O treinador Oliveira Canindé já está no Baenão há quase um mês. Desde a sua chegada o técnico já passou por algumas situações incômodas no comando do Clube do Remo. Aparentemente, Canindé vinha mantendo a tranquilidade frente a todos esses imbróglios. Porém, parece que ele não gostou muito da última atitude tomada pela diretoria, que foi a de contratar o volante Dudu sem o seu aval. O atleta deve desembarcar amanhã em Belém e ser apresentado de forma oficial na segunda-feira.
Ao ser perguntado sobre a vinda do atleta, Canindé foi direto em sua resposta. “Não conheço o jogador e também não dei aval, é a realidade”, afirma, com uma expressão bem aborrecida e elevado tom de voz. “Se está vindo é responsabilidade da diretoria. Quando eu indicar alguém, eu digo que fui eu que indiquei”, completa o comandante azulino.
Ele conta ainda que chegou a perguntar se o atleta havia disputado alguma edição Campeonato Brasileiro ou competições a nível nacional. “Prestem bem atenção no que está sendo feito, porque eu quero jogadores acima dos que estão aqui. Igual, não vai resolver. Eu disse isso para a diretoria e estou informando para a imprensa também”, argumenta.
Até o momento, o treinador diz que ainda não indicou nenhum jogador para ser contratado. Canindé ressalta que o Remo vive um momento delicado e precisa tomar bastante atenção para que não volte a errar nas contratações. “Temos de ser mais comedidos, quanto a indicar alguém. É muita responsabilidade, o Remo não é qualquer time, tem uma torcida imensa. Você não pode trazer qualquer jogador, achando que vai resolver. Eu já falei isso”, dispara. “Eu tenho alguns nomes, estou correndo atrás. Quando eu tiver a certeza do que precisamos, eu digo para a diretoria. Temos poucas vagas, não adianta inscrever, por inscrever”, afirma Canindé.
O caso de Dudu, por exemplo, deixou o treinador aborrecido não por o jogador estar vindo ao Remo, mas sim porque ele não foi consultado. “Precisamos de jogador que faça a diferença. Se o Dudu pode fazer isso, não tem problema nenhum em recebê-lo da melhor maneira possível. Se for mais um para ficar aqui, não vai ajudar”, explica. “É isso que precisamos colocar na cabeça de quem quer contratar. Você precisa de alguém acima, igual não resolve. Tem que ser alguém que o torcedor veja e diga: agora sim, vai ajudar”, encerra.
(Café Pinheiro/Diário do Pará)