O momento atual de uma das principais forças do futebol na região Norte do país é de constante tentativa de trazer de volta os dias de glórias e conquistas. Na busca por alcançar bons resultados e sair da última colocação do grupo 2, da Série D, o elenco da Tuna Luso Brasileira quer se espelhar no épico time que fez Belém parar e festejar mais um título nacional.
Enquanto a equipe comandada pelo técnico Josué Teixeira se prepara para mais um duelo regional diante do Castanhal, que irá acontecer no sábado (18), às 15h, no estádio do Souza, pela 10ª rodada da quarta divisão, os torcedores cruzmaltinos relembram com bastante carinho e saudades do épico confronto disputado no dia 13 de junho de 1992.
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PREPARAÇÃO E TRAJETÓRIA
Neste ano Tuna era um verdadeiro celeiro de craques. Na equipe comandada por Nélio Pereira naquele Brasileirão, somavam-se diversos talentos garimpados do interior do Pará, como os craques Ageu Sabiá e Sanauto (Monte Alegre), Mário Vigia (Vigia de Nazaré) e os craques revelados na base do próprio clube, como Tarciso, Ondino, Dema e o zagueiro Juninho, protagonista da decisão e autor do gol do título.
Para chegar à conquista, a Tuna deixou pra trás 31 equipes naquela competição. Entre elas, adversários tradicionais como Moto Club e Sampaio Corrêa, do Maranhão, Nacional e Rio Negro, de Manaus, e equipes tradicionais de outros centros, como CRB-AL, Chapecoense-SC, Atlético-GO, ASA-AL, São Bento-SP e o próprio Fluminense de Feira de Santana, finalista, que, até hoje, não sabe explicar como, em 6 minutos, sofreu uma das mais inesquecíveis viradas de uma decisão de Campeonato Brasileiro.
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A DECISÃO
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A partida era válida pela decisão da Série C do Campeonato Brasileiro, no qual foi disputada no estádio Evandro Almeida (Baenão), que esteve repleto de torcedores das três principais equipes da capital (Tuna, Paysandu e Remo), em suas arquibancadas. No jogo de ida, o Touro do Sertão venceu pelo placar de 2 x 0, mas no duelo de volta, Águia Guerreira do Brasil, acabou levando a melhor.
Precisando reverter a vantagem baiana para conquistar seu segundo título nacional (o primeiro foi a taça de prata, no ano de 1985), a Tuna partiu logo para o ataque ainda nos primeiros minutos de disputa. E não demorou muito para logo balançar as redes adversárias, com Ageu, aos 15 minutos do 1º tempo. Com o passar do tempo, embora o time tivesse tentado várias oportunidades, a vantagem parecia estar difícil de ser revertida, e até veio a piorar, quando aos 42 do 2º tempo, Ronaldo empatou o placar.
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BUSCA NA SUPERAÇÃO
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Mesmo sem forças de reação, a Tuna ainda conseguiu marcar o 2º gol, com Manelão finalizando cruzamento de Mario Vigia, aos 45 do 2º tempo. E isso fez com que o time fosse com tudo ao ataque, além de parte da torcida começou a voltar ao estádio. Ainda faltava um gol. Até que, num lance digno dos predestinados, Junior cobrou escanteio e Juninho testou sem defesa aos 49 do segundo tempo: 3 x 1.
Com o placar favorável, torcida que estava presente no estádio, invadiu o gramado e iniciou uma inesquecível festa Porém, o jogo ainda não havia chegado ao seu final, e diante disso, devido o tempo de paralização, o árbitro exigiu que os torcedores se retirassem e o que os times jogassem mais 5 minutos. Nada mudou, o último trilar do apito foi disparado e a festa estava liberada de vez, com a Tuna sendo Bicampeã Brasileira de Futebol!
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FICHA TÉCNICA DA FINAL:
Tuna Luso-PA 3×1 Fluminense-BA
Data: 13/06/1992
Local: Estádio Evandro Almeida (Baenão), em Belém-PA
Público: 6.217 torcedores
Arbitragem: Odílio Mendonça da Silva (AM), assistido por Jorge Sabino Leite (AM) e Iran Gonçalves Aranha (AM)
Gols: Ageu, aos 15′ do 1º tempo; Ronaldo, aos 41′, Canelão aos 44′ e Juninho aos 49′ do 2º tempo
Expulsões: Zelito, Dema e Ieiê
Tuna Luso: Altemir; Mário Vigia, Juninho, Luís Otávio e Guilherme (Charles); Varela (Manelão), Ondino, Júnior e Dema; Argeu e Tarcísio. Técnico: Nélio Pereira
Fluminense: Eugênio; Itamar, Neto, Estevam e Edinho; Zelito, Acácio e Dimas; Macoca (Marquinhos), Ronaldo e Ieiê. Técnico: Veraldo Santos