A afirmação é baseada em projeções, sem peso matemático, mas é perfeitamente cabível nas circunstâncias de disputa da Série C. Remo e PSC comandam o grupo D, com 7 pontos e 6 pontos. O Pará tem o líder e o vice-líder da atual fase, que está exatamente na metade.
Nas demais posições, aparecem o Londrina (4 pontos) e o Ypiranga, que não pontuou. Como o time gaúcho só pode alcançar 9 pontos, desde que faça uma campanha impecável a partir de agora, é pouco provável que se posicione em condições de subir.
Um cálculo simples indica que a dupla Re-Pa só tem a concorrência do Londrina na disputa em torno das duas vagas. Desse modo, um dos velhos rivais do nosso futebol já está com o pé na Série B.
Restam três rodadas e ambos só dependem de suas forças para garantir o cobiçado acesso à Segunda Divisão, que o Pará não disputa desde 2018, quando o PSC foi rebaixado.
O Remo, por ora, é o que mais se aproxima da condição de classificado, pela rota mais favorável. Fará um jogo fora, domingo, contra o Ypiranga, e depois decidirá a sorte em confrontos dentro de Belém, com PSC e Londrina. Precisa, teoricamente, de três pontos em nove a disputar.
Já o PSC também reúne grandes possibilidades de chegar lá. Para alcançar a chamada nota de corte (10 pontos), o Papão terá que marcar quatro pontos em três rodadas, com a vantagem presumida de enfrentar um eliminado Ypiranga no último compromisso.
A rodada deste fim de semana deve clarear definições no grupo. Caso não percam, Leão e Papão encaminham o duplo acesso. Caso contrário, é provável que o destino de ambos, como em tantas outras ocasiões, dependa do choque-rei. Quem vencer pode se considerar garantido na Série B. O derrotado terá que arrancar uma vitória na rodada de encerramento.
O momento é de afirmação dos dois times. Apesar disso, problemas insistem em desafiar os técnicos. No Remo, o ataque voltou a funcionar bem, embora Tcharlles não tenha ainda se firmado como titular pelo lado esquerdo. Wallace segue fazendo muita falta.
No PSC, quase todos as mazelas se localizam no meio-campo, onde Alex Maranhão deveria ser o comandante, mas o fôlego já não ajuda e o time cada vez mais se sente órfão de um meia criativo.
A reafirmação da importância de Eduardo Ramos
Bastaram 25 minutos em campo para o meia Eduardo Ramos liderar a fulminante reação do Remo diante do Ypiranga, domingo passado. Mesmo ainda prejudicado fisicamente pelos 30 dias de recuperação no departamento médico cuidando de uma lesão muscular.
Teve poucas e fundamentais intervenções no jogo, inclusive no aspecto psicológico. Quando a partida descambava para um cai-cai por parte do Ypiranga, Ramos pressionou o árbitro apontando o que era óbvio, mas ninguém dizia: a bola não estava mais rolando diante de tantas interrupções provocadas por lesões ou catimba dos gaúchos.
Quem acompanhou aquele segundo tempo percebeu o valor de Ramos para o equilíbrio do time. Com ele, os demais jogadores recuperaram a confiança partindo para a busca do empate e, em seguida, da virada.
Substituiu Felipe Gedoz, que não fez uma grande partida e abusou dos erros de passe. Ramos foi muito além dele, assumindo claramente o papel de liderança técnica que o técnico Paulo Bonamigo tanto valoriza.
O rendimento não foi brilhante. Afinal, ficou 17 dias sem contato com bola, mas o envolvimento com o jogo e a noção de que era necessário comandar o processo fizeram toda a diferença.
Amadurecido, Ramos já não parece se preocupar em ser o astro da companhia. Sabe que os críticos, que nunca lhe deram trégua, estão sempre à espreita, mas mostra-se consciente de que o momento exige entrega e participação, mesmo sem estar na plenitude da forma.
É importante observar que, apesar das ausências e a sequência de contusões, além da contaminação por covid, Ramos mantém números que o credenciam. Participou de 21 partidas, marcou oito gols na temporada e é o principal anotador do Leão.
A última participação havia sido contra o Botafogo-PB no final da fase de classificação. Fez falta. O time perdeu identidade no meio-campo e uma voz firme de comando. É fato, também, que Ramos impõe respeito entre os adversários, o que abre caminhos para outros companheiros de equipe.
Depois de levar o Remo à Série C em 2015, após uma temporada que começou mal, Ramos expôs publicamente a vontade de conquistar um novo acesso, para a Série B. Só não disse quando, mas neste ano fica cada vez mais claro que ele encara qualquer parada para concretizar a meta.
Enfim, Sir Lewis Hamilton, com todas as honras
O super piloto de F1 ganhou a condecoração por “serviços prestados aos esportes a motor”, na resumida definição do Palácio de Buckingham. Hamilton tem méritos imensos como desportista e principalmente como cidadão do mundo, sempre abraçando as causas certas e humanistas, ao contrário de alguns apóstolos da covid que vicejam no Brasil.
A Ordem do Império Britânico foi instituída em 1917 pelo avô da rainha Elizabeth II, o Rei George V. Tem, ao todo, cinco categorias. Hamilton tem o privilégio de ser condecorado ainda em atividade, ao contrário de Jack Brabham, Stirling Moss e Jackie Stewart.
O melhor piloto da atualidade – e, certamente, em breve o maior de todos – é apenas o quarto atleta britânico negro, fora do críquete, a merecer tamanha honraria. Merecidíssima, por sinal.