Roger foi um dos principais nomes do Botafogo nesta temporada, no entanto, após não entrar em um acerto com a diretoria alvinegra sobre sua renovação de contrato, acabou fechando com o Internacional e afirmou ter ficado bastante magoado pela postura do clube de General Severiano durante o período em que esteve afastado dos gramados para a retirada de um tumor benigno no seu rim direito.
Esperando que o clube alvinegro arcasse com os custos de sua cirurgia, Roger revelou que recebeu uma ligação na véspera da operação com a notícia de que o Botafogo não iria efetuar o pagamento ao médico e ao hospital em que ficou internado. Segundo ele, essa situação pesou bastante para que ele não aceitasse a proposta de renovação do clube.
“O Botafogo poderia oferecer o melhor contrato da minha vida, eu não ia ficar. Recebi uma ligação um dia antes da minha cirurgia, o clube dizendo que fez uma reunião e que achava mais justo não pagar pela cirurgia. Isso me magoou muito”, disse Roger em entrevista ao programa Bola da Vez, da ESPN.
Presidente do Botafogo responde
Por conta da repercussão de parte da entrevista, que será veiculada na íntegra na próxima terça-feira, o presidente do Botafogo, Carlos Eduardo Pereira, fez questão de responder às acusações do atacante, negando veementemente que o clube teria negado a arcar com os custos da cirurgia. Ainda assim, o dirigente se posicionou contra ao fato de pagar a um jogador por um problema de saúde que não surgiu devido à sua profissão.
“É importante nós traçarmos alguns pontos iniciais. O clube tem um seguro de saúde que cobre todo o tratamento de seus jogadores quando eles possuem contusões ligadas à atividade profissional. Ao longo do ano o Botafogo teve vários problemas de contusão e todos foram assumidos pelo clube. Estamos em um país que o sistema de saúde público não supre adequadamente a grande maioria das pessoas. Por isso, muitas pessoas possuem planos de saúde para a cobertura de seus familiares. O que se espera de um jogador profissional com salários em dia, premiação em dia e com nível salarial acima de 100 mil por mês é que ele tenha seu plano de saúde, porque efetivamente não é obrigação de um clube de futebol pagar um plano de saúde para o jogador”, disse Carlos Eduardo Pereira em entrevista ao Bate-Bola, da ESPN.
“Entretanto, o Botafogo assumiu os custos da cirurgia. Envolve hospital e médicos. Agora, quem falou com ele, como falou com ele, não vem bem ao caso, até porque enquanto ele falava conosco, ele negociava com o Corinthians. Enquanto ele reclamava que estava querendo um carinho do Botafogo, ele negociava com o Internacional. Quando se decepcionou com o Botafogo, buscou apoio financeiro em outros dois clubes. É muito complicado um jogador optar por deixar um clube como o Botafogo pelas portas dos fundos por conta de uma declaração que não é verdadeira”, completou.
Roger volta atrás
Após as declarações do presidente do Botafogo, Roger voltou a dar sua versão, desta vez um pouco diferente da primeira. O atacante, que jogará no Internacional em 2018, disse que o clube alvinegro custeou parte da cirurgia, porém, ainda há débitos a serem pagos.
“O Cacá [Azeredo], vice de futebol, me ligou dizendo que o Botafogo ia custear 50% da cirurgia. Mas eu sou atleta 100%, sempre me doei 100%, nunca joguei 50%. Fiquei chateado, mas disse que iria pagar tranquilamente. Após uma reunião com o Carli e o Jair [Ventura], o clube disse que ia pagar 100%. Não tenho nada para dizer, mas essa atitude machucou, magoou. O presidente está tão mal informado que eu estava indo embora para Campinas, de férias, porque o Botafogo me liberou dos treinamentos na quinta-feira, e o Dr. Rafael me ligou pedindo para acertar a segunda e a terceira parcela, porque o Botafogo não acertou. Vou fazer o depósito amanhã e se eu me passar por mentiroso eu posto a foto do depósito. Passar por mentiroso eu não vou passar. Sou um cara sério, nunca me viram em bar, bebendo. Joguei tudo o que eu pude jogar para o Botafogo ganhar um título esse ano. Não quero levar isso adiante, mas não vou passar por mentiroso”, afirmou também em participação ao Bate-Bola, da ESPN.
“Eles depositaram o dinheiro do hospital na minha conta, pagaram a primeira parcela [do médico], mas o médico me ligou ontem dizendo que não acertaram as outras parcelas. Fiquei chateado? Fiquei chateado. Não tenho nada contra o presidente, realmente o Botafogo até hoje não me deve nada, mas a questão da cirurgia é essa a verdade. Fiquei quieto até agora, respeitei a instituição, mas passar por mentiroso, eu não vou passar”, concluiu.
Fonte: Gazeta Esportiva