturbada, com quatro técnicos diferentes à frente do elenco – Ney Franco, Milton Cruz, Paulo Autuori e Muricy Ramalho. Este último conseguiu a reação necessária para fugir da Série B na ocasião.
Em 2017, sob o comando do ídolo Rogério Ceni, estreante como treinador, o time convive com altos e baixos e já amarga três eliminações em mata-matas: Paulista, Copa do Brasil e Sul-Americana. Soma-se agora uma nova preocupação: manter-se na elite nacional.
O JOGO
Encurralado pela falta de resultados, o São Paulo mostrava pouca objetividade em campo no Rio. Jogando ao lado da torcida, o Flamengo também não transformava a situação favorável em lances de perigo.
Até a abertura do placar, aos 37 minutos do primeiro tempo, em cobrança de falta do atacante Paolo Guerrero, o jogo estava truncado e sem chances reais de gol criadas pelas duas equipes.
O volante Petros, estreante do dia pelo São Paulo, teve participação intensa na marcação e chegou a se estranhar com Guerrero após uma disputa de bola. Instantes depois, o duelo se repetiu, e ele derrubou o peruano perto da entrada da área. Na sequência do lance, o Flamengo fez 1 a 0.
O São Paulo tentou uma reação imediata em jogada individual de Cueva neutralizada pela zaga rubro-negra, mas sofreu o segundo gol quatro minutos depois, aos 41. Com espaço na área, Éverton Ribeiro tocou para Diego chutar de primeira e ampliar na Ilha do Urubu.
Rogério Ceni mudou a equipe no intervalo, com a entrada do atacante Denilson no lugar do meio-campista Wesley. Enquanto a dupla de zaga não dava espaços para Lucas Pratto finalizar, o Flamengo armou-se para contra-atacar e garantir a vitória.
Na melhor chance tricolor no jogo, aos 21 minutos da etapa final, Cueva bateu cruzado, mas o zagueiro Réver evitou o gol em cima da linha.
FLAMENGO
Thiago; Pará, Réver, Rhodolfo e Trauco (Renê); Márcio Araújo, Cuéllar e Diego; Everton Ribeiro (Berrío), Everton (Matheus Savio) e Guerrero. T.: Zé Ricardo
SÃO PAULO
Renan Ribeiro; Araruna, Lugano, Rodrigo Caio e Júnior Tavares; Jucilei, Petros e Wesley (Denilson); Marcinho (Wellington Nem), Cueva (Shaylon) e Pratto. T.: Rogério Ceni
Gols: Guerrero, aos 37min, e Diego, aos 41min do 1º tempo
Cartões amarelos: Everton (F); Cueva (S)
Estádio: Ilha do Urubu, no Rio de Janeiro (RJ)
Público: 17.302 presentes
Árbitro: Leandro Pedro Vuaden (RS)
(FolhaPress)