Dorival Júnior respirou aliviado quando Luiz Henrique completou a virada da seleção brasileira na partida contra o Chile, na quinta-feira (10), mas o rendimento da equipe canarinho na vitória por 2 a 1 foi aquém do que o treinador precisava para ter tranquilidade na sequência de seu trabalho.

Novamente, como tem sido desde o começo do classificatório, o Brasil dependeu de lampejos individuais de seus jogadores para criar chances de gol, uma vez que coletivamente o time parecia desorganizado, repetindo erros recorrentes, como no lance em que os chilenos abriram o placar logo no primeiro minuto.

O gol de Eduardo Vargas foi o nono sofrido pelo Brasil nas Eliminatórias, sendo o oitavo em bola aérea. E não foi um momento isolado. A defesa voltou a cometer uma série de erros. Danilo, por exemplo, além de contribuir pouco no ataque, somou vacilos atrás.

Do meio para frente, André e Lucas Paquetá também falhavam na saída de bola, e as linhas de defesa e ataque jogavam distantes no novo esquema de Dorival, um 3-2-5, que alternava para 4-4-2 na hora de se defender.

Com a fragilidade do adversário, apenas o penúltimo colocado da competição, o Brasil conseguiu ter uma posse de bola perto de 70%, mas criou poucas chances claras de gol. Além do lance do gol de Luiz Henrique, Igor Jesus também conseguiu balançar a rede, aproveitando uma das raras jogadas efetivas do time.


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“Estamos caminhando passo a passo, com muita coisa para consertar, mas aos pouquinhos encontrando o caminho”, reconheceu Dorival Júnior, antes de tentar defender a atuação de sua equipe. “Nós tivemos equilíbrio e tranquilidade, acelerando nos momentos em que tivemos posse de bola. Trocamos um número considerável de passes, invertendo das jogadas”, acrescentou o comandante.

O tom usado pelo técnico também pode ser interpretado como uma forma de aliviar a pressão. Afinal, até os minutos finais da partida com o Chile, o Brasil somava apenas um ponto nas Eliminatórias, chegando a 11, o mesmo acumulado até o momento pela Venezuela, que está sétimo na classificação, a posição que obriga a equipe a disputar uma repescagem para o Mundial de 2026.

Com a vitória, o Brasil chegou à quarta posição, atrás de Argentina (19), Colômbia (16) e Uruguai (15). Na próxima terça-feira (15), a equipe canarinho recebe o Peru, em Brasília, com a chance de terminar as duas datas Fifa na vice-liderança do classificatório, algo que seria fundamental para Dorival se firmar no cargo.

Capitão da seleção brasileira diante do Chile, Marquinhos aproveitou o triunfo para sair em defesa do técnico. “O professor já mostrou em outros trabalhos o grande profissional que é e estamos vendo aqui também. O tempo e o trabalho vão fazer com que cresçamos como grupo e como equipe. Mudança não vem ao caso”, afirmou o zagueiro. “Não é fácil e temos que dar tempo ao tempo”, acrescentou o defensor.

O problema é que metade das Eliminatórias já foram. O Brasil venceu só quatro partidas, que foram contra Bolívia, Peru, Equador e Chile, empatou com a Venezuela e perdeu para Argentina, Uruguai, Colômbia e Paraguai. Só não está em situação mais desconfortável na classificação porque, a partir desta edição, as Eliminatórias Sul-Americanas têm seis vagas diretas e uma de repescagem para a Copa.

Além disso, não conseguiu até agora um triunfo com desempenho capaz de empolgar o torcedor, como Dorival prometeu em sua apresentação. Por isso muito mais do que vencer o Peru na próxima terça-feira, a seleção brasileira precisa mesmo é fazer um grande jogo.

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“Essas oscilações acontecem e continuarão acontecendo. Chegaremos com uma equipe forte daqui a dois anos, mas passaremos alguns apertos. Tudo o que está sendo pedido e treinador os jogadores estão desenvolvendo”, avisou Dorival Júnior.

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