Roberto de Assis Moreira se diverte ao ser perguntado sobre a aposentadoria do seu irmão e agenciado, Ronaldinho Gaúcho, 37. A decisão foi anunciada na última terça (16). Na prática, ele parou em 2015 quando rescindiu contrato com o Fluminense. Depois disso, não atuou mais profissionalmente.
Assis também faz questão de lembrar que ter pendurado as chuteiras não significa que Ronaldinho estará afastado do futebol. “Já falei para ele: ‘agora você jogar mais bola do que nos últimos anos como profissional'”, disse o empresário para a reportagem.
Não é força de expressão. Chovem convites para Ronaldinho Gaúcho fazer partidas de exibição. De acordo com Assis, ele deverá fazer 30 em 2018. “Tem convites pra c… São muitos. Já fechamos 14 jogos. Até o final do ano, serão 30”, completa.
Será a maior quantidade de partidas de Ronaldinho em um ano desde 2013, quando foi campeão da Libertadores com o Atlético-MG e entrou em campo 38 vezes. No ano seguinte, quando deixou o time mineiro e assinou com o Querétaro (MEX), foram 25 aparições. Em 2015, 28, divididas entre o clube mexicano e o Fluminense.
Jogar partidas exibições tem sido um mercado lucrativo para o meia-atacante que despertou uma enxurrada de homenagens de ex-companheiros e adversários, quando seu irmão confirmou a aposentadoria. Segundo o próprio Ronaldinho, ele deverá fazer uma partida despedida ainda a ser agendada. Será a partir de março.
O cachê do atleta que passou por Grêmio, Barcelona, Milan e Flamengo para disputar um jogo festivo (desde que não seja beneficente) é de cerca de US$ 200 mil (R$ 640 mil). Em alguns casos, pode ser mais. Em outubro do ano passado, ele foi convidado pelo líder checheno Ramzan Kadryov para participar de partida amistosa com outros ex-jogadores. O evento, de cunho político, também marcou o aniversário de 65 anos do presidente russo e aliado de Kadryov, Vladimir Putin. O ex-jogador recebeu cerca de US$ 450 mil (R$ 1,4 milhão).
Ele também faz parte do Barcelona Legends, time de veteranos do clube espanhol.
Em uma conta possível, se fizer os 30 jogos programados, recebendo US$ 200 mil por cada, Ronaldinho embolsaria US$ 6 milhões (R$ 19,2 milhões) para jogar futebol em 2018.
Claro que partidas amistosas não envolvem semanas de treinos e concentrações, os compromissos esportivos que começaram a incomodar Ronaldinho Gaúcho com o passar dos anos no futebol profissional.
As regalias que pede não são muitas. Ele solicita passagem aérea em primeira classe (incluídos seus eventuais convidados), hotel cinco estrelas, segurança particular e não ter mais de dois compromissos publicitários diários relacionados ao jogo. Se quiser, também gosta de poder receber uma massagem por dia.
Pela fama mundial, carreira como um dos grandes jogadores do planeta nos últimos 20 anos e habilidade de fazer jogadas de malabarismo em campo, ele continua sendo figura requisitada, apesar de não ter um time profissional há quase três anos.
(Folhapress)