Faz exatamente um ano que a Seleção Brasileira ganhou um novo rumo. Em 20 de janeiro de 2016, Tite foi oficialmente apresentado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) como substituto de Dunga, demitido após o fiasco na Copa América Centenário, e não precisou nem desses 12 meses para transformar a desconfiança generalizada em otimismo.

Em 11 jogos à frente do Brasil, Tite acumulou 10 vitórias e apenas uma derrota, obteve a classificação antecipada para a Copa do Mundo da Rússia, em 2018, e alcançou a liderança do ranking da Fifa. Ainda viu Rogério Micale, hoje desempregado, conquistar o inédito título olímpico nos Jogos do Rio de Janeiro.

Há um ano, contudo, o cenário era outro. O desacreditado time que Tite herdou de Dunga ainda sofria com o descrédito provocado pela histórica e vexatória goleada por 7 a 1 para a Alemanha, no Mundial em casa, e passava a ficar com a classificação para a próxima Copa ameaçada. O novo comandante ainda precisava lidar com os questionamentos por trabalhar para Marco Polo Del Nero, presidente da CBF.

“O foco é a classificação para o Mundial”, pregou Tite, em sua apresentação, prometendo se aconselhar com os técnicos dos clubes brasileiros para ser bem-sucedido. “Não estamos na zona de classificação. Acredito que o trabalho nos dará essa condição, mas é claro que corremos risco. Não posso fugir da realidade. Estou aqui porque os resultados não vieram”, acrescentou.


Com o técnico que colecionou títulos a serviço do Corinthians, os resultados não tardaram a aparecer. Tite estreou com uma vitória elástica sobre o Equador, por 3 a 0, em Quito, no dia 1º de setembro. Naquele jogo, comemorou também o surgimento de um atleta capaz de dividir os holofotes com Neymar no ataque da Seleção Brasileira – Gabriel Jesus anotou dois gols; o astro do Barcelona, um.

No seu primeiro compromisso em casa, Tite sofreu um pouco mais. O Brasil bateu a Colômbia por 2 a 1 na Arena da Amazônia, e o treinador começou a ter o seu nome entoado pelos torcedores. Dizendo-se constrangido com os elogios, que sempre faz questão de dividir com os mais variados funcionários da CBF, ele enfileirou vitórias sobre Bolívia (5 a 0), Venezuela (2 a 0), Argentina (3 a 0) e Peru (2 a 0).

Àquela altura, o ambiente da Seleção já estava transformado – a crise se mudara para a Argentina, onde o técnico Edgardo Bauza não resistiria à pressão e acabaria trocado por Jorge Sampaoli. No Brasil, Tite se sentia seguro até para convocar um elenco caseiro para outro encontro com a Colômbia, desta vez no Engenhão, em amistoso em prol dos familiares das vítimas do trágico acidente aéreo da Chapecoense. Ganhou por 1 a 0, com gol do palmeirense Dudu.

As rodadas seguintes das Eliminatórias foram marcantes para Tite. No lendário Estádio Centenário, a Seleção não tomou conhecimento do Uruguai de Edinson Cavani, goleado por 4 a 1. E, em Itaquera, casa do seu Corinthians, o sucessor de Dunga foi ovacionado de novo no triunfo por 3 a 0 sobre o Uruguai. Na sala de imprensa, recebeu a notícia de que a vaga na Copa do Mundo estava assegurada. “Obrigado, papai do céu!”, festejou.

Com o seu primeiro e até então principal objetivo cumprido, Tite passou a planejar os ajustes finais do Brasil para o Mundial de 2018. Poupou Neymar e outros jogadores de amistosos na Austrália recentemente, onde conheceu a sua primeira e não muito lamentada derrota, por 1 a 0 para a Argentina de Sampaoli. Depois, contudo, celebrou uma goleada por 4 a 0 em cima da seleção local.

Hoje, de olho na Copa do Mundo, Tite está justamente na Rússia, para observar as equipes participantes da Copa das Confederações. O técnico que beira a unanimidade no Brasil retornará ao país europeu no seu segundo ano à frente da Seleção, em junho de 2018, quando enfrentará o maior desafio da carreira.

Fonte: Gazeta Esportiva

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