Depois de 17 jogos, Remo e Paysandu se enfrentam hoje à tarde tendo alcançado seus objetivos iniciais na Série C. ambos estão classificados para a fase seguinte, o quadrangular que definirá quem terá o acesso para a segunda divisão do ano que vem. Mas, o jogo de hoje não se resume a apenas um tira-teima por causa da rivalidade. Ele vale a definição sobre as posições finais no Grupo A e para onde irão à fase seguinte. O jogo começa às 17h, no Mangueirão.
Se a fase terminar com as mesmas posições atuais, com Leão em segundo lugar e Papão em terceiro, os dois ficarão em grupos distintos na próxima fase. Isso porque os cruzamentos preveem 1º e 3º de um grupo contra 2º e 4º do outro. Além do resultado do Re-Pa, o do jogo entre Vila Nova-GO e Jacuipense-GO também pode mexer com a posição dos paraenses. Qualquer que seja a opção, ela tem prós e contras.
Ficar no mesmo grupo poupará a Remo e Paysandu uma viagem, o que garante mais tempo de treino e descanso em relação aos dois outros times. No entanto, o clássico é considerado um confronto de extremo desgaste físico e psicológico, o que será evitado se os rivais estiverem em grupos distintos. É o tipo de análise que vem sendo feita pelas comissões técnicas e que dificilmente serão externadas.
Se o time azulino vencer o clássico, vai permanecer em segundo, então o Re-Pa na fase seguinte só seria evitado se o Vila perder em casa. O Papão também pode garantir a vice-liderança com três pontos se o Vila empatar ou perder. Essa mesma combinação e resultados do time goiano serviria para evitar Papão e Leão no mesmo grupo em caso de empate no Re-Pa.
PENDURADOS
Há outra situação que pode gerar uma peculiaridade a mais no clássico. Para a próxima fase os cartões serão zerados, mas se alguém for suspenso pelo terceiro amarelo ou uma expulsão na última rodada terá que cumprir na primeira partida do quadrangular. O Remo tem cinco jogadores pendurados, dois deles titulares. No Paysandu são oito com dois amarelos, quatro titulares absolutos e os demais sendo aproveitados constantemente. Por isso, não está descartada a possibilidade de várias mudanças, em especial do lado azul e branco, mesmo com João Brigatti negando que vá mandar a campo uma equipe muito modificada.
Os pendurados azulinos são: Mimica, Lucas Siqueira, Gelson, Marlon e Wallace, o que não exigiria um time misto por parte do técnico Paulo Bonamigo. Por outro lado, João Brigatti tem em sua lista os atacantes e artilheiros Nicolas e Uilliam Barros, além de Tony e PH. Wesley Matos, Serginho, Juninho e Alex Maranhão completam o grupo de pendurados.
Os jogadores de ambos os lados passaram a semana com o mesmo discurso, de que independentemente de quem entrará em campo ou de ambos já estarem classificados, será um Re-Pa com todos os ingredientes de uma rivalidade que logo mais chega ao 758º jogo do clássico mais disputado no mundo.
Promessa é ir com “Time A”
Com a demissão do técnico Geninho, o Avaí-SC está sondando alguns profissionais para assumir o bicolor catarinense na Série B do Brasileirão. Um dos sondados teria sido o técnico do Paysandu, João Brigatti. Em entrevista à imprensa paulista, Brigatti teria afirmado que nem iniciou conversa após uma sondagem e que mantém o foco na disputa pelo acesso com o Papão. “Estou focado no jogo de sábado, que é um clássico, que movimenta um grande fanatismo, e focado também no acesso”, disse o treinador paulista.
Antes de sair essa informação nacionalmente, o treinador concedeu coletiva. Ele garantiu que mesmo com a quantidade alta de jogadores pendurados não deve mandar a campo uma equipe alternativa. “Acredito que num clássico não há como ir com uma equipe mesclada. Vamos com o que temos de melhor ”, disse Brigatti.
O técnico bicolor espera que o Re-Pa deste sábado seja menos nervoso já que os dois times estão classificados. “Será um clássico mais solto, mais leve, mas sempre com muita pegada”.
PRÓXIMA FASE
Com um clássico pela frente, não dá para pensar no que pode vir na segunda fase. Pelo menos é o que garantem os bicolores sobre as projeções de adversários para o quadrangular que decidirá o acesso para a Série B do ano que vem. “Da forma como o Paysandu se classificou, com essa arrancada que tivemos, não tem porque escolher um grupo ou um adversário. Todos merecem respeito e nós temos que nos impor jogo a jogo”, confirmou o técnico João Brigatti. “Independentemente de quais forem os adversários, tudo vai ser muito difícil, esteja o Remo em nosso grupo ou não. Temos que estar convictos do que podemos e do que estamos fazendo”, concordou o atacante Nicolas.
(Diário do Pará)