Mais de uma semana depois do Campeonato Paraense ser suspenso, finalmente Tapajós e Paysandu entrarão em campo hoje para a primeira das duas partidas das quartas de final da competição. O jogo começa às 9h30, no estádio do Souza, com um confronto que as circunstâncias deixou mais equilibrado. Enquanto o Boto passou quase dez dias apenas treinando, o Papão encarou um jogo duro pela Copa do Brasil, com viagens desgastantes de ida e volta a Maceió (AL). O time bicolor ainda é, em teoria, o favorito, mas essa distância para o adversário diminuiu.
O time titular que o Papão terá em campo logo mais é uma incógnita. Márcio Fernandes mal teve tempo para comandar treinos técnicos desde a volta da capital alagoana. Como principais opções caso escolha dar uma mexida na equipe, ele pode optar por jogadores como os meias Serginho e Dioguinho e os atacantes Danrlei e Henan.
O treinador bicolor lamentou demais o pouco tempo de recuperação entre um jogo e outro, justamente quando há a necessidade extrema de recuperação. “Teremos que resolver as coisas também na conversa, pois será pouco tempo de trabalho em campo. Temos um momento cansativo para os jogadores. O tempo de recuperação é muito pouco. Fomos prejudicados nisso. Tínhamos um tempo bom de recuperação se o jogo tivesse acontecido no sábado”, explicou Fernandes, que tem no atacante Robinho o único desfalque para logo mais.
Os desfalques do time santareno são mais significativos. O meia Elenison Garcia e o atacante Debu deixaram o clube rumo ao Tocantinópolis-TO. Técnico do Tapajós e principal responsável pela virada da equipe na competição, Júnior Amorim ressaltou que desde sua chegada ele não havia tido a chance de dar dois dias de treinos seguidos e agora teve dez dias de trabalho até o jogo de hoje e que isso tende a ser benéfico. “Foi bom para fazer ajustes, trabalhar um pouco mais a equipe, a parte ofensiva que a gente vem criando muito e vem desperdiçando muitas oportunidades”.
Amorim sabe muito bem que o adversário de logo mais é o favorito. Por isso prega cautela e respeito ao máximo, mas sem abaixar a cabeça. “Temos que ter o máximo de respeito. Sabemos quem vamos enfrentar, mas vamos em busca de passar de fase”.
Se não for na bola, que seja na raça, Papão!
ESTADO DO GRAMADO
Será a terceira vez que o Paysandu jogará no estádio do Souza neste Parazão, mais uma vez pela manhã. Lá, o Papão venceu a Tuna Luso por 3 a 0 e empatou sem gols com o Tapajós. Nas duas ocasiões anteriores, houve reclamações (justas) quanto ao campo do estádio cruzmaltino, duro e irregular. Nada perto do que foi a provação em Castanhal, no estádio Maximino Porpino, mas o suficiente para deixar claro que, se não der na bola, vai ter que ser na raça.
“O gramado é uma dificuldade a mais. Não é dos melhores para botar a bola no chão. Mas já estivemos lá duas vezes e temos que saber passar por essas dificuldades”, comentou o meia José Aldo. “Não sei se teremos um bom futebol com um campo que não dá condições. Tivemos alguns bons momentos, de conseguir tocar a bola. Teremos que encarar a partida com as condições que ela pedir”, completa Ricardinho.
José Aldo vem sendo uma das surpresas dessa temporada. Depois de ter o contrato renovado, ele tem tido atuações melhores do que as de 2021. Com Márcio Fernandes, ele tem tido mais liberdade quanto aos locais do campo para atuar, mas sempre com a obrigação de ajudar na marcação, o que tem feito bastante. “A cada técnico que a gente trabalha temos uma nova forma de treinar. Sempre procurei pisar na área. É importante para o meio-campista chegar na busca pelas finalizações. Trabalho mais taticamente para o time agora, pensando mais no grupo e na busca pelas vitórias”.
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As derrotas seguidas são preocupantes, mas o meio-campista garante que o espírito da equipe não está abalado. Segundo ele, a confiança no que está sendo feito continua em alta. “Só por estar no Paysandu já estamos motivados. Pensamos na classificação, independentemente de qualquer coisa”.
“O gramado é uma dificuldade a mais. Não é dos melhores para botar a bola no chão. Mas já estivemos lá duas vezes e temos que saber passar por essas dificuldades”, José Aldo, meia bicolor.
Boto quer endurecer essa parada
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O Tapajós estava brigando contra o fantasma do rebaixamento quando Júnior Amorim foi contratado para o lugar de Robson Melo, que se transferiu para o Castanhal. A missão era apenas manter o Boto na elite do Parazão. Mas, aos poucos, o time santareno foi conquistando pontos que foram suficientes, inclusive, para a classificação para a segunda fase.
Um dos símbolos dessa recuperação tem sido o goleiro Jader, que foi o nome do jogo entre as duas equipes na primeira fase. Papão e Boto empataram sem gols no dia 13 de fevereiro, em partida válida pela quinta rodada da primeira fase.
Para a partida de hoje, o goleiro santareno acredita que o tempo a mais de preparação pode trazer benefícios ao Boto. Ele lembrou que houve tempo necessário para a recuperação dos jogadores que estavam em tratamento, além de um período a mais para a recuperação física do elenco. “A gente veio de uma sequência de jogos desgastantes e sentimos um pouco também a parte física. Essa parada beneficiou nesse sentido para gente”.
Por outro lado, ficar tanto tempo sem entrar em ca mpo também cobra seu preço. “Ficar muito tempo sem jogar é ruim, um pouco estressante. A gente sentiu um pouco, mas a gente vem trabalhando forte para enfrentar o Paysandu. A gente está focado e estamos esperançosos em fazer grandes partidas”, finalizou Jader.
