O goleiro Gabriel Bubniack saiu de campo como o principal nome do clássico disputado no Souza, ontem pela manhã. Evitou gols do Remo com quatro grandes intervenções. De estilo discreto, mostrou reflexo e agilidade para defender finalizações certeiras de Wellington Silva, Edson Cariús, Lucas Siqueira e Gabriel Lima, entre o primeiro e o 25º minuto do segundo tempo, quando a pressão azulina foi intensa. Algumas dessas defesas foram em sequência de até três chutes contra o gol tunante.

Esse período do jogo foi o de maior superioridade do time de Paulo Bonamigo. No primeiro tempo, encerrado em 1 a 1, apesar da melhor movimentação do Remo, a Tuna conseguiu marcar a entrada da área e só buscava o ataque de vez em quando, através de Lukinha, Fabinho e Léo Rosa.

Consistente na elaboração de jogadas, o Remo teve um início forte. Aos 4 minutos, a bola sobrou para Dioguinho, que mandou uma bomba no travessão de Gabriel. Aos 20’, Marlon bateu escanteio, Rafael Jansen subiu mais que a zaga e tocou de cabeça para Uchoa, livre, finalizar para as redes.

A Tuna não alterou a maneira de jogar, depois de sofrer o gol. Continuou insistindo nos contragolpes, criando algumas dificuldades para os laterais remistas. Perdeu Jayme, que atuava na ponta-direita, mas, aos 32’, uma bola perdida no meio gerou um ataque rápido com Fabinho.

O atacante ia entrar na área quando foi tocado por trás pelo lateral Wellington Silva. Pênalti. Léo Rosa cobrou rasteiro, no canto esquerdo, empatando a partida. A partir daí, o jogo entrou em modo brando, já por efeito do forte calor do final da manhã.

Para a etapa final, o Remo mudou de postura. Adiantou suas linhas para forçar erros na saída de bola tunante. A estratégia funcionou. Logo de cara, Wellington entrou livre e disparou, mas Gabriel defendeu bem. Cariús quase marcou aos 3 minutos em vacilo de Dedé.

Aos 12’, de peixinho, Lucas Siqueira cabeceou com muito perigo. Gabriel então resolveu fechar o gol, com defesas brilhantes em duas sequências agudas do ataque do Remo, aos 15’ e aos 25’. Pegou chutes de Cariús, Lucas e Gabriel Lima que tinham endereço certo.


A Tuna fez as cinco trocas, renovou o gás, mas não solucionou o problema da articulação entre meio e ataque. O Remo, também modificado, não teve mais a mesma organização e velocidade para buscar o gol. Tiago Miranda, Gabriel e Renan Gorne corriam, mas a bola não chegava, principalmente depois que Gedoz, exaurido, saiu para Renan Oliveira entrar.

 

 

A (justa) irritação de Bonamigo com a penalidade

 

Conhecido pelo jeito tranquilo e educado, Paulo Bonamigo se aborreceu bastante no jogo de ontem, no Souza. Reclamou de várias marcações do árbitro Joelson Silva dos Santos, levou um cartão amarelo e no final desabafou contra a marcação do pênalti que deu o empate à Tuna.

O técnico entendeu, depois de rever o lance na TV, que a falta cometida por Wellington Silva aos 32 minutos do primeiro tempo foi fora da grande área. É verdade. O lance, apesar de rápido, foi claramente de uma infração que aconteceu a quase um metro da linha da área.

Desculpando-se por falar publicamente contra a arbitragem, Bonamigo admitiu que perdeu um pouco o controle. “Eu não estou em Belém pra passear, eu vim trabalhar”, afirmou. O lance, determinante para o resultado final, brecou o time, que até então fazia uma atuação satisfatória.

 

 

Em campo enlameado, Papão e Japiim ficam no zero

 

O jogo foi muito ruim, em boa medida por causa das condições do gramado do estádio Modelão, quase impraticável depois da chuva que caiu durante o primeiro tempo. O placar de 0 a 0 fez justiça à baixa produtividade dos times. Castanhal e PSC não mereciam vencer.

Na primeira etapa, o único lance mais emocionante foi uma cobrança de falta, por Marlon, que acabou batendo no travessão de Axel. No restante do tempo, um festival de passes errados e falta de criatividade. As poças no gramado prejudicavam as jogadas em velocidade.

Ao contrário do PSC, o Castanhal tentava o ataque com jogadas pelos lados do campo, mas o centroavante Canga não recebia um cruzamento decente. A situação só se alterou no segundo tempo quando Fidélis entrou no jogo e passou a investir pelo lado direito, inicialmente.

Levou perigo em duas situações, driblando Bruno Collaço e Denilson dentro da área, mas as finalizações não representaram risco ao gol de Victor Souza. Samuel e Gui Campana não produziam em nível relevante, embolando com a marcação no meio-campo.

Com Fidélis e Pecel caindo pelos lados, o Castanhal chegou a ameaçar um cerco de meia pressão, mas os cruzamentos saíam tortos e a defesa bicolor se safava bem. Em lance reclamado pelo Japiim, Fazendinha entrou na área pelo lado esquerdo, foi tocado por Alisson junto à linha de fundo, mas o árbitro Gustavo Ramos Melo deixou o jogo seguir.

A partida era disputada na base de chutões, de lado a lado, quase no nível de uma pelada. Alguns jogadores tentavam jogar, mas o campo atrapalhava. No PSC, Marlon foi o mais eficiente. No Castanhal, Fidélis entrou bem, mas se perdia na hora de definir.

Com o jogo mais aberto depois dos 30 minutos, o PSC ameaçou com Bruno Collaço e Gabriel Barbosa, que entrou no lugar de Robinho. Rui, que também foi lançado nos 15 minutos finais, perdeu grande oportunidade após Axel espalmar um chute do volante Elyezer.

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