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Risco de rebaixamento cai e astral sobe no Paysandu

Nada melhor do que três vitórias seguidas do time para mudar o ambiente de um clube em todos os aspectos. É o que está vivendo o Paysandu, hoje, após ter derrotado em sequência Oeste-SP, na Curuzu, além de Guarani-SP e Figueirense-SC, fora de casa. Antes, o time acumulava dois empates em jogos contra o Coritiba-PR e Vila Nova-GO, o que lhe assegura uma invencibilidade de cinco partidas na Série B do Brasileiro. Mas, o efeito de maior impacto, sem dúvida, diz respeito às possibilidades da equipe cair para a Série C de 2019, que são, agora, de 42,6%, de acordo com o site especializado Chance de Gol.

O departamento de matemática da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que também faz o acompanhamento do Brasileiro, segue o mesmo retrato de previsão do site congênere, admitindo que depois dos últimos cinco jogos da equipe, a possibilidade de descenso do Papão caiu de 90,1% para 51,5%. Dos 15 pontos que disputou, nove deles como visitante, o time bicolor obteve 11, marca surpreendente para um grupo que parecia não ter forças para reagir na competição.

Os resultados não só trouxeram embutidos a elevação do astral e o aumento da confiança do time, como também tiraram o clube da zona de rebaixamento da competição, na qual o grupo figurou da 29ª à 36ª rodada do campeonato. Hoje, o Paysandu ocupa a 16ª posição na classificação, com 43 pontos, apenas um a mais que o CRB-AL, que encabeça a zona da morte, mas que só joga amanhã, pela 37ª rodada, quando enfrentará o Londrina-PR, no estádio do Café, na cidade de Londrina, no Paraná.

Os bicolores, claro, vão torcer por uma vitória do time paranaense, o que manteria o CRB na parte de baixo da classificação, deixando a decisão da última vaga na zona de rebaixamento para a rodada final, a de número 38, dia 24. Ambos os concorrentes atuarão em suas respectivas casas. O Paysandu receberá o Atlético-GO e o CRB o Figueirense. A partida de despedida do Papão tem prenúncio de “casa cheia”. Em princípio, o jogo está marcado, pela tabela do campeonato, para a Curuzu, mas poderá ser remanejado para o Mangueirão.

Esperança: resultados acendem confiança por final feliz

Ainda em Florianópolis, na coletiva à imprensa, o técnico João Brigatti não poupou elogios aos seus jogadores, que, mais uma vez, ele classificou como “guerreiros”, pela épica vitória, de virada, sobre o Figueirense, que com dois gols relâmpagos chegou a colocar 2 a 0 no placar. “É enaltecer esses guerreiros, né? Depois de uma partida atípica contra o Guarani, se doaram demais e tivemos só dois dias para recuperar. Você viu que a equipe sentiu, principalmente no começo do primeiro tempo. O time estava espaçado, não ferveu na partida como tem acontecido”, declarou.

O treinador destacou o poder de reação do grupo. “Você sair perdendo de 2 a 0 contra uma equipe complicada como essa, que só ficou atrás, esperando para jogar por uma bola para definir a partida… Ainda bem que tivemos o pênalti para nós, que o Carmona converteu. Fomos para o vestiário e conversamos muito”, observou o técnico. Brigatti não escondeu o alívio por ver o time fora da zona de descenso.

“A gente dorme fora da zona de rebaixamento. E tem uma coisa importantíssima: só depende da gente, na verdade”, lembrou. Sobre o próximo adversário, o último do time na Série B, o treinador comentou: É uma equipe totalmente difícil que vamos enfrentar na última partida, mas esses três últimos jogos nos dão a confiança de que, se a gente entrar em campo com os pés no chão, temos tudo para permanecer na Série B”, argumentou o treinador, que não poderá contar com o zagueiro Perema, suspenso pelo terceiro cartão amarelo. Fernando Timbó deverá formar dupla de zaga com Diego Ivo.

Apoio da torcida levantou a possibilidade de jogo decisivo contra o Atlético-GO ser disputado no Estádio Olímpico (Foto: Ney Marcondes/Diário do Pará)

Torcida apoia: “quem ama não abandona”

De volta a Belém, após os jogos que fez contra Guarani-SP e Figueirense-SC, o time do Paysandu foi recebido com uma pequena festa, no começo da tarde de ontem, no aeroporto de Val-de Cães. A comitiva bicolor desembarcou no local por volta do meio-dia, sendo recepcionada por cerca de 50 torcedores. Alguns simpatizantes do clube estavam no local à espera de embarque, mas outros foram ao aeroporto com o objetivo de abraçar e parabenizar o técnico João Brigatti e os jogadores pelos últimos resultados obtidos, principalmente o de Florianópolis, contra o Figueirense. Um grupo de torcedores levou ao local um imenso escudo do clube e também cartazes, um deles com a seguinte frase: “Quem ama não abandona”. Os jogadores ficaram surpresos com a receptividade dos torcedores.

“Vamos terminar essa competição como um time de guerreiros. Agora é só coração na ponta da chuteira. Vamos fazer uma festa bonita na Curuzu e vamos sair de lá na Série B”, prometeu o zagueiro Diego Ivo, se referindo, óbvio, ao jogo do dia 24, contra o Atlético-GO, pela última rodada da competição nacional.

Mangueirão é motivo de “treta” com a Seel

A especulação em torno da possibilidade de o Paysandu enfrentar o Atlético-GO, dia 24, pela última rodada da Série B do Brasileiro, no Mangueirão e não na Curuzu, como marca a tabela da competição, fez o vice de gestão bicolor e futuro presidente do clube, Ricardo Gluck Paul, 41 anos, soltar os “cachorros” contra a Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (Seel), que administra o estádio estadual. Sem poupar palavras, o dirigente acusou o órgão governamental de vir tratando o clube de forma discriminatória há algum tempo.

A queixa de Gluck Paul é quanto à liberação do estádio para treinamento do Papão em véspera de jogos do time no local. “Desde o Campeonato Estadual, lamentavelmente, nós não temos conseguido autorização da Seel para que nosso time possa treinar no Mangueirão”, acusou o vice bicolor. “Na véspera do Re-Pa do Estadual, por exemplo, quando o Remo treinava lá, eles não deixaram a gente utilizar o local com os mesmos fins”, completou.

Gluck Paul justificou a necessidade de o Paysandu usar o local para sua preparação. “Não dá pra chegar e jogar num gramado diferente, desconhecido para a maioria de nossos atletas”, prosseguiu.

O dirigente seguiu em seu desabafo, disparando críticas à Secretaria. “A Seel tem proibido, o termo é este mesmo, de treinar no Mangueirão. Não sei qual a razão, não sei qual o motivo. Já vi os caras fazendo jogo de futebol americano lá. Nada contra, mas, pra mim, é falta de critério. A culpa do Paysandu não jogar no Mangueirão pode ser creditada à Seel. Por mim não tem jogo no Mangueirão. Por mim é Curuzu”, concluiu.

OUTRO LADO

Procurada pela reportagem, a titular da Seel, Cláudia Moura, 51 anos, negou que a instituição tenha agido de forma discriminada com o clube. “Todas as vezes em que Remo e Paysandu jogaram no Mangueirão e fizeram previamente pedido para treinamento nós concedemos”, afirmou a secretária. “O que não pode é o Paysandu não jogar no estádio e querer o local só pra treinar. Isso é inconcebível. Usamos de critérios, sem fazer discriminação de nenhum clube”, assegura.

“As duas vezes em que negamos a liberação do estádio foram devido o Paysandu usar o local apenas para poupar o estádio dele. Como disse, isso é inconcebível. Espero que o Paysandu venha jogar no Mangueirão, o que, com toda certeza, fará com que a gente libere o estádio para o treino do time”, concluiu a secretária.

(Nildo Lima/Diário do Pará)

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