“Endrick Felipe Moreira de Sousa, atacante.” Desde a infância, a joia rara revelada nas categorias de base do Palmeiras já se apresentava com a profissão que sonhava para o seu futuro como uma extensão natural do próprio nome.

Nesta quinta-feira (30), quando pisar pela última vez no gramado sintético do Allianz Parque antes de partir para a próxima etapa da carreira, rumo ao Real Madrid, o jovem de 17 anos, natural de Taguatinga, no Distrito Federal, não precisará se apresentar.

Multicampeão com a camisa alviverde -dois títulos do Campeonato Brasileiro, dois do Campeonato Paulista e um da Supercopa do Brasil, além de sete triunfos na base-, Endrick já desponta, ao lado de Vinicius Junior e Rodrygo, como um dos destaques no ataque da seleção brasileira.

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“O sentimento é de dever cumprido. De que fiz o melhor que podia em todos os jogos”, afirmou o jogador à Folha. “Faltou o título da Libertadores, mas acredito que vamos conquistar a deste ano e que eu ainda vou receber minha medalha”, acrescentou.

Em pouco mais de um ano e meio desde a estreia entre os profissionais, o atacante que une força física e velocidade ergueu taças e se consolidou como um dos principais jogadores em atividade no futebol brasileiro.

Estrela precoce, tornou-se, no fim de 2022, o jogador mais jovem a estrear e a marcar com a camisa do Palmeiras.


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Dois meses depois da estreia, já havia sido negociado com o Real Madrid, em um acordo de 72 milhões de euros (R$ 403,5 milhões), estabelecendo uma das maiores vendas de jogadores brasileiros na história.

Em 2023, foi um dos protagonistas na arrancada do Palmeiras rumo ao título do Campeonato Brasileiro, com 11 gols e atuação de gala contra o então líder Botafogo. O desempenho lhe rendeu o prêmio de revelação da competição, na tradicional festa Bola de Prata.

As atuações destacadas pelo clube resultaram também nas primeiras convocações à seleção brasileira, com o então treinador da equipe, Fernando Diniz, vendo no jogador “potencial para ser um dos grandes talentos” do futebol mundial.

Os primeiros gols com a amarelinha viriam em dois dos maiores palcos internacionais do esporte, no mítico estádio de Wembley, em Londres, contra a Inglaterra, e no Santiago Bernabéu -sua futura casa-, em Madri, contra a Espanha.

Em 2024, o atacante se destacaria novamente na campanha do título paulista, o último com a camisa do Palmeiras antes de embarcar aos Estados Unidos para a disputa da Copa América. Ele se apresenta ao grupo verde-amarelo na próxima segunda-feira (3).

Uma semana após a final do torneio entre seleções, prevista para 14 de julho, Endrick completará 18 anos e seguirá para Madri, onde formará um dos ataques mais estrelados do futebol mundial ao lado de Vinicius Junior e Rodrygo, companheiros de seleção brasileira, e, provavelmente, de Kylian Mbappé -o francês artilheiro da Copa de 2022 é apontado pela imprensa europeia como nome certo no Real Madrid a partir da próxima temporada.

“Tenho certeza de que [jogar no Real Madrid] é um desafio ainda maior do que os que já tive. Já estou preparado para aprender e entregar cada vez mais”, afirmou o jogador.

“O desafio é maior, mas ele sempre lidou bem com exigências cada vez maiores, e em pouco tempo”, disse Thiago Freitas, diretor da Roc Nation Sports no Brasil, empresa que administra a carreira do garoto.

Segundo Freitas, um diferencial do jogador que chamou a atenção “de todos os clubes europeus que tentaram contratá-lo” é sua capacidade de ajudar os companheiros na transição defensiva do time. “Sua concentração, como reage à perda da bola, como força erros dos adversários e como encara e suporta os choques… Endrick também é diferenciado, e muito, sem a bola.”

Na noite de quinta-feira (30), a partir das 19h, os torcedores palmeirenses terão a oportunidade de celebrar e acompanhar a última partida do craque pelo clube no Allianz Parque, contra o San Lorenzo, da Argentina, em jogo da Copa Libertadores.

Com o Palmeiras já classificado para a próxima fase da competição, a noite palestrina promete ser de festa e homenagens da torcida para o atacante, que tem 81 jogos e 21 gols até aqui, em verde e branco.

“O Palmeiras não é passageiro na minha vida. Acabou o meu contrato, mas o clube continua como parte do que eu sou. Nunca vou deixar de ser o atleta formado no Palmeiras”, disse Endrick. Segundo ele, a partida de quinta-feira será apenas um “até logo”.

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