Menina dos olhos do ex-presidente Alberto Maia, em cuja gestão o imóvel foi adquirido, no final de 2016, o Centro de Treinamento, do Paysandu, no bairro de Águas Lindas, em Belém, continua com sua obra parada. O clube ainda aguarda pela liberação de duas licenças, que serão expedidas pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Sema) para que as obras possam ser retomadas. A expectativa da direção bicolor é que até meados do próximo mês os documentos sejam despachados pelo órgão público.O diretor de obras e patrimônio do clube, Leonardo Lopes Maia, 60 anos, explica que a documentação permitirá ao Paysandu fazer o desmatamento de parte dos 118 mil metros quadrados da área, preservando árvores nobres, entre elas castanheiras e pau d’arco, espalhadas pelo terreno, conforme exigência da Sema. Em função dessa característica da área, o projeto inicial do CT teve de ser modificado algumas vezes, o que colaborou para esse atraso.

“Tivemos de readaptar o projeto, já que nos locais onde seriam construídos os campos havia árvores nobres, que não podem ser derrubadas por questão de preservação”, informa Maia. O dirigente, que trabalha ao lado dos engenheiros Tony Couceiro, também vice-presidente do clube, e Alemar Dias, revela que apenas parte do terreno será utilizado para o CT. “Só vamos poder mexer em 60% da área, o que dá mais ou menos 70 mil metros quadrados. Isso tudo em função da área contar com vegetação que não pode sofrer dano”, detalha.

A previsão do diretor bicolor é de que até o final do ano pelo menos dois dos cinco campos, com medidas oficiais de 105m x 68m, previstos no projeto, estejam prontos para uso. “Assim que as licenças da Sema chegarem as nossas mãos, imediatamente daremos início à construção desses espaços, já que todo o material necessário para a obra já foi adquirido pelo clube”, ressalta Maia. “Depois, a obra seguirá o seu curso normal, com os demais campos e algumas edificações sendo construídos gradativamente”, conclui.

Homenagem


O CT leva o nome de um dos dirigentes históricos do clube: Raul Fermim Roberto Aguilera. Argentino de nascimento, o saudoso dirigente se encantou com o Papão assim que chegou para se estabelecer comercialmente em Belém. As cores do clube chamaram a atenção de Aguilera por serem as mesma da bandeira e do uniforme da seleção do país dele.Aguilera ocupou a presidência do clube por diversas vezes, bem como a direção do futebol. Ele nunca se recusou a colaborar com a agremiação nos momentos de dificuldade. “Eu fico muito feliz pela escolha do nome do meu avô. Foi ele quem despertou em todos da família o amor pelo Paysandu”, afirmou o ex-diretor de futebol do clube, Roger Aguilera.

Para entender

Alberto Maia entregou o pórtico do CT, que consumiu um total de R$ 351 mil. Já a construção do muro que cerca a área de 118 mil metros quadrados correu por conta do ex-dono do imóvel, Paulo Ribeiro, conforme reza o documento de compra.

O terreno, com valor na ordem de R$ 1.2 milhão, foi comprado na gestão Maia com dinheiro vindo de um contrato assinado pelo clube com o canal Esporte Interativo, que aposta na subida do Papão à Série A do Brasileiro em cinco anos. O montante, inicialmente, seria empregado na construção das arquibancadas de dois andares do estádio da Curuzu, projeto que acabou sendo adiado em função da oportunidade de compra do imóvel em Águas Lindas.

Além da construção dos dois primeiros campos de treinamentos, o CT terá outros três campos, também de tamanho oficial (105m x 68m), e um meio campo, destinado especificamente para a preparação dos goleiros do clube. O projeto prevê ainda o erguimento de um hotel, cozinha, refeitório, lavanderia, vestiários, área de imprensa, estacionamento e uma portaria de controle.

A obra tem orçamento total de cerca de R$ 10 milhões, conforme informou o diretor Leonardo Lopes Maia. Não há previsão para a conclusão do projeto.

(Nildo Lima/Diário do Pará)

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