O objetivo do Athletico é claro: ser campeão do mundo até seu centenário, em 2024. E o time terá uma experiência nesta quarta-feira (7) que remete ao começo dos anos 2000, quando os torcedores brincavam com a frase “rumo a Tóquio”. Às 7h (de Brasília), o time tem um duelo diante do Shonan Bellmare, na disputa intercontinental da Copa Suruga, em solo japonês.
O Athletico levou seu melhor time para o Japão para tentar a segunda taça internacional de sua história, razão pela qual o duelo contra o São Paulo, pelo Brasileiro, foi adiado do sábado (3) para o próximo dia 21.
O São Paulo, aliás, fracassou na disputa deste torneio em 2013. Ele, a Chapecoense (2017) e o Internacional foram os brasileiros a disputarem a competição. Só o clube gaúcho foi campeão: venceu o Oita Trinta por 2 a 1 em 2009.
No geral, os japoneses levam vantagem sobre os sul-americanos: são seis conquistas asiáticas contra cinco dos times da Conmebol. O Independiente da Argentina é o atual campeão; o Kashima Anthlers, eterno time de Zico, é o maior vencedor, com duas conquistas.
Cada time poderá fazer até seis substituições e, em caso de empate, a decisão irá para os pênaltis. Não haverá VAR na partida. Caso campeão, o Athletico leva ao todo US$ 900 mil, cerca de R$ 3,6 milhões no câmbio atual.
PALCO DO PENTA
O Athletico estará representado no evento promocional da própria copa intercontinental, mas não irá promover ações no Japão. Os custos pesaram na decisão. Entretanto, nas redes sociais, o clube está abusando das referências nipônicas -e tem recebido o mesmo amparo do Bellmare, que convidou os atleticanos “para beber”.
O jogo será em Hiratsuka, cidade a cerca de 70km de Tóquio. O Athletico passou por Yokohama, palco do penta do Brasil em 2002, onde treinou para a partida. Seu adversário é o atual 11º colocado na J.League e vem de vitória sobre o Kashima Anthlers, quarto colocado, por 3 a 2 em casa. O Bellmare tem três brasileiros no elenco: os zagueiros Leandro Freire, ex-Sport e Paraná, e Rafael Dumas, formado no Flamengo, e o atacante Crislan.
Natural de Teresina, Crislan defendeu o próprio Athletico entre 2013 e 14, e ganhou notoriedade ao marcar um dos gols na vitória do time sub-23 sobre o Coritiba de Alex, por 3 a 1, no Paranaense de 2013. No ano seguinte, chegou a atuar em duas partidas do clube na Libertadores, mas deixou o Athletico, rodando por Náutico e Penapolense até defender o Braga e depois ir ao Japão.
O empresário Fernando Azevedo reencontrará Crislan e todo o time do Athletico em mais uma viagem, a mais longa já feita em nome de sua paixão. “Fui para Buenos Aires (onde o Athletico enfrentou o Boca pela Libertadores) e de lá voltei e já fiquei em Guarulhos, saindo para Nova Iorque e depois Tóquio. Viagem cansativa, mas tranquila”, contou, resumindo a aventura atrás do rubro-negro.
“Os japoneses são um poço de gentileza. Limpeza sensacional, segurança sensacional, motoristas educados, povo educado”, conta, projetando que ainda irá conhecer Kyoto, Osaka e o Monte Fuji.
Funcionário de uma multinacional, Jan Rodrigues saiu do Rio de Janeiro para acompanhar o Athletico no Japão, mas seu primeiro encontro foi com um terremoto.
“Estávamos dormindo minha esposa, minha filha de 5 anos Joana e eu. De repente sentimos a cama balançando muito e foi aumentando até que acordei. Então ouvi alguns moveis rangendo e barulhos leves vindos da estrutura do hotel. Não tivemos tempo de fazer nada e o chacoalho se assemelhou muito a uma turbulência media em um voo. Terminou e voltamos a dormir, mais tarde vimos no noticiário que teve o tremor”, relatou.
É a terceira viagem internacional da família no ano para ver o Athletico, e há planos pra mais: “Se o Athletico estiver no Mundial, sem dúvidas”.