Japiim, um candidato ao título

Líder da artilharia do Campeonato Estadual, ao lado do PSC, com 17 gols, o Castanhal ganhou ainda mais força com as contratações anunciadas no começo de julho. Trouxe cinco jogadores, investindo muito mais do que a maioria dos adversários. A meta é clara: assegurar uma classificação final que garanta a participação na Série D e na Copa do Brasil 2021.

Apesar de certo cuidado em admitir, o clube sonha com algo maior: o inédito título de campeão paraense, que esteve próximo de acontecer no certame de 2001. Escapou das mãos do Japiim por detalhes até hoje lamentados, como erros grosseiros de arbitragem nos confrontos decisivos.

Logo depois da quarentena, muitos viram com ceticismo as declarações do técnico Artur Oliveira expressando confiança na força do time para a retomada do torneio. Pelo visto, porém, o treinador do Japiim não estava brincando. A presença nas semifinais está praticamente assegurada e pode ser sacramentada já no sábado, na Curuzu, diante do Tapajós, 8º colocado.

Sem disputar uma competição oficial da CBF desde 2004, o Castanhal está apostando em objetivos bem definidos. Ao contrário dos demais times interioranos, que visavam apenas cumprir tabela no Parazão, o projeto sempre foi chegar à Série D e à Copa do Brasil.

Pelas próprias características de Artur, um técnico que aposta sempre no jogo ofensivo, o time manteve no Parazão a prática de buscar a vitória a qualquer custo, muitas vezes até descuidando um pouco da defesa.


Como as partidas serão disputadas sem público, a restrição pode favorecer o clube aurinegro. Como terá certamente embates com a dupla Re-Pa na caminhada, não enfrentará o peso e o fervor das duas grandes massas torcedoras. Por ter um time ajustado e jogar em “campo neutro”, será o adversário mais difícil de ser batido pelos grandes da capital.

Projetos em defesa dos garotos da base dormem nas gavetas

Como quase tudo no país dos absurdos, cuja lógica se expressa pelo avesso do avesso, a MP do Flamengo – que modifica a Lei Pelé, mexe nas relações trabalhistas de clubes e atletas e garante direitos de transmissão aos mandantes de jogos – virou prioridade absoluta no Congresso Nacional.

Por lobby da chamada “bancada da bola”, o texto da MP criada por Bolsonaro a pedido do Flamengo deve ser apreciado em tempo recorde. Até o fim do mês deverá entrar em votação, a fim de impedir que a medida caduque após o prazo de quatro meses.

No outro canto do ringue, projetos de lei que protegem crianças e adolescentes no esporte criam mofo nas gavetas do parlamento, sem ter a mesma atenção e pressa que é dada a um projeto nascido da barganha e do interesse específico de um clube de futebol.

Criam mofo no Congresso Nacional, segundo reportagem de Breiller Pires no El País, projetos que tratam dos direitos de jovens atletas. O PL 8038/2014 nasceu da CPI da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, que levantou denúncias de abusos, continua engavetado.

O projeto regulamenta atividades de times e escolas de formação. Impõe aos clubes a obrigação de manter cadastro em conselhos tutelares, proíbe transferência de crianças para outros Estados sem a companhia de familiares e cria mecanismos de fiscalização dos centros de treinamento.

Caso essa lei estivesse em vigor, seria mais difícil ocorrer uma tragédia como a do Ninho do Urubu, onde 10 garotos da base do Flamengo morreram vitimados por um incêndio.

A proposta de abrir uma CPI para investigar as condições de alojamentos e violações de direitos na base dos clubes, da deputada Érika Kokay (PT-DF), foi barrada pela tropa de choque de clubes e federações no Congresso.

Um retrocesso já sacramentado é o projeto que suspende pagamentos do Profut, que refinancia dívidas de clubes com a União. Aprovado em junho, o PL ganhou emenda do relator Marcelo Aro (PP-MG), que é diretor de relações institucionais da CBF e lidera a bancada da bola.

Todas essas medidas teriam efeito saneador no ambiente fértil em abusos vigente no futebol profissional, mas o cenário é desolador. Em 2014, em pacto assinado com a CPI da Exploração Sexual às vésperas da Copa, a CBF se comprometeu a cumprir 10 medidas de proteção a jovens jogadores, mas ignorou a maioria das promessas.

Em maio de 2018, na Câmara, o secretário-geral da CBF, Walter Feldman, prometeu práticas mais rigorosas. Tudo lorota. Nem a cartilha contra tráfico de pessoas e abusos em divisões de base foi distribuída aos clubes.

David Luiz, o rei das penalidades, já merece até taça

Dono de estatísticas curiosas na carreira, o zagueiro David Luiz, do Arsenal, bateu uma marcada negativo na história do Campeonato Inglês (disputado no sistema de 20 clubes da Premier League). Na última rodada, cometeu um pênalti na vitória de seu clube sobre o Watford por 3 a 2. Com isso, o brasileiro passou a ser o jogador que mais praticou a falta máxima em uma mesma temporada do Inglês.

Ao longo dos 38 jogos do Arsenal na Premier League, David Luiz atuou em 33 e fez a alegria dos adversários, com a média de quase um a cada seis partidas. Dono de estilo estabanado, metido a fazer presepadas dentro da grande área, com a camisa do Chelsea, teve índices ligeiramente melhores: em 160 jogos pelo clube, cometeu apenas três penalidades.

Tamanha capacidade de ajudar ataques inimigos talvez mantenha o defensor longe do escrete brasileiro, de onde saiu pela porta dos fundos após as desatinadas atuações na Copa de 2014. Detal

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