Ao longo da vida, o esporte deixa nomes especiais e que não serão esquecidos pelos torcedores e admiradores, porém o ciclo da vida termina para homens que dedicaram tempo e amor aos seus amores, mas se tornam lendas na história do futebol.
É o caso de Manoel Nazareth de Santana Ribeiro, ex-presidente do Clube do Remo, que agora não se torna mais um torcedor qualquer do Leão Azul, mas também um ícone na história do Filho da Glória e do Triunfo, clube que se dedicou ainda jovem antes mesmo de ser presidente.
Falar em Glória e Triunfo, veio uma das suas alcunhas mais expressivas: Marechal da Vitória, apelido dado pelo radialista Claudio Guimarães, da Rádio Clube do Pará após conquistar vários títulos pelo Remo na década de 70, entre os quais, uma proeza que ninguém no Brasil possui: Manoel Ribeiro foi presidente de um clube tricampeão invicto na história do futebol, fato este conquistado pelo Remo entre 1973/74 e 75.
Maneco, Ah Maneco, presidente que bancou contratações de peso na história do Leão com Dutra, Aranha, Caíto e o responsável por trazer o desconhecido Alcino, o Negão Motora, que tinha como um filho ao ponto de proteger dos perigos da vida, como num clássico onde evitou ser morto por torcedores do Paysandu no irreverente gol de bumbum na Curuzu. Se não fosse seu Manoel…
O mesmo Manoel que era temperamental em jogos polêmicos, mas foi responsável por bancar João Avelino e montar um timaço do Remo, lembrado até hoje pelos torcedores no Brasileirão de 1972. Manoel Ribeiro conviveu com amigos, amores e escudeiros, como o caso de Chuva, seu funcionário fiel nos tempos de presidente do Leão Azul.
Os tempos passaram e Manoel Ribeiro continuava circulando nos bastidores azulinos. Chegou a morar ao lado do Baenão e depois passou para mais perto do clube, a sede social, local que praticamente ficava o dia inteiro cumprindo expediente como presidente, mas sem esquecer aquilo que estava em seu nome, a Virgem de Nazareth, pois tinha uma imagem em sua sala nos tempos de mandatário azulino.
Responsável por apagar a luz do Baenão em alguns jogos, mas hoje a luz divina se acende para um ícone da história do Clube do Remo, ao ponto de se juntar a outras figuras do clube como Rubilar, Periçá, Evandro Almeida e o próprio Alcino, com quem tinha uma relação de pai e filho.
Como diz no hino do Clube do Remo, “Enquanto azul bandeira tremuleja, o vento a beija como a sonhar e honrando essa bandeira que paneja, nós todos saberemos com amor lutar”, a mesma bandeira azulina que empunhava nas grandes vitórias é a mesma que está a meio mastro, em respeito a história de um homem e o seu amor ao lado azul marinho do Norte do Brasil.