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Sem atrasar salários, Remo teme por mais meses sem futebol

A gestão do Clube do Remo, ao longo dos últimos 18 meses, tem priorizado o controle financeiro da agremiação. A organização do cofre da instituição rendeu à administração elogios pelo pagamento das folhas salariais rigorosamente em dia. Acontece que, devido à pandemia de Covid-19, esse retrospecto impecável pode sofrer uma alteração, já que as receitas do clube caíram sem a presença de jogos, além de verba oriunda do Governo do Estado, de R$ 1 milhão como patrocínio para o Nacional da Série C, ter sido bloqueada pela Justiça do Trabalho.

O valor foi retido para o pagamento dos credores azulinos, até então firmado em R$ 390 mil por mês, o que restaria automaticamente R$ 610 mil para o clube. Contudo, pelo empecilho, o departamento jurídico se disponibilizou em arredondar para R$ 500 mil o repasse, ficando com a metade para honrar os seus compromissos. Só que em reunião entre o Remo, credores e Justiça do Trabalho, na terça-feira (2), via videoconferência, não houve acordo, mesmo com o aval da maioria dos credores.

O presidente Fábio Bentes destacou que o atraso nos pagamentos de funcionários e do futebol azulino pode acabar ocorrendo em caso de não liberação do dinheiro. “Tem essa possibilidade de atrasar, infelizmente. Em 18 meses que pagamos tudo em dia, inclusive com quatro meses atrasados de funcionários nesse período que já vinha, agora estamos correndo esse risco porque estávamos contando com esse recurso”, explicou. O Remo possui uma dívida corrente avaliada em R$ 650 mil mensais.

Apesar do imbróglio, o presidente remista se mantém otimista em um desfecho favorecedor ao clube. “A gente está na expectativa e esperamos que seja favorável ao pleito do Remo, até porque a gente não está pedindo nada além do que já estava previsto no processo. Não faz sentido aumentar o valor e o recurso ficar na Justiça e o clube começar a atrasar salário, coisa que ainda não aconteceu”, seguiu.

No pior dos cenários, que seria a retenção dos R$ 500 mil e consequentemente a falta de pagamento, Fábio Bentes reiterou que a situação seria péssima para a agremiação, pelo cenário complicado que tem rodeado o futebol atual. “Vai voltar para aquela velha bola de neve, de atrasar salário, gerar processo. Nós que estávamos encaminhando para quitar essa dívida até no máximo 2022, vamos ter que retroceder isso, o que seria terrível para a gente”, avaliou.

 (Diário do Pará)
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