Ajustes explicam a boa fase

O Remo cumpriu com louvor a primeira parte da fase de classificação da Série C. Conquistou 16 pontos em nove jogos (27 pontos). Esteve a maior parte do tempo no G4 do grupo A e agora colhe os frutos disso, credenciando-se como forte candidato a passar à segunda fase, que terá dois quadrangulares para definir quem leva as quatro vagas do acesso à Série B.

A boa fase já se estende ao segundo giro da fase classificatória. A vitória sobre o Jacuipense, na 10ª rodada, confirmou o aproveitamento satisfatório nos nove jogos iniciais e serviu para inserir definitivamente o Leão entre os favoritos a avançar para a etapa de grupos.

Segundo o site Chance de Gol, famoso por elaborar projeções estatísticas no futebol brasileiro, o Remo tem 91,61% de possibilidades de alcançar a classificação. Está logo atrás do Vila Nova, com 95,4%, e do Santa Cruz, que tem 99,6%. Não é garantia plena de classificação, pois restam ainda oito partidas, mas é um indicativo de que a campanha está no rumo certo.

Cabe observar que o Remo entrou na competição cercado de desconfianças, com um elenco apenas razoável. Para chegar à condição atual – terceiro colocado, com 19 pontos –, valeu-se de um bom começo. Duas vitórias nas primeiras rodadas garantiram a liderança provisória. Perdeu gás a partir da quinta rodada, com o fracasso do esquema de quatro volantes e baixa ofensividade, armado pelo técnico Mazola Junior.

A chegada de Paulo Bonamigo, que assumiu na 8ª rodada, restituiu confiança à equipe e conquistou a torcida. Os bons resultados aconteceram rapidamente e o time se estabilizou no G4. A adequação dos jogadores ao novo esquema responde em boa parte pelo êxito da equipe.

Há algumas semanas, depois da perda do título estadual com duas derrotas para o rival, ninguém imaginaria que o Remo iria se recuperar tão rápido. Entre Mazola e Bonamigo, um rio de diferenças.


O primeiro cultivava a preferência por um sistema fechado, tendo a defesa como ponto alto. O segundo gosta de praticar o jogo ofensivo, onde a prioridade é buscar o gol. Os jogadores abraçaram a causa, peças que não tinham vez com Mazola passaram a ser úteis e o time decolou.

Para reforçar o elenco, a diretoria negocia a vinda de Salatiel, centroavante que estava no Náutico, de boa estatura e que vai representar uma alternativa para o jogo aéreo, pouco praticado atualmente pelo time porque os atacantes disponíveis são baixos e mais afeitos às jogadas pelo chão.

É evidente que Bonamigo está cada vez mais inteirado das características dos jogadores A opção por duplas laterais – Ricardo Luz e Hélio, Marlon e Wallace – revelou-se um grande acerto, bem como a utilização de Carlos Alberto como articulador, à frente dos volantes Lucas e Charles.

O desempenho do ataque está diretamente associado a essa estrutura de apoio. Não por acaso, foram seis gols em três jogos, a melhor média parcial da equipe em toda a competição.

Direto do Twitter

“É muito triste que uma jogadora de vôlei gritar “Fora, Bolsonaro” tenha a carreira mais prejudicada que um jogador de futebol condenado por estupro”.

Marcio Saldanha

Perda de atacante compromete projeto de reação do PSC

Em meio às turbulências decorrentes do mau momento na Série C, o PSC se defronta com um problema de grande magnitude: a provável saída do atacante Vinícius Leite, ponta de grandes recursos técnicos e comprovada eficiência. Seguramente, o segundo melhor jogador do time.

Caso Vinícius aceite a proposta do Avaí para se transferir ao final de seu contrato com o Papão, que termina a 10 de novembro, o clube estará às voltas com uma perda difícil de suprir.

Fontes ligadas ao atleta indicam que a oferta do Avaí é quase irrecusável – salários de R$ 45 mil, R$ 5 mil de auxílio-moradia e três anos de contrato. Diante disso, o bom senso indicam um só caminho: sair imediatamente em busca de um possível substituto.

Quando o futebol vira uma grande quermesse ufanista

Nem mesmo o feito de Neymar, que marcou três gols na vitória por 4 a 2 superando Ronaldo Fenômeno na artilharia oficial da Seleção Brasileira – com 64 gols, está atrás apenas de Pelé, que tem 77 – diminuiu o vexame que foi a transmissão da partida entre Peru e Brasil pelas Eliminatórias da Copa de 2022, anteontem à noite.

O jogo acabou se tornando uma clara ferramenta de propagando do governo Bolsonaro, que entrou no circuito para viabilizar a exibição em TV aberta. Isso foi possível numa operação de compra dos direitos pela CBF, com cessão à estatal TV Brasil.

Antes mesmo de a bola rolar em Lima, os locutores se esmeraram em saudar o presidente, lembrando os tempos das reportagens ufanistas de Amaral Neto durante o regime militar.

A não exibição do jogo na TV seria um acontecimento inédito na história moderna da Seleção. A agência Mediapro, detentora dos direitos de jogos das Eliminatórias (exceção para os que têm Brasil e Argentina como mandantes) cobrou muito alto, inviabilizando acerto com a Globo.

Há uma previsão de lei indicando que jogos do escrete têm que passar em TV Aberta. A CBF foi acionada e, horas antes do início da partida, adquiriu os direitos de transmissão, cedendo-os à TV Brasil.

O narrador André Marques não economizou adjetivos e superlativos, para reverenciar Rogério Caboclo, manda-chuva da CBF, e o próprio presidente da República. Márcio Guedes, que comentava, entrou no embalo e mandou até um abraço para Bolsonaro acentuando o clima de quermesse patriótica.

No intervalo, notícias de ações governamentais. Com a bola rolando, Marques e Guedes se revezavam na bajulação explícita, muitas vezes deixando de lado o próprio jogo. Uma noite para esquecer.

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