Esse jogo foi o mais doído de não ter feito um gol em função de tudo aquilo que a equipe procurou produzir.” O desabafo em tom de lamentação foi feito pelo técnico Hélio dos Anjos, após o empate, por 0 a 0, da última segunda-feira diante do Volta Redonda-RJ, no Mangueirão. A sentença do treinador, porém, também poderia ser aplicada de forma justa ao jogo anterior do Paysandu na Série C do Brasileiro, frente ao Juventude-RS, e a tantas outras partidas em que o time deixou de vencer por conta da inoperância de seu ataque, setor que, contraditoriamente, mais recebeu jogadores desde o início da temporada.
Diz a velha máxima que contra números não há argumento. E no caso do ataque bicolor o ditado é mais que comprovado, não deixando qualquer margem para questionamento. Em 13 partidas disputadas no Brasileiro até aqui, o Papão só conseguiu marcar 7 gols, dividindo com o Atlético-AC, lanterna do Grupo B, os piores ataques da competição entre os 20 clubes participantes. Dos gols anotados pela equipe, só cinco saíram dos pés e cabeça dos atacantes, no caso Nicolas, Vinícius Leite (2, cada um) e Paulo Rangel (1). Os outros foram do volante Anderson Uchôa e do zagueiro Reinaldo, do Tombense-MG, contra.
O fato do elenco do Papão ter quantidade não significa, na prática até aqui, qualidade dos atletas de ataque. Do início do ano até o momento, o clube já contratou um total de 13 atletas da posição, sem que nenhum deles conseguisse ter a mesma eficiência de Bergson e Cassiano, pra ficar em apenas dois dos últimos “matadores” jurados e sacramentados que passaram pela Curuzu nos últimos anos. Alguns dos pseudos goleadores trazidos pelo clube já se mandaram sem deixar a menor saudade à Fiel.
Aqueles que ainda continuam no elenco bicolor a cada nova partida tentam, sem sucesso, como ocorreu frente ao Voltaço, comprovar que sabem fazer gol. Com exceção de Nicolas, que soma 6 gols no ano, número que não chega a empolgar tanto, os demais atacantes que ainda permanecem no clube seguem em dívida com o torcedor. Caso, por exemplo, de Jheimy, que em 5 partidas não conseguiu balançar a rede uma só vez. Quase a mesma situação de Wesley Pacheco, mas este recém-contratado e com participação em 68 minutos de duas partidas (Ypiranga-RS e Tombense-MG).
O jejum dos atacantes bicolores não é nenhuma novidade. No Parazão, o time teve o maior número de gols marcados – 21 -, mas apenas 10 foram marcados por atacantes – Nicolas (4), Paulo Rangel, Paulo Henrique (2), Caion e Vinícius Leite (1). Na Copa do Brasil, contra o Internacional-RS (3 a 1 e 1 a 0), o único gol do time foi anotado pelo lateral Bruno Collaço.
FIQUE POR DENTRO!
Atacantes contratados em 2019
Jheimy
Wesley Pacheco
Nicolas
Paulo Henrique
Paulo Rangel
Elielton
Pimentinha
João Leonardo
Tiago Luís
Vinicius Leite
Caion
Felipe de Jesus
Hygor Garcia*
*Ainda não apresentado à imprensa
Artilharia do Paysandu na temporada
Nicolas – 6 gols
Paulo Rangel – 3
Vinicius Leite – 3 gols
Marcos Antonio – 2 gols
Paulo Henrique – 2 gols
Alan Calbergue – 2 gols
Victor Oliveira – 2 gols
Micael – 2 gols
Bruno Oliveira – 1 gol
Caion – 1 gol
Diego Matos – 1 gol
Caíque Oliveira – 1 gol
Anderson Uchôa – 1 gol