O técnico Dorival Júnior confirmou uma série de mudanças na Seleção Brasileira para enfrentar a Argentina. E uma delas é a presença de Matheus Cunha no ataque, substituindo João Pedro.

“Temos quatro mudanças necessárias e definidas. E vamos fazer duas para a abertura da partida. O Matheus Cunha entra na função do João e o Wesley na função do Vanderson. Outros quatro são perdas que tivemos. Com seis possíveis mudanças, teremos uma equipe que vai estar preparada para fazer um grande jogo”, disse o técnico, em entrevista coletiva nesta segunda-feira (24), em Brasília.

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Apesar do teste de Savinho no treino deste domingo (23), o treinador preferiu um jogador mais encorpado para compor a faixa central do meio/ataque da seleção.

“O Matheus tem liberdade de movimentação com o Vini, ora segundo atacante, ora meia-atacante. Depende de como a Argentina vai se posicionar, estamos preparados. Que o jogo flua com mais naturalidade nesta terça-feira (25)”, explicou Dorival.

E Wesley? “Wesley vem em processo de evolução. Preciso frisar que o Vanderson fez boa partida, marcou um dos jogadores mais perigosos do futebol mundial (Luís Díaz). Tem saída pelo lado direito e esquerdo, e o Vanderson teve grandes duelos com ele. Fez uma partida importante. Com Wesley ganhamos mais, o Vanderson esgotou após grandes passagens e duelos. Que o Wesley mantenha o mesmo nível do Flamengo e que contribua para podermos ter uma saída consistente e segura do seu lado, com liberdade de movimentos. Argentina não tem jogador fixo nesse corredor, então podemos ter com o Wesley uma ótima opção”.

As outras quatro alterações são Bento, Murillo, André e Joelinton, substituindo os cortados Alisson (concussão), Gabriel Magalhães (suspenso), Bruno Guimarães (suspenso) e Gerson (dores na coxa esquerda).




O QUE MAIS DORIVAL DISSE

Ambiente antes do clássico

“É um grande clássico do futebol mundial. Vai existir luta em campo, mas acima de tudo o respeito entre as duas equipes. Vamos buscar jogar futebol. Estamos indo para jogar contra a seleção campeã do mundo e Copa América, quem mais venceu nos últimos anos, mas vamos jogar nosso futebol. Respeitando e sendo respeitado. A partida é resolvida dentro de campo, com 22 grandes atletas do futebol mundial. É um duelo resolvido dentro das quatro linhas”.



O que um jogador pode fazer em período tão curto para ganhar vaga de titular?

“A observação é feita anteriormente, acompanhamos, debatemos características. Por isso falta um nome ou outro, muito pelo que se passa nos últimos 40 ou 50 dias. Um nome cresce, todos cobram que a seleção precisa ter os melhores jogadores no momento. É um apelo de todos e procuramos respeitar. Podemos optar por um ou outro, mas de modo geral as observações maiores são nas visitas, acompanhando treinamentos, buscando informações, ideias, vendo jogos por vídeos. Tentamos tirar todos os detalhes possíveis para a definição de cada nome, tendo tudo para a definição. E que eles aqui, no pouco momento de trabalho, muitos têm aproveitado muito bem e ganham oportunidade. Outros merecem, mas precisam esperar o melhor momento. Tudo isso é trabalhar de maneira correta e leal”.



Impacto do resultado

“Vai existir mudança a cada momento. Objetivo é buscar classificação, é o que todos pediam quando chegamos. A situação era bem complicada. Não culpo ninguém. Era o momento, tínhamos consciência. A cada data Fifa ganhamos uma posição. Ganhar daria um passo importante, mas não estamos satisfeitos ainda. É a 15ª partida de um trabalho. Vejo equipes todos os dias treinando e buscando ainda se encontrar mesmo trabalhando todos os dias. E nós vamos para o quarto mês do ano já. Estamos caminhando, talvez não a passos que todos queriam, mas em um contexto seguro, equilibrado. Resultados melhores estão por aparecer. Confio muito no que tem sido realizado”.



Torcedor espera que Brasil encante. O teto é esse? Ou caminho é outro?

“Essa definição é a que compõe tudo que temos visto. O jogo da Argentina, assim como o nosso, foi decidido em jogada individual, gol de fora da área de um atleta com potencial como tem o Vini. As colocações daqui são de uma forma, de lá para cá de outra. O futebol está muito igual, o futebol sul-americano teve evolução. Não existe um teto para ninguém, todos buscam trabalho de excelência, o futebol sempre foi assim. Os processos precisam ser respeitados para que os resultados sejam atingidos. Buscar correção de erros, mentalizar os acertos que temos tido. Coisas boas aconteceram, outras faltam. Não estamos satisfeitos. O futebol tem essa veia saudosista, mas se pegarem as matérias daqueles momentos sempre existiram grandes contestações. Precisamos equilibrar sempre e resolver os problemas em campo”.



Resultados incomodam

“Estou de pequeno em vestiário. Era criança, gostava de futebol e entendia um pouquinho. Vivemos no país da crítica, é uma pena isso. Existe pouco reconhecimento em todas as áreas, digo sem agredir ninguém. Se eu estiver errado, que alguém me corrija. No futebol não será diferente, nunca foi. Vi grandes atletas cobrados, companheiros questionados. Até de repente sendo desafiados. O tempo se encarregou de colocar tudo no devido lugar. Acredito em trabalho, dedicação, respeito, seriedade. Em todos os clubes que passei tive oportunidade de voltar em quatro ou cinco deles, não apenas uma vez. É porque algo deixamos lá atrás. Se eu não entender isso depois de tanto tempo no futebol, entender esse meio e o que pensam, eu nem teria aceito o convite da seleção brasileira. E não daria sequência como treinador pós-atleta. Se eu abracei isso, é por ter me preparado muito, não passei por cima de ninguém, não pisei, não sugestionei. Luto pela minha classe. Me cobrem ao final do processo. O início é bem trabalhoso, poucos entendem, mas ao final de tudo isso pode ser bem diferente de tudo que estão observando nesse instante”.

Marcação agressiva da Argentina

“As marcações estão mais agressivas, neste domingo (23) mesmo trabalhamos bastante a saída de bola, criando possibilidades. Dentro de jogo podemos ter uma dificuldade maior em relação ao vídeo apresentado, a Colômbia quebrou muitas bolas. Quanto mais longe tivermos a bola do nosso gol, será importante, quanto mais rápida a transição, melhor. Se neutralizamos adversário no momento inicial, será importante. O gol da Colômbia foi de bola nossa, um jogador de costas sem percepção do que vinha acontecendo, veio a recuperação e uma bela finalização do adversário”.



Muda o status da seleção ter o Vini melhor do mundo? Falta reconhecimento?

“É um assunto delicado. É importante que ele se sinta parte presente do nosso grupo. Premiações individuais eu sou até contra no futebol, não espelha a realidade. De modo geral achei que o futebol deveria premiar coletivamente: melhor grupo, os resultados que permanecem. Que continue buscando o melhor na sua condição, mas que a maior contribuição seja aqui dentro, sendo ou não decisivo em alguns jogos. Vai decidir quando mais precisarmos, confiamos muito e tem caminho maravilhoso para brigar por essas premiações individuais que existem e que temos que entendê-las”.



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