O futebol (de novo) ameaçado

A pandemia, que já causou 170 mil mortes no Brasil, ameaça o futebol de novo. Cinquenta atletas estão contaminados e não jogarão neste fim de semana. Só o Palmeiras tem 19 baixas. Nada que não fosse possível prever. A primeira onda paralisou as competições por quatro meses e a pressa em retomar a falsa normalidade levou os clubes a voltarem de peito aberto.

Em agosto tudo já funcionava como antes, com exceção do público, felizmente mantido longe. Não por falta de esforço da Federação do Rio, apoiada por Flamengo e Vasco, pelo retorno imediato das torcidas.

Por sorte, a CBF teve um rasgo de ponderação e não embarcou na onda, mas a volta das competições não veio acompanhada do rigor que se pregava no período de elaboração dos protocolos. Depois de muitos casos detectados em setembro, tudo parecia mais calmo até meados de outubro.

Nas últimas semanas, a segunda onda que varre a Europa estendeu-se de novo às capitais do Sudeste, reabrindo a ameaça de nova devastação sobre a precária estrutura de saúde no país. O que ocorre com o futebol é quase uma prévia do que pode vir por aí atingindo a população em geral.

O pouco caso e a retórica negacionista das autoridades federais são pilares da desgraça que se abate sobre milhares de famílias. O futebol, manifestação popular que também é um negócio lucrativo, quase cedeu à tentação obtusa de reabrir os estádios para o público.

A fuga de ideia chegou a ser defendida pelos clubes paraenses, acossados pelos aperreios financeiros. A realidade, porém, fala mais alto e obriga a cultivar o bom senso. O atual desassossego na Série A mostra que a retomada foi precipitada e que a possibilidade de normalização plena só virá depois que a vacina chegar.


Papão fortalecido e consciente da obrigação de vencer

Com 22 pontos acumulados, o PSC precisará somar mais 6 para se classificar à 2ª fase da Série C. Pode obter esses pontos em dois dos três jogos que restam, todos em Belém, contra Ferroviário, Botafogo e Remo.

O que parece uma facilidade pode se voltar contra as pretensões da equipe. A campanha é curiosa. A maioria dos pontos foram conquistados fora de casa (quatro vitórias, 12 pontos). Será necessário inverter essa lógica.

A primeira batalha será contra o Ferroviário, hoje, na segunda partida sem Vinícius Leite. A ausência dele diante do Imperatriz não foi tão notada porque o PSC definiu o jogo no 1º tempo. A atuação, porém, foi morna, quase em ritmo de treino.

Diante do Ferrão, o Papão não pode ser tão passivo e desinteressado. Vencer é obrigação. A consciência dessa responsabilidade é tão importante quanto a estratégia de jogo. Marlon, que estreou bem, deve ser efetivado como substituto de Vinícius e parceiro de Nicolas no ataque.

Um acordo que resiste até a ofertas europeias

A situação de Nicolas no PSC é curiosa. Assediado por outros clubes, o atleta de 31 anos optou por ficar na Curuzu, respeitando acordo contratual firmado depois da quarentena. Pelas palavras do diretor Felipe Albuquerque a uma emissora de rádio, a decisão ganha contornos ainda mais admiráveis, pois recebeu propostas irrecusáveis.

Além do Sport-PE, que oficializou proposta por Nicolas, outros clubes, inclusive da Europa, tinham interesse em levar o artilheiro bicolor. O mais impressionante foi a oferta vinda da Alemanha, que representava sete vezes mais do que o jogador recebe no PSC. Palavra de Felipe Albuquerque.

Ninguém há de duvidar, obviamente, embora o futebol europeu seja hoje inteiramente refratário a jogadores acima da faixa de 25 anos. O foco dos clubes das ligas mais importantes, como a alemã, é nos jovens atletas.

Felipe garante que a diretoria convenceu Nicolas a ficar. Esticar o contrato por dois anos e meio revelou-se uma estratégia acertada. Por outro lado, o fato de estar bem adaptado a Belém e viver na Curuzu a melhor fase de sua carreira talvez tenha pesado na decisão do ídolo bicolor.

O executivo confirmou ainda que o vínculo de Nicolas com o Papão, válido até dezembro de 2022, tem multa rescisória de R$ 5 milhões, seguramente a mais alta entre atletas das Séries B e C.

Bola na Torre

O programa tem comando de Guilherme Guerreiro, a partir das 22h, na RBATV, com participação de Giuseppe Tommaso e deste escriba de Baião. Em destaque, as Séries C e D. A direção é de Toninho Costa.

Título nacional azulino quase passa em brancas nuvens

O Remo festejou discretamente na sexta-feira (20) o 15º aniversário da conquista do título da Série C 2005, o mais importante da centenária história da agremiação. Nossos clubes têm pouco apego a seus feitos, parecem pensar sempre no que virá, desprezando o que já foi conquistado.

De toda sorte, a vitória sobre o Novo Hamburgo na rodada final confirmou a boa campanha do time dirigido por Roberval Davino, contando com o suporte da diretoria presidida por Raphael Levy.

O veterano Maurílio encabeçava um elenco recheado de bons jogadores, muitos daqui mesmo, como Landu, Márcio e Marquinho Belém. Uma mescla extremamente bem sucedida de valores locais e importados.

O rei sem noção

E, justo no Dia da Consciência Negra, quando um negro era massacrado no Carrefour, Edson traiu Pelé outra vez.

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