Após as festas e justas comemorações das meninas do Pinheirense e comunidade de Icoaraci, o que aguarda essa geração vencedora é um clima de incerteza. O presidente da Federação Paraense de Futebol, Adélcio Torres, candidato único à reeleição, afirma que, para essa temporada, não há previsão de novos campeonatos no futebol feminino.

“Já tivemos o estadual esse ano, então, o que resta, é o torneio intermunicipal de seleções, que já está em andamento. Queremos desenvolver o estadual do ano que vem em paralelo com o torneio masculino, se possível com um marketing e patrocinadores para fazer um torneio mais forte”, comentou o dirigente.

Adélcio afirma que, apesar do calendário não prever competições, o departamento de competições da FPF deve se reunir nos próximos dias para avaliar e viabilizar uma competição para manter as atletas em atividade até o próximo campeonato. Ele afirma também que a federação deve tentar, junto ao governo do estado, viabilizar uma forma de apoio financeiro similar ao que o governo tem feito com o campeonato de futebol masculino.


A GALERA DÁ SUGESTÕES

Para quem compareceu à decisão do Campeonato Brasileiro Feminino da Série A2, a situação mais frustrante possível é que, após a festa, não haja nada esperando as meninas. E os torcedores fazem algumas sugestões para que a situação mude.

Por exemplo, desde os anos 90, Paysandu, Remo e Tuna não participam, ao mesmo tempo, do torneio de futebol feminino. A participação daria prestígio e interesse ao torneio. “Eu acho que é perfeitamente viável. Se o Remo participasse de uma competição assim eu viria assistir com o maior prazer”, comentou José Maria Pantoja.

Diante da dificuldade de se conseguir patrocinadores e gerar renda, o torcedor bicolor Benedito Lima, 58, diz que um caminho é que os próprios clubes criem cotas de associação para financiadores/mantenedores do departamento feminino. “Espero que o Pinheirense tome essa medida, porque eu, com o maior prazer, me associarei e financiarei o time”, comentou.

Para Givaldo Silva Barros, 45, a discrepância entre homens e mulheres é o que impede que o futebol feminino floresça. “O problema no futebol paraense é investimento. O governo do estado está financiando mais o masculino do que o feminino. E isso precisa mudar. As garotas do Pinheirense estão conquistando o Campeonato Brasileiro e colocando o estado em exposição pro Brasil todo”, comentou.

(Taion Almeida/Diário do Pará)

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