A Chapecoense entrou em campo nessa terça poucas horas depois da bombástica notícia de que estava eliminada da Copa Libertadores da América por causa de uma escalação irregular. E mesmo assim o Verdão do Oeste teve de buscar equilíbrio para encarar o Zulia na Arena Condá pela sexta e última rodada da primeira fase do torneio. Se já não era mais importante para a Libertadores, o vencedor da partida ao menos garantiria uma vaga nas oitavas de final da Copa Sul-Americana. O perdedor ficaria de fora de ambas as competições sul-americanas.

E o roteiro dessa história não podia ter sido mais dramático e memorável aos brasileiros. Apesar de muito pressionar e se deparar com uma retranca eficiente dos venezuelanos, a Chape foi abatida com um gol na única oportunidade que dera ao Zulia. Na etapa final, os visitantes se limitaram a apenas defender seu gol. Depois dos 30 minutos já com um jogador a menos.

E quando tudo parecia perdido, apesar de três bolas na trave, defesas milagrosas de Vega e outras tantas que rasparam o alvo, a Chape não desanimou e foi premiada com dois gols nos acréscimos do confronto. A emoção mais uma vez tomou conta da Arena Condá, que pôde comemorar uma vitória por 2 a 1 diante do apito final do árbitro e também a vaga na Copa Sul-Americana.

Lanús se dá bem
No outro duelo da noite pelo Grupo 7, quem se deu bem foi o Lanús, que de praticamente eliminado foi para um dos melhores classificados. A equipe argentina herdou os três pontos conquistados pela Chape na quinta rodada e, nessa terça, bateu o Nacional, no Uruguai, por 1 a 0.

Com isso, o Lanús avançou às oitavas na ponta da chave, com 13 pontos, ao lado dos uruguaios, que ficaram com 8 pontos. A Chape se despediu com sete pontos, enquanto o Zúlia acabou como lanterna, com apenas cinco pontos conquistados.


O jogo
Debaixo de muita chuva e com uma nevoa que até chegava a atrapalhar quem estava nas arquibancadas encarando o frio para torcer pela Chape, a equipe de Vagner Mancini fez o que se esperava dela, apesar da frustração de saber poucas horas antes de que já não poderia mais participar da sequência da competição continental.

O Zulia, por outro lado, jogava todo atrás, como também já se imaginava. O que certamente ninguém esperava é que logo no primeiro ataque os venezuelanos abririam o placar. Mas foi exatamente o que aconteceu. Aos 29, Unrein entrou com facilidade na área e, mesmo envolvido por quatro defensores, fez o passe para Arango, que só teve o trabalho de empurrar a bola para as redes.

Daí para frente não se viu mais o Zulia no campo de ataque. Mais do que nunca, os visitantes se fecharam no campo de defesa e a Chape partiu para a pressão até, de certa forma, desorganizada.

Na etapa final, além da retranca do adversário e do péssimo estado do gramado, o Verdão do Oeste encontrou um novo obstáculo: a trave. Foram nada menos do que três bolas no “poste” e nenhum gol.

Aos oito, Wellington Paulista foi o primeiro a carimbar a trave ao sair cara a cara com o goleiro Vega. Aos 25, Bello foi expulso e a pressão dos donos da casa aumentou ainda mais. A essa altura, o Zulia sequer tinha posse de bola. Cinco minutos depois, Grolli foi para a área e só não marcou o seu porque de novo a trave atrapalhou. E aos 38 a trave se fez vilã pela terceira vez, de novo com Wellington Paulista.

Mas o espírito de Condá talvez mais uma vez tenha agido na Arena de Chapecó. De tanto martelar, buscar. Depois de tantas bolas que passaram perto ou que atravessaram a área do Zulia, o time brasileiro recebeu sua recompensa com um final dos sonhos. Aos 45, Arthur Caike aproveitou sobra dentro da área e estufou as redes. E bastou ser dada a saída no meio de campo para a Chapecoense recuperar a bola, avançar pela direita e explodir toda uma cidade em alegria por meio de uma cabeçada de Andrei Girotto, que consumou a virada aos 46 minutos do segundo tempo.

No campo, a Chapecoense chegaria às oitavas de final da Copa Libertadores embalada por uma partida memorável. Mas, a punição dada pela Conmebol tirou esse sonho do brasileiro. Mesmo assim, a festa foi garantida pelo direito do Verdão em disputar a Copa Sul-Americana a partir de agora, graças aos três pontos conquistados nessa terça.

FICHA TÉCNICA
CHAPECOENSE 2 X 1 ZULIA-VEN

Local: Arena Condá, em Chapecó (SC)
Data: 23 de maio de 2017, terça-feira
Horário: 19h30 (Brasília)
Árbitro: Gustavo Murillo (Colômbia)
Assistentes: Alexander Guzman (Colômbia) e Cristian de la Cruz (Colômbia)
Cartões amarelos: CHAPECOENSE: Douglas Grolli e Wellington Paulista. ZULIA: Vega, Bello (2) e Cézar Gómez
Cartão vermelho: ZULIA: Bello.
Público: 4.423 (total)
Renda: R$ 94.500,00

GOLS:
CHAPECOENSE:
Arthur Caíke, aos 45, e Andrei Girotto, aos 46 minutos do 2T.
ZULIA: Arango, aos 29 minutos do 1T

CHAPECOENSE: Jandrei; Apodi (Nenén), Douglas Grolli, Nathan (Fabricio Bruno) e Reinaldo; Andrei Girotto, Luiz Antônio (Tulio de Melo) e João Pedro; Rossi, Wellington Paulista e Arthur
Técnico: Vagner Mancini

ZULIA-VEN: Vega; Rivillo, Plazas, Palomino e Cuevas (Johao Martínez); Bello, Moreno, Cézar Gómez, Arango e Orozco; Unrein (Guaycochea)
Técnico: Daniel Farias

Fonte: Gazeta Esportiva

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