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Yuri tem sido um dos destaques do Leão e mostra identificação com a torcida

No Parazão desta temporada, antes do encerramento da competição, que culminaria com a conquista do bicampeonato azulino, o Clube do Remo não era convincente em campo, o que gerou a desconfiança de todos ao longo da disputa. Assim, na tentativa de equilibrar o elenco, que sofria fortes críticas e, principalmente, dar uma resposta à torcida, a diretoria de futebol acatou o pedido do Fenômeno Azul ao repatriar o volante Yuri, 29 anos, como peça de fortalecimento ao setor.

Para muitos, apesar do suporte trazido por outras contratações e o padrão tático estabelecido pelo treinador Márcio Fernandes, o retorno de Yuri é apontado como fundamental pelo progresso da equipe, tanto no título do Parazão quanto nesta sequência invicta do grupo na Série C, hoje, ocupando a liderança isolada do grupo B do certame.

Outro fator de destaque é a identificação do profissional com a agremiação remista. Embora esteja vivenciando a sua segunda passagem oficial pelo Baenão, ano passado, mesmo sob contrato com o Botafogo-SP, Yuri aceitou o convite para participar de um amistoso com a camisa o Remo, na despedida do calendário oficial promovido pela diretoria da época. Além disso, o seu posicionamento nas redes sociais ao afirmar ser um dos milhares de torcedores do Leão fortifica a relação com a massa.

Titular absoluto desde que foi apresentado, com 10 jogos realizados e autor de um dos gols que permitiu o Remo levantar o caneco estadual, o seu primeiro título pela instituição, o jogador tem se notabilizado em campo pela determinação, seja na defesa ou ataque, a exemplo da vitória passada, ao ter dado a assistência para o segundo gol diante do Atlético-AC.

Dessa maneira, na expectativa de poder celebrar de forma diferente da sua primeira passagem, quando defendeu a equipe pela Série C de 2016, Yuri comentou sobre as diferenças de elenco dos dois momentos, o compromisso da atual gestão, o papel de todos que estão envolvidos no futebol do Remo e a fase positiva, individual e coletiva, vivida nos gramados. Acompanhe!

P Na Série C desta temporada, o Remo tem trilhado a sua melhor campanha desde o retorno à competição. Para quem já viveu os dois lados no certame, o que distingue esse elenco do de 2016?

R Muitas coisas são diferentes. Um fator de extrema importância é a sintonia entre jogadores e comissão técnica. Cada um tem se esforçado ao máximo para entender e fazer o que se é pedido em campo, porque sabemos que temos um profissional vencedor (Márcio Fernandes, técnico) e que está buscando, assim como nós, vencer novamente. Outra diferença é a humildade do grupo e o entendimento dos jogadores em relação ao clube. O objetivo é ajudar o Remo, que aí sabemos que automaticamente vamos nos ajudar.

P O Remo é líder da sua chave de forma isolada, com 11 pontos. Mas a competição ainda vai para a sua sexta rodada, ou seja, muita coisa pode acontecer, apesar da perspectiva ser a melhor possível. Como o elenco tem encarado esse momento? Existe uma autocobrança para continuar no embalo?

R Acho que com humildade devemos assumir esse momento com coragem e inteligência. O grupo está muito unido em busca desse objetivo, que é classificar e depois subir. Eu quero isso demais. Ser líder é resultado de uma preparação muito boa. Mas, mais importante do que ser líder momentâneo é conseguir a classificação (ao mata-mata).

P Você é uma das referências no meio-campo do Remo, setor esse que tem tido o melhor percentual de evolução, depois de ter sido o mais cobrado e criticado pela sua ineficiência. O que de fato ocorreu para esse progresso em tão pouco tempo?

R O time vem evoluindo como um todo. Quando as coisas acontecem bem na defesa, fica mais fácil para o meio e para o ataque. E vice-versa. Acho que o time passou a entender mais o coletivo. E nós mantemos o estilo mesmo com a entrada dos companheiros da reserva. O Márcio tem um papel muito importante em treinar exaustivamente a compactação para que o jogo seja aproximado e isso nos beneficia muito.

P Em algumas entrevistas você menciona que os jogadores são apenas uma parcela do conjunto que tem agido para que o Remo pudesse repassar isso em campo. Quais seriam as restantes?

R O Remo é um clube que tem funcionários-torcedores, que dão o sangue no dia a dia, muitas vezes não são reconhecidos pelo público, mas são tão importantes quanto os jogadores. Acho que eles são os verdadeiros destaques desse clube e esperavam esse nível de comprometimento dos atletas há algum tempo. Todos que trabalham a nossa volta são destaques e fico feliz por poder estar aqui nesse momento. Eu vejo o nosso torcedor alegre nas ruas, indo feliz para o trabalho mesmo com todas as dificuldades do dia a dia. Saber que somos o motivo só nos dá mais gás para querer mais.

P Se você pudesse apontar, quais seriam as principais diferenças dos bastidores/extracampo (comissão técnica / gestão) da sua primeira passagem para essa no Baenão?

R O futebol tem muitas variáveis. A sintonia entre atletas, comissão e direção está excelente. O presidente se faz presente no dia a dia, olho no olho. Esse nível de confiança faz toda a diferença. Acredito que o futebol se faz de fora para dentro do campo e por isso o momento é bom para todos no clube, não só para os jogadores, que acabam aparecendo mais. Porém, o trabalho de bastidores num clube enorme como Remo é muito importante e vejo que nesse retorno está sendo bem mais profissional, até pelo projeto que o clube está se esforçando para atingir ao final do ano.

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