A vez dos titulares da reserva

Luís Felipe e Carlos Alberto são reservas de luxo no PSC e no Remo. Vivem, como os demais companheiros, o clima de ansiedade próprio das decisões. A situação de ambos é parecida. Atuam na mesma faixa do campo e têm quase a mesma idade (23 e 25 anos). As histórias são diferentes, mas é provável que estejam frente a frente hoje em algum momento da decisão do Parazão.

O bicolor veio em fevereiro e chegou sob a expectativa geral de virar o organizador e camisa 10 que o time tanto espera há três anos. Veio bem recomendado, como um jogador que teve bons momentos no futebol pernambucano. Tem habilidade e sabe conduzir o jogo.

Apesar de algumas tentativas, não se firmou na equipe montada por Hélio dos Anjos para o Parazão. Quando entrou em campo foi sempre no decorrer das partidas. Seu melhor momento foi no segundo Re-Pa da temporada, mas sem jogar o suficiente para se consolidar no time.

Depois da quarentena, tem sido aproveitado na Série C e em alguns jogos do Parazão. Sem brilho maior. Entrou no Re-Pa da quarta-feira, mas passou em branco. Há a certeza, porém, de que deve ser um dos escolhidos para reforçar a equipe no segundo tempo da grande final.

Carlos Alberto viveu momentos muito difíceis após ser diagnosticado com insuficiência medular aguda, ainda na Série C 2019, depois de fazer boa figura sob o comando de Márcio Fernandes. Ficou meses em tratamento e, quando preparava a volta, a pandemia interrompeu as competições.

Na retomada, mostrou evolução e qualidade para Mazola Junior. Apareceu bem no empate contra o Imperatriz, mas diante do Vila Nova-GO, no Mangueirão, só entrou nos quatro minutos finais.


No primeiro jogo das finais, esperava-se que fosse o substituto natural de Eduardo Ramos, mas o técnico optou por Douglas Packer, que teve participação nula. Para o confronto de hoje, onde qualquer erro pode ser definitivo, é provável que o armador santista seja escalado.

Mesmo que, como Luís Felipe no Papão, não seja escalado logo de cara, Carlos Alberto tem fortes possibilidades de participar da decisão. Levando em conta o rendimento dos outros meias-armadores do Leão, Packer e Robinho, Carlos Alberto deveria ser a escolha lógica.

De toda sorte, os dois terão provavelmente alguns minutos para desfrutar do privilégio de decidir um título entre dois grandes clubes brasileiros, que já se enfrentaram 754 vezes no maior clássico do Norte.

Direto do Twitter

“Não importa se acabou a obrigatoriedade de diploma. Para ser jornalista você tem que dominar o ofício, fazer reportagem, ter informação, fontes, saber escrever, entrevistar… é o básico da profissão. Dar pitaco qualquer um dá, até o (Rodrigo) Constantino”.

Cynara Menezes, a Socialista Morena, jornalista de fibra, dando a letra

Bola na Torre

Guilherme Guerreiro apresenta o programa, a partir das 22h15, na RBATV, com participações de Giuseppe Tommaso e deste escriba de Baião. Em destaque, a final do Parazão e a festa dos campeões da temporada.

Técnicos gringos agitam a pasmaceira nacional

Eduardo Coudet (Internacional) lidera o Brasileiro 2020. Jorge Sampaoli (Atlético-MG) é o terceiro colocado. No ano passado, a principal competição do país foi vencida por um estrangeiro, Jorge Jesus, campeão pelo Flamengo. O vice-campeão foi Sampaoli, pelo Santos.

Esses dados deveriam dizer alguma coisa. Os técnicos brazucas preferem não entrar nessa discussão. Pelo contrário, fogem do assunto como o capeta da cruz. Até mesmo treinadores que não estão no circuito da elite nacional mostram sinais de desconforto quanto se fala em profissionais importados.

Uma rematada bobagem. Todos têm a ganhar com a inserção de um novo pensamento a regular a esquematização dos times e o comportamento dos times em campo. Os argentinos e o português contribuíram bastante para tornar menos rotineiro e previsível o futebol no Brasil.

Seus times, com especial destaque para o Flamengo de JJ, tornaram a intensidade uma prática, saindo do mero discurso rebarbativo dos nossos “pofexores” de plantão. Sampaoli mostrou no Santos e agora no Galo que seus times jogam para frente, sempre. Não recua e rejeita cautela tática.

E tanto ele quanto Coudet não têm craques consagrados à sua disposição. A meiúca do Inter é tem Edenilson, Lindoso e Patrick, que às vezes têm a companhia de D’Alessandro. Esse meio tem ajudado Tiago Galhardo (ex-Remo, ex-Cametá) a ser artilheiro e destaque do campeonato.

No Atlético, que engoliu o São Paulo de Fernando Diniz na quinta-feira, o maior expoente é um jovem e desconhecido equatoriano, Hyoran. Outros destaques: Guga, Rafael, Sasha e Alan Franco. Alguém apostaria nesses caras?

Os gringos são elogiados e conquistam os torneios porque experimentam, arriscam e sabem extrair o melhor de jogadores que consideramos apenas medianos. Há méritos nisso, e só não vê quem não quer ou é inimigo de novidades.

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