Despesas inquietam clubes

A polêmica da semana foi a possibilidade de interdição do Mangueirão para jogos a partir de julho, período que pode coincidir com o reinício do Campeonato Estadual. Sem o estádio, a competição ficaria comprometida e quase inviabilizada, pois limitaria a realização de jogos em Belém aos estádios da Curuzu e Baenão (apenas durante o dia).

Os boatos surgiram em meio à insatisfação dos clubes com a possibilidade de retomada do campeonato sem o devido suporte financeiro, por parte de FPF e CBF. Com a ausência de receita de bilheteria, pois os jogos terão que ocorrer sem torcida, há o legítimo receio de que o prejuízo fique exclusivamente com as agremiações.

A partir daí, começam a pipocar argumentos contrários à continuação do Parazão, movimento que havia surgido em abril, mas que acabou sufocado pela interferência da FPF, com apoio do patrocinador do torneio – Governo do Estado, através de Funtelpa e Banpará.

Segundo o governo, não há previsão de interdição imediata do estádio Jornalista Edgar Proença. A Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (Seel) informa que manteve as manutenções regulares de gramado, pintura, partes elétricas e hidráulicas do Mangueirão.

A Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Obras Públicas (Sedop) finaliza a preparação do projeto de reforma do estádio. O material servirá de base ao processo de licitação das obras, que deve ser concluído ainda em julho. No fundo, os problemas que rondam o reinício do campeonato não se limitam ao Mangueirão. O desafio maior está no lado financeiro.

Mesmo que os jogos sejam liberados para final de julho ou início de agosto, como prevê a coluna, resta saber como serão bancadas as despesas com salários e encargos. “Cada mês esticado com futebol sem público é uma tragédia financeira para nós. Então, hoje, calendário implica em financeiro e sem financeiro é impossível pensar na retomada. Se houver recurso garantido pra bancar agosto, ok. Mas, e se não tiver?”, questiona o presidente Ricardo Gluck Paul, do PSC, para quem voltar em julho ou agosto está praticamente descartada.


Ricardo acredita que o encurtamento do calendário de 2020 dificultará a preparação para o Campeonato Brasileiro da Série C, tornando temerária a disputa do Parazão no mês anterior ao torneio nacional. Disputar dois campeonatos quase simultaneamente, após tantos meses de inatividade, representa um grande risco para os atletas.

Para ele, o comportamento inicial dentro da Série C é fundamental para uma campanha bem sucedida, projeto que seria prejudicado pelo envolvimento na fase decisiva do Parazão um mês antes. Ricardo afirma, também, que o dinheiro do patrocínio se esgotou com as perdas acumuladas durante os meses da quarentena e culpa a FPF por não ter antecipado as rodadas do Parazão em março, como os clubes sugeriam.

Por ora, a previsão é de que o Estadual seja concluído antes do Brasileiro, mas as dúvidas sobre a viabilidade econômica se amontoam, ainda sem as respostas que os clubes esperam.

Tapajós não desistiu, mas questiona protocolo da FPF

A coluna esclarece que, ao contrário do mencionado no comentário de ontem sobre o Parazão, o Tapajós não desistiu de participar. A diretoria enviou ofício à FPF expondo suas preocupações com a manutenção do elenco e reapresentando a proposta de retomada do Campeonato no final do ano, além de reivindicar o não rebaixamento neste ano.

O advogado André Cavalcante, assessor jurídico do clube, explica que é preciso esclarecer como será feito o custeio de despesas com testes, não somente no dia de jogos, mas, principalmente, na fase de preparação.

Com fundamentação jurídica, questiona também a quebra de isonomia financeira. “Não parece justo que dois clubes que disputam vaga na Série D/2021, Copa do Brasil/2021, título/2020 e Rebaixamento/2020 tenham dobrado suas arrecadações com verbas de patrocinador e CBF (independentemente do motivo)”, observa André.

Sobre o protocolo, o Tapajós quer saber quem ficará responsável pelos custos. O documento exige que os clubes mantenham concentração com um atleta em cada quarto, o que torna inviável financeiramente.

As reuniões virtuais organizadas pela diretoria, à frente o presidente Sandeclei Monte, discutem os caminhos a serem seguidos pelo Boto. Até o fim desta semana, o clube deve decidir que posição será fechada.

Direto do Twitter

“Essa coisa de que brasileiro gosta de futebol é lenda. Amigo, acho que a tara é shopping”.

Xico Sá, escritor e jornalista

Henry e a fabulosa reprogramação operada por Guardiola

Quando um craque da envergadura de Thierry Henry fala sobre suas experiências no futebol é preciso prestar atenção. Em entrevista ao site da Liga dos Campeões, o atacante francês citou sua passagem pelo Barcelona, com ênfase na relação com Pep Guardiola.

Henry foi para o Barça em 2007, após temporadas bem sucedidas no Arsenal. Lá, virou figura exponencial no sofisticado esquema montado por Pep e que garantiu a conquista da Liga dos Campeões de 2009.

“Pensei que conhecia futebol, mas quando cheguei ao Barça fui reprogramado. Guardiola ativou meu cérebro em um nível tático espetacular”, elogiou.

Henry ficou no Barcelona de 2007 a 2010, participando de 121 partidas, marcando 49 gols e fazendo 27 assistências.

(Diário do Pará)

DEIXE UMA RESPOSTA

Digite seu comentário!
Digite seu nome aqui