O presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, gerou controvérsia ao utilizar uma analogia envolvendo um macaco ao comentar a possibilidade de a Libertadores não ter a participação de clubes brasileiros. A declaração foi feita após Leila Pereira, presidente do Palmeiras, sugerir que as equipes do Brasil abandonassem as competições organizadas pela Conmebol, devido a um caso de racismo sofrido pelo jogador Luighi, do Palmeiras, durante a Libertadores Sub-20.
Questionado pelo site BolaVip, na última segunda-feira (18), sobre o impacto da ausência dos times brasileiros na Libertadores, Domínguez respondeu: “Seria como o Tarzan sem a Chita”. A fala foi amplamente criticada, especialmente por vir em um contexto de combate ao racismo no futebol.
Diante da repercussão negativa, Domínguez divulgou uma nota oficial pedindo desculpas:
“Em relação às minhas recentes declarações, quero expressar minhas desculpas. A expressão que utilizei é uma frase popular e jamais tive a intenção de menosprezar ou desqualificar ninguém. A CONMEBOL Libertadores é impensável sem a participação de clubes dos 10 países membros. Sempre promovi o respeito e a inclusão no futebol e na sociedade, valores fundamentais para a CONMEBOL. Reafirmo meu compromisso de seguir trabalhando por um futebol mais justo, unido e livre de discriminação.”
Contexto do caso de racismo e repercussão
A polêmica teve início após o jogador Luighi, do Palmeiras, sofrer ofensas racistas durante a vitória do time brasileiro por 3 a 0 sobre o Cerro Porteño, no dia 6 de março, pela Libertadores Sub-20. Um torcedor adversário imitou um macaco em direção ao atleta palmeirense, o que levou a diretoria do clube a exigir medidas mais rígidas da Conmebol.
Diante do episódio, Leila Pereira levantou a possibilidade de os clubes brasileiros abandonarem as competições sul-americanas caso não houvesse punições eficazes para os atos racistas. A sugestão acendeu um debate sobre a postura da Conmebol no combate à discriminação no futebol.
Posicionamento da Conmebol sobre o racismo
Durante um discurso recente, Alejandro Domínguez afirmou que a entidade tem trabalhado para coibir o racismo, mas reconheceu que as medidas tomadas até agora não são suficientes.
“A Conmebol é sensível a essa realidade. Como pode não ser à dor do Luighi? Nosso desafio é sermos justos com aqueles que são responsáveis por esses atos. A Conmebol aplica sanções e faz tudo o que está ao seu alcance para mudar essa realidade. Mas isso não é suficiente”, disse o presidente.
Ele ainda destacou que o racismo não é um problema exclusivo do futebol, mas da sociedade como um todo: “O racismo é um flagelo que não tem origem no futebol, tem origem na sociedade, mas afeta o futebol”.
Impactos da declaração e possíveis desdobramentos
A fala de Domínguez gerou forte repercussão nas redes sociais e entre dirigentes de clubes brasileiros. Os próximos dias devem ser decisivos para definir se haverá punições concretas e se os clubes brasileiros seguirão nas competições organizadas pela Conmebol.