Após derrota no último domingo (2) para o Castanhal pelo Parazão, a semana não tem sido fácil para o Papão. Um áudio vazado com críticas à cidade e ao Paysandu, feitas pelo executivo de futebol, Felipe Albuquerque, na segunda (3) trouxeram à tona as dificuldades do clube e problemas de adaptação de atletas e dirigentes em Belém.

O caso serve também para relembrar inúmeras polêmicas que já envolveram o clube alviceleste, que acirraram os ânimos da torcida e mesmo dos paraenses independente do time de preferência, tocando na identidade dos paraenses. Relembre alguns casos:

O RACISMO E A XENOFOBIA DE JOSIEL

Arquivo

A curta passagem do atacante pelo Paysandu em 2011 rendeu uma das grandes polêmicas envolvendo o clube bicolor naquele ano. Em um perfil nas redes sociais o jogador fez “brincadeiras” que não passavam de ofensas às mulheres paraenses e a Belém do Pará.

Josiel, respondendo à uma publicação de um amigo, mostrou estar insatisfeito em morar na cidade e depreciou a mulher belenense, onde escreveu: “Mas que vontade de um bailão de chope. Deus me livre ter que aguentar mais um mês! É f… Saudade do meu Rio Grande, Goiânia, de gente bonita” (sic).

  • Em outra situação, o jogador, ao ser perguntado se na cidade haviam “paquitas” (mulheres bonitas), ele respondeu: “Só se forem paquitas depois do incêndio”. Logo depois de ser descoberto pela torcida e pela imprensa paraense, o perfil foi deletado. O jogador pediu desligamento do Papão em outubro daquele ano.

Um ano depois da polêmica, Josiel voltou ao Pará para enfrentar o ex-clube pelo Paraná Clube. Perguntado ainda sobre a situação, ele se defendeu: “Foi um grande mal-entendido. Quis falar de uma maneira mais como se fosse uma brincadeira. Nada de depreciar o povo”.

A ‘TORCIDA DE M…’ DO DESCONTROLADO NICÁCIO


Reprodução

O ano era 2013. Durante a partida contra o Palmeiras pela série B do Campeonato Brasileiro no estádio Mangueirão, o Paysandu ganhava a partida por 1 a 0. Ao ser substituído, o atacante Marcelo Nicácio, que teve uma boa temporada pela última vez em 2010, soltou um sonoro “torcida de merda” para os quase 30 mil torcedores que compareceram no Mangueirão.

No banco de reservas, Nicácio, que  pedia a todo momento apoio da torcida, após pressão do time adversário que tentava o empate. Em um deslize, acabou soltando um “vamos, torcida de merda!”, que foi imediatamente capturado por um repórter cinematográfico.. A fiel bicolor não perdoou, após o vídeo ser veiculado na imprensa, e pediu a saída do jogador.

Veja o vídeo:

Nicácio chegou a se explicar e pedir desculpas por meio de nota. Seu carro foi depredado, mas o atleta permaneceu no Papão até o final da temporada, que resultou no rebaixamento à Série C.

FELIPE ALBUQUERQUE: BELÉM NÃO É SUJA?

Divulgação/ Ascom PSC

A bola da vez é o executivo de futebol do Papão, Felipe Albuquerque, que nesta segunda-feira (3) teve suas conversas em áudio com ex-presidente executivo do Vila Nova-GO, Wilson Balzacchi, vazadas.

Albuquerque faz críticas ao Paysandu e à Belém de forma negativa, além de ofender um colega de trabalho ao chamá-lo de “burro”.

Além de desabafar sobre a dificuldade financeira do Papão, o executivo dispara “Achei o Quiroga um bom jogador. Mas, aí ligo para ele que está em Buenos Aires, com 5º C, para ele vir a Belém com 35º C, vou pedir para o meu supervisor que é uma anta, burro como uma porta, ir buscar ele. Daí ele vai comer tacacá, maniçoba e ir ao treino, ninguém entendendo ele, as chances de um cara assim dar certo é quase zero. Daí ele vem a uma cidade suja, feia, com uma culinária muito específica”, completou o dirigente em outro áudio.

As declarações de Albuquerque despertaram a ira dos paraenses mais bairristas, que talvez não saibam que, em 2017, a gastronomia paraense foi eleita, após uma pesquisa do Ministério do Turismo, a melhor do país exatamente por ser… A mais específica, peculiar.

Magno Fernandes@Cf27Magno

Atacante João Leonardo, autor de dois gols que deram a vitoria de virada ao @Castanhal_EC por 3 x 2, em entrevista na transmissão da TV @portalcultura. O jogador falou em tom de desabafo sobre o período que esteve no @Paysandu sem atuar nenhuma partida.

Vídeo incorporado

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A atitude do executivo ainda repercute, e fez com que o presidente do clube Ricardo Gluck Paul se pronunciasse. “Eu acho que escolheram o momento para vazar o áudio, algo de 50 dias atrás”, disse o mandatário do Papão. Coincidência ou não, o áudio “vazou” logo após o atacante João Leonardo, que não teve oportunidades no Paysandu, desabafar contra “um diretor bicolor” que não deu chance a ele no elenco bicolor…

Que coisa, não?!

Reportagem: Tati Dias

Edição: Enderson Oliveira

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