Foto: Divulgação

Uma adolescente de 16 anos sofreu um estupro coletivo, no bairro do Aurá, em Ananindeua. O crime aconteceu durante uma “social” (como são chamadas as festas onde se consome diversas bebidas alcoólicas e outras drogas), na sexta-feira (26). A jovem foi resgatada da festa pelos próprios familiares que a encontraram nua, caída no chão – e com sinais de embriaguez. A família suspeita também que, além da bebida alcoólica, os agressores tenham dado algum outro tipo de droga para a garota.

A polícia ainda não tem o número exato de quantos violentaram a vítima, mas, de início, acredita que até 8 pessoas tenham cometido o abuso sexual. Até ontem, 4 pessoas já tinham prestado depoimento sobre o caso – entre elas um adolescente de 17 anos. O caso é investigado por policiais civis da Delegacia do Aurá.

A adolescente passou por exames de alcoolemia e sexologia forense no Centro de Perícias Científicas Renato Chaves, em Belém, e está em casa recebendo os cuidados da família. Desde o dia do crime, ela tem reclamado de dores no quadril e nas partes íntimas.

O CRIME

Segundo a família relatou, a adolescente saiu de casa na última sexta-feira (26) para estudar na casa de uma amiga e, de lá, iria fazer prova na escola onde estuda. Ela disse isso ainda no horário da tarde. No final da noite, a família estranhou a menina não ter retornado para casa no horário que deveria– o que não é comum acontecer. Foi então que saíram à procura dela e no caminho foram informados que ela estava numa “social”.


A tal festa acontecia numa casa na Quadra 27 e foi exatamente no endereço desse imóvel que a adolescente foi encontrada pelos familiares. O relato da família sobre este episódio é forte e causa revolta. A jovem estaria nua, com a genitália machucada e quase desmaiada.

Os familiares levaram a adolescente para a delegacia do bairro, que não funciona durante a noite. Com apoio da Polícia Militar a vítima e os familiares foram conduzidos até a Seccional Urbana da Cidade Nova – onde funciona a Central de Flagrantes – e registraram o Boletim de Ocorrência Policial. De lá, a vítima foi encaminhada para o Centro de Perícias Científicas Renato Chaves.

O próprio dono da casa iniciou o estupro, segundo delegadoDa Seccional da Cidade Nova, as investigações foram repassadas para a delegacia do Aurá e estão sob a responsabilidade do delegado Marcílio Diniz, que já começou a ouvir o depoimento de testemunhas e identificou alguns suspeitos de participarem do estupro coletivo.

A princípio, o delegado ressaltou que maioria dos participantes da festa eram jovens que “gazetaram” aula para participar do evento e que nada justifica o crime cometido naquela noite.

As investigações já indicaram que foi o próprio dono da casa e organizador da festa, um homem de 35 anos, que começou o abuso sexual contra a adolescente, praticando sexo oral na menor. “Ele já vai ser indiciado por estupro e por ter dado bebida alcoólica para menores de 18 anos, colocando-os em situação de vulnerabilidade”, pontuou o delegado.

Um irmão do promotor da “social”, de 38 anos, também está entre os suspeitos de ter participado do estupro coletivo. Outro homem, de 32, também está entre os suspeitos. Na tarde de ontem (1), uma semana após o crime, o delegado ouviu o depoimento de um adolescente de 17 anos suspeito de participar do estupro coletivo contra a jovem.

Acompanhado dos pais e de um advogado, o jovem negou que tenha praticado qualquer ato sexual com a adolescente e que tinha sido expulso do local por outros homens que violentaram a menina. “Ele disse que a vítima manifestou interesse em ficar com ele e foram para o quarto, mas alegou que quando estavam lá um grupo de 8 homens que estavam na festa pularam para dentro do cômodo e o expulsaram”, disse o delegado Marcílio Diniz. Porém, outras testemunhas alegaram que o adolescente foi visto praticando relações sexuais com a vítima.

O jovem de 17 anos, por sinal, conhece a família da vítima e, segundo os familiares dela, ele teria admitido, no último sábado (27), que também tinha tido relações com a garota. “Ele ainda disse que usou camisinha. Falou para a gente de cabeça baixa”, contou uma tia da vítima, que teve a identidade preservada.

O delegado Marcílio Diniz ainda apura todas as informações para poder identificar, de fato, todos os suspeitos de terem participado do estupro coletivo. Para ele, não há duvidas de que a garota foi violentada. “Uma análise preliminar identificou que a menina está bastante machucada nos órgãos genitais e foi coletado também líquido espermático que pode ajudar a identificar os suspeitos”, desfechou.

O inquérito tem o prazo de 30 dias para ser concluído. O CPC Renato Chaves informou que os laudos dos exames feitos na instituição têm o prazo de 15 dias para ficarem prontos. Nos 2 casos, o prazo pode ser prorrogado por mais 15 dias.

(Denilson D’almeida/Diário do Pará)

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