O Transtorno do Espectro Autista (TEA), é caracterizado por uma série de condições que podem comprometer em diferentes níveis as habilidades sociais, comunicacionais e de vida diária. A ação mostra que essas pessoas podem também participar de momentos de lazer e participação social, essencial para que as pessoas com autismo e suas famílias sejam vistos e ouvidos da maneira que são.

E pensando nisso, Clube do Remo e Paysandu – mesmo não dando bons exemplos com os desempenhos na Série C – fora das quatro linhas tem marcado verdadeiros golaços, ao proporcionarem belos e marcantes momentos na vida de pequenos torcedores, com a intensificação de campanhas sociais que visão promover inclusão social nos em seus jogos na temporada atual.

Campanha Re x Pa leva a campo crianças e jovens autistas

E entre as tantas histórias de vida já contadas, as que ficaram marcadas recentemente na mente e no coração de azulinos e bicolores, envolvem os garotos Kauê Lucas (torcedor do Paysandu) e Carlinhos (torcedor do Remo). O que ambos tem em comum: o amor pelos clubes de coração, que faz com que eles possam participar de lazer sem nenhum empecilho ou dificuldade.

Recentemente, eles “roubaram a cena” e arrancaram sinceros sorrisos e lágrimas de emoção, de quem acompanhou de perto os confrontos entre Paysandu x Fluminense, no Estádio Mangueirão, pela Copa do Brasil, e Clube do Remo x Cametá, no Estádio Baenão, pelo Campeonato Paraense. Ambos adentraram no gramado – com devida proteção acústica nos ouvidos.


Torcedor autista se emociona ao entrar pela 1ª vez no Baenão

Em contato com o DOL, Marllon, que é pai de Kauê Lucas, relatou a emoção do pequeno bicolor em estar pela primeira vez no Estádio. “Ele ficou eufórico demais, afinal foi tudo muito novo pra ele, e ele e acostumado com rotina. Na escola, alguns coleguinhas pediram pra tirar fotos com ele. Tava com muito receio pelo barulho, mas ele não se importou. Estamos felizes”, disse.

Paysandu faz manhã especial para crianças com autismo

Por outro lado, o garoto Marquinhos, de 17 anos, fez uma verdadeira campanha nas redes sociais. Natural de Vila Maiauata, em Igarapé Mirim, ele pediu para adentrar com o elenco no campo de jogo, e foi prontamente atendido pelos dirigentes azulinos. Além de conhecer de perto os jogadores, ele ganhou vários presentes, e relatou: “Estou muito feliz por esse momento. Estou vivendo um sonho”, disse.

Outro ponto importante no quesito que envolve a inclusão social entre pessoas com TEA e o futebol paraense, é a criação de salas de acomodações sensoriais no Estádio Mangueirão. No último dia 3, diversos órgãos públicos como Sespa, Secom, Seel, MPPA, FPF e diretores de Clube do Remo, Paysandu e Tuna assinaram a instrução normativa elaborada pela Coordenação Estadual de Políticas para o Autismo.

Mangueirão inclusivo terá espaço para torcedores especiais

Segundo Nayara Barbalho, coordenadora Estadual de Políticas para o Autismo, o Espaço TEA é um serviço inédito em estádios no Brasil e o acesso precisa ser organizado respeitando a capacidade do local. “O Mangueirão é o primeiro estádio estadual do Brasil com dois espaços de acomodação sensorial, por isso é importante que todos os atores entendam as regras de acesso e permanência”, disse.

Desse modo, cada clube receberá de forma igualitária o espaço, por ocasião dos seus jogos quando forem disputados. “Ficou definido com os clubes e está explicado na instrução normativa que o espaço será disponibilizado de maneira igualitária para cada time, sendo que cada sala tem a capacidade de acomodar quatro pessoas com deficiência e um acompanhante para cada”, acentuou.

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