Há um ano, na noite de 30 de dezembro de 2022, o jogador Daniel Alves entrou em uma boate em Barcelona, fez sexo no banheiro da área vip e mudou sua vida e carreira para sempre.

O que quer que tenha acontecido dentro daquele espaço –um estupro, segundo a mulher de 23 anos; um ato consensual, segundo ele– fez com que o brasileiro passasse 345 dos 365 dias de 2023 encarcerado, certamente o pior ano de sua vida. E, provavelmente, da vítima também.

Agora ele aguarda pelo julgamento, com data marcada para 5 de fevereiro do próximo ano. Confira abaixo como foram esses dias.

Conteúdos relacionados 

Afastado da CBF, Ednaldo Rodrigues desiste de eleiçãoFlamengo tem interesse em meia ex-Vasco, que joga nos EUA

 Janeiro

2 – A jovem que esteve com Alves na discoteca presta depoimento à polícia –que havia sido chamada pelos seguranças da boate ainda na noite do dia 31. Diz que estava com amigas quando o jogador as chamou para a área vip. Ao ir ao banheiro, diz ter sido seguida e estuprada por ele.

5 – Alves responde às acusações em um programa de TV espanhol: “Não sei quem é essa senhorita, não a conheço. Não sei seu nome, não a conheço, nunca a vi antes na vida”.

Jogador vai ao México, onde atuava pelo Pumas, mas retorna a Barcelona após a morte de sua sogra, a mãe da modelo Joana Sanz.

20 – Ele presta depoimento na delegacia de crimes sexuais, diz que nunca a viu, depois que apenas a viu e, finalmente, que houve “um ato consensual”. É preso no centro penitenciário Brians, na periferia da cidade. O Pumas rescinde o contrato no mesmo dia.

Em um segundo depoimento, a mulher diz não querer dinheiro, mas justiça. Conta que ele teria dito que ela não poderia ir embora e que “tinha que dizer a ele que era sua putinha”. Depois, ele teria forçado a cabeça dela para seu pênis e lhe dado um tapa. Em seguida, teria virado a jovem de posição e a penetrado até ejacular.

22 – Câmeras de segurança da boate mostram que os dois estiveram no banheiro por 16 minutos, e não 47 segundos, como divulgado inicialmente.

23 – A jovem descreve tatuagem na barriga do jogador. Alves dispensa a advogada de sua empresa e contrata um especialista penal, Cristóbal Martell Pérez-Alcalde.


25 – Acusação diz que Alves não usou camisinha. Joana Sanz apaga fotos do marido nas redes sociais.

Fevereiro

6 – Sanz visita Daniel Alves e nega ter pedido divórcio: “Não vou deixá-lo sozinho no pior momento de sua vida”. Na prisão, ele divide a cela com um ex-segurança de Ronaldinho e dá autógrafos. Quando joga bola, causa um alvoroço entre os detentos.

16 – O advogado de Alves, Cristóbal Martell Pérez-Alcalde, admite ter havido penetração, e não apenas sexo oral entre os dois.

19 – Em entrevista à Folha de S.Paulo, Pérez-Alcalde diz que o caso do jogador Robinho [que está livre no Brasil, apesar de condenado na Itália por estupro de uma jovem em uma boate de Milão em 2013] atrapalha pedido de liberdade para Alves durante as investigações.

21 – Justiça nega pedido de liberdade da defesa por “risco de fuga”.

Quer saber mais sobre esporte? Acesse nosso canal no Whatsapp

Março

6 – Ex-mulher, sócia e mãe de dois filhos de Alves, Dinorah Santana o visita na prisão: “Não lhe perguntei sobre versões porque sabemos que ele é inocente. Não há dúvidas sobre isso”.

15 – Joana Sanz anuncia separação: “Encerro uma etapa da minha vida que começou em 18/05/2015”, escreveu, referindo-se à data em que o ex-casal se conheceu. O casamento aconteceu dois anos depois, na ilha de Ibiza, na Espanha.

21 – Alves escreve carta a Sanz, que é lida em um programa da TV espanhola: “Entendo a dor que a situação injusta que estamos vivendo está causando e entendo que você não foi capaz de suportar toda essa pressão”.

Abril

2 – Joana Sanz deixa as redes sociais para cuidar da saúde mental.

12 – A Câmara Municipal de São Paulo aprova projeto de lei que estabelece o protocolo “Não se Cale”, inspirado no espanhol “No Callem”, utilizado no caso de Alves. A medida estabelece regras para atender vítimas de agressão sexual, como levá-la a um local isolado, consultá-la sobre atendimento médico e orientá-la para fazer a denúncia formal, entre outras.

17 – Em um segundo depoimento, Alves diz acreditar que ela pode ter ficado ofendida e resolvido denunciá-lo por terem combinado de sair separados do banheiro e agir de forma discreta, sem ele ter demonstrado atenção ou afeto após o ato.

Maio

23 – É sancionado em São Paulo o projeto de lei “Não se Cale”.

Junho

6 – Joana Sanz dá entrevista a jornal espanhol: “Sim, claro que creio que Daniel Alves é inocente. Até onde sei, ainda não houve julgamento e não podemos condená-lo antes que isso ocorra”.

21 – Alves concede sua primeira entrevista após a prisão: “Não sei se ela está com a consciência tranquila, se dorme bem à noite. Eu a perdoo, ainda não sei por que ela fez tudo isso, mas eu a perdoo”,

Julho

25 – Joana Sanz denuncia ameaças nas redes e exibe exemplo: “Você vai morrer, vadia. A gente te encontra em qualquer lugar, vadia. Você tira sarro do seu marido depois que ele te pede desculpas, vadia. Estamos autorizados a matá-la.”

31 – A Justiça espanhola informa que Daniel Alves será julgado por estupro e impõe “atenuante de reparação de dano causado” de EUR 150 mil (R$ 804 mil), a ser destinado à vítima em caso de condenação. Se absolvido, o dinheiro é devolvido ao jogador. Alves pode ser condenado a até 12 anos de prisão se não houver circunstâncias agravantes.

Agosto

1º – O Governo de SP lança protocolo que obriga bares e baladas a promoverem anualmente a capacitação de funcionários para identificar e combater assédio sexual contra mulheres.

Outubro

2 – Um programa de TV espanhol diz que Joana Sanz desistiu de se separar de Alves. Também conta que o jogador escreve a ela quinzenalmente.

17 – Alves troca de advogados mais uma vez. Defesa paga o atenuante de EUR 150 mil (R$ 804 mil). Com isso, a pena do jogador pode ser reduzida pela metade.

Novembro

10 – Em entrevista na TV brasileira, a ex-mulher de Alves, Dinorah Santana, diz ter se arrependido de tê-lo defendido das acusações e que viveu relação abusiva com o jogador.

23 – Ministério Público da Espanha pede nove anos de prisão por estupro, outros dez de liberdade condicional e a proibição de se aproximar ou se comunicar com a vítima nesse período.

Dezembro

20 – Justiça define julgamento de Daniel Alves entre os dias 5 e 7 de fevereiro de 2024.

Read More

DEIXE UMA RESPOSTA

Digite seu comentário!
Digite seu nome aqui