O  Clube do Remo voltou a proporcionar desilusões e infortúnios aos seus torcedores com o término da temporada 2023. O Leão Azul encerrou as atividades do ano no sábado (26), em jogo válido pela última rodada da fase classificatória da Série C do Campeonato Brasileiro. Sem chances de classificação e de rebaixamento, os azulinos apenas cumpriram tabela diante do Altos-PI.

Em comparação a outras temporadas, desta vez o fracasso do Filho da Glória e do Triunfo foi maior. Ao todo, foram quatro competições disputadas. No Campeonato Paraense foi vice-campeão, perdendo o título dentro do Baenão para o Águia de Marabá. Na Copa Verde, eliminação nas semifinais para o Paysandu.

Na Copa do Brasil, a vitória empolgante contra o Corinthians na ida foi um dos poucos momentos de alegria do Fenômeno Azul na temporada. Na volta, em São Paulo, eliminação nos pênaltis e queda na terceira fase. Na Terceirona, o principal objetivo, decepção e risco de queda iminente até a penúltima rodada.

Certamente, o presidente Fábio Bentes fez uma boa gestão financeira ao longo de quatro anos que esteve à frente do clube. Segundo o mandatário, o Clube de Periçá irá iniciar 2024 com R$ 5 milhões nos cofres e sem bloqueios de cotas, tudo isso graças a quitação das dívidas trabalhistas. No entanto, o cartola pecou quando o assunto foi gestão de futebol.

 











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A Temporada:

“Se amar este homem for crime, me prenda agora”, e no embalo do técnico Marcelo Cabo, o Clube do Remo iniciou 2023 de maneira avassaladora. Foram nove vitórias nos nove primeiros jogos, envolvendo Campeonato Paraense e Copa do Brasil, quebrando um recorde que vinha desde 1984, quando havia vencido oito partidas seguidas.

Parecia ser uma temporada mágica, com destaque para o meia Pablo Roberto e para o atacante Muriqui, que comandavam a equipe. A primeira derrota veio para o São Raimundo-RR, nas oitavas da Copa Verde, mas nada que abalasse o elenco, que emplacou mais três vitórias seguidas, eliminado a equipe de Roraima e vencendo o primeiro Re-Pa do ano, válido pela Copa Verde.













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Entretanto, os ares começaram a mudar no confronto seguinte contra o Paysandu. Na partida da volta, derrota no tempo normal e nos pênaltis e a primeira eliminação chegou. A pressão veio e o elenco começou a ser questionado, mas muitos falaram que foi soberba e por isso o “tropeço”. Logo em seguida, derrota para o Papão no Parazão, em jogo que ambos já estavam classificados para a próxima fase.

Na sequência, a melhor exibição apresentada no ano. Diante do Corinthians, pela terceira fase da Copa do Brasil, vitória na ida por 2 a 0 com um Mangueirão lotado. Uma nova boa sequência começou, mas após quatro jogos, revés para os paulistas em São Paulo e queda na competição nacional. A segunda eliminação chegou.

Mas beleza, era o Corinthians. Apesar da derrota no fim e eliminação nos pênaltis, era a lógica o time da Série A passar. O pior estava por vir. O Remo perdeu o brio com a chegada da Série C. Foram quatro derrotas seguidas na Terceirona e no meio delas mais uma para o Águia de Marabá, na ida da final do Parazão.

Marcelo Cabo caiu e Ricardo Catalá chegou às vésperas da segunda partida da decisão do estadual, onde apenas observou o Leão virar o jogo na volta e ir para mais uma decisão nos pênaltis. Pela terceira vez seguida, novo fracasso nas penalidades e o vice dentro do Baenão lotado. Restava uma remontada na Série C para salvar a temporada.

 











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O novo comandante deu uma nova cara para o Leão que estava baqueado das porradas da vida. Uma nova sequência invicta chegou, com sete jogos, sendo três vitórias e quatro empates e uma reação na principal competição do ano. No entanto, derrota para o Operário e, pela terceira vez em 2023, para o Paysandu.

Depois, vencia, empatava, vencia, empatava. Pontos cruciais foram perdidos e a classificação foi ficando distante, enquanto que a zona de rebaixamento estava sempre por perto. No fim, o Leão escapou de voltar para a última divisão do futebol brasileiro e muitos torcedores até respiraram aliviados, porém sem deixar a insatisfação de lado.

O Remo terminou com 25 pontos, na 11ª colocação e com um aproveitamento de 43,9%. O maior problema foram os jogos em casa. Em nove partidas, quatro vitórias – uma quando não valia mais nada -, dois empates e três derrotas, ficando com um aproveitamento de 51,9%. Agora, resta esperar as eleições e saber o rumo de 2024.

 











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Elenco:

Ao todo, contando remanescentes, contratados e jogadores que subiram da base para o profissional, foram 51 jogadores que passaram pelo Baenão. Uns o torcedor nem lembra, outros decepcionaram e poucos se salvaram. Até mesmo o ídolo Vinícius sofreu com fortes críticas. Lembra de Pablo Roberto e Muriqui? Ambos caíram de rendimento e o primeiro saiu ainda quando o Leão estava no Z-4 da Terceirona.

Contratações desenfreadas para tentar soluções imediatas. O meia Marcelo, com certeza, não vai deixar saudades no Fenômeno Azul, por exemplo. No entanto, foi homem de confiança de Ricardo Catalá, que seguiu insistindo com ele na reta final da fase classificatória. E Laranjeira? E Vitor Leque que chegou podendo jogar só 25 minutos? Thiaguinho foi o último contratado, quando faltavam quatro jogos e não entrou um minuto em campo. Esses são alguns dos exemplos entre tantos.

Quais os critérios das contratações? Será que o executivo Thiago Gasparino, que saiu no meio da competição nacional tinha total liberdade para fazer as contratações? Fábio Bentes disse que sim em coletiva. O profissional não respondeu nossa equipe para falar do assunto. Como será que funciona o critério de avaliação de desempenho para que um jogador seja indicado ao clube?

Quem pena com tudo é o torcedor remista que, tirando a temporada de 2020/21, quando conquistou o acesso e disputou a Série B, viu a equipe cair na primeira fase durante oito anos, desde 2016. Uma nova gestão vem aí e o que o Fenômeno espera é maior profissionalismo dos que estão à frente do Filho da Glória e do Triunfo.  

 











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