É inegável que o Campeonato Paraense da Segunda Divisão, que começa hoje, tem um charme especial, principalmente para o torcedor mais saudosista, que gosta de ver em campo equipes como Sport Belém, Tiradentes, Izabelense, Santa Rosa e outras que eram figurinhas carimbadas na elite estadual anos atrás. Além é claro da torcida de praticamente todos os paraenses pelo retorno aos dias de glória da Tuna Luso, que também está na disputa. Contudo, também não podemos negar a precariedade e o amadorismo que envolvem a organização do torneio.
Na última sexta-feira, às vésperas do seu início, a Segundinha perdeu um dos 15 participantes. O Pedreira, de Mosqueiro, foi excluído da competição por não ter regularizado a sua situação na Confederação Brasileira de Futebol (CBF), com o pagamento das taxas necessárias. Isso afetou toda a chave A1, com a Tuna ficando sem adversário para hoje, frustrando a sua torcida com o adiamento, e, por tabela, foi adiado também o jogo entre Bragantino e Vênus, em Bragança, já que será realizado, na terça-feira (17), um novo sorteio para a confecção das rodadas.
“Como eles (Pedreira) estavam com esse problema e não conseguiram resolver durante todo o tempo que tiveram, não tínhamos como dar mais prazo, por isso eles tiveram que sair da Segundinha”, disse o diretor de competições da Federação Paraense de Futebol (FPF), Paulo Romano. O que é inexplicável, contudo, é o motivo de a FPF ter deixado essa situação se protelar até quase o pontapé inicial da Segundinha, deixando o torcedor paraense perdido no meio de tanta confusão, sem saber como irá se programar se quiser assistir aos jogos – o que já se tornou um hábito nos últimos anos, com adiamentos, cancelamentos, mudanças de horários e estádios.
Por falar em estádios, algumas praças, como o Edilson Abreu e o Abelardo Conduru, ainda não apresentaram seus laudos. Já equipes como Tiradentes e Vênus não sabem sequer onde mandarão seus jogos.
Entre mortos e feridos, a bola vai rolar para três partidas neste domingo e o torcedor espera que, dentro das quatro linhas, o futebol e as boas histórias assumam o protagonismo, fazendo todos esquecerem do caos que é a sua organização. Boa sorte às equipes. A elite estadual os espera ansiosamente em 2018.
‘Estrelado’, Parauapebas recebe a Desportiva
O técnico do Parauapebas, Everton Goiano, está bastante otimista quanto à participação de sua equipe na Segundinha do Parazão, cuja estreia será, hoje, às 16h, no estádio Rosenão, em Parauapebas, contra a Desportiva Paraense, do treinador Walter Lima, o Waltinho. O PFC, em comparação com a maioria dos participantes, investiu pesado na montagem do elenco. Entre as “estrelas” que acertaram com o clube, estão Flamel, cedido pelo Remo, e o atacante Bilau, ex-São Raimundo. O PFC tem ainda em seu elenco os atacantes Monga, Aleílson e Danúbio. Goiano intensificou os treinos na reta final de preparação. “Puxamos um pouco mais para que o grupo chegue pronto, sem dificuldades na estreia e possa ao longo do campeonato fazer apresentações convincentes”, comentou o treinador. Na Desportiva, o técnico Waltinho, até sexta, não sabia ainda ao certo com quem poderia contar para a estreia.
“Ainda preciso esperar pelo jogo do nosso time sub-20, de onde virão alguns jogadores”, contou. Mas ele tem uma certeza: vai contar com o lateral Andrelino, o volante Juninho e o atacante Samuel, que tiveram, este ano, breve passagem pelo Paysandu.
OUTEIRO TORNEIO JÁ TEM O SEU 1º CLÁSSICO
Carajás e Tiradentes estreiam hoje, às 9h30, no estádio Mamazão, na Ilha de Outeiro, em busca dos seus primeiros três pontos na Segundinha. As duas equipes, que fazem parte da chave A2 do certame, fazem o primeiro clássico da competição, já que, nesta edição, o Tiradentes representa a famosa Ilha do Amor. De acordo com o técnico do Pica-Pau, Antônio Carlos ‘Buião’, o Carajás se preparou da melhor forma possível, e esse jogo de abertura servirá para exibir o grau de competitividade da equipe.
“O Carajás é uma equipe tradicional do Pará e por isso não pode ficar longe da elite, que é o lugar dos times tradicionais. Apesar do curto tempo, o time é muito inteligente e aderiu aos conceitos de forma bastante rápida. Por isso estamos muito confiantes e vamos mostrar isso com uma boa vitória logo de cara”, prometeu Buião. Mas, assim como os mandantes, o Tiradentes também anseia o acesso. “Nosso time, por mais modesto que seja, é de lutadores. Nos amistosos que fizemos isso ficou claro: lutamos desde o início. Agora é a hora, vamos por em prática tudo o que planejamos e vamos vencer. Se quisermos subir, o pensamento é somente vencer”, ponderou o técnico do Tigre, João Paulo Santos.
Gavião terá pela frente a mais nova equipe paraense
No outro confronto desta tarde, às 16h, no estádio Zinho Oliveira, em Marabá, o Gavião Kyikatejê dará as boas-vindas ao estreante Paraense Sport Club, time que tem pouco mais de um mês de profissionalização.
Porém, a receptividade por parte do Time dos Índios não será nada amistosa após a bola rolar. Pretendendo retornar à primeira classe do futebol do Pará, o Gavião fez bons investimentos para a Segundinha, na tentativa de afastar qualquer ‘cara pálida’ do seu caminho em busca do acesso. “O Gavião precisa voltar à elite. É um time de identidade, de cultura e grande representatividade. Contamos com bons jogadores e a nossa expectativa é a melhor possível para essa competição. Estamos bem treinados e, com respeito sempre ao adversário, mas vamos jogar para vencer”, destacou o técnico Samuel Cândido (foto). Mas a equipe do Paraense pretende “chegar chegando” à sua primeira competição oficial. Por isso, o comandante Ney Sorvetão acredita que o seu time possui todos os elementos necessários para jogar de igual para igual. “Como todos sabem, o futebol não é uma ciência exata. Treinamos muito duro para isso. Nesse jogo podem esperar uma equipe motivada e pronta para o que der e vier”, avisou o treinador.
(Diário do Pará)