O pós-clássico entre Clube do Remo e Paysandu ganhou um ingrediente extra fora de campo. O comentarista Rica Perrone, conhecido por análises diretas e provocativas, reacendeu a rivalidade ao declarar que o “Remo é maior que o Paysandu”.
A fala viralizou entre torcedores logo após a vitória azulina por 3 a 2 no Mangueirão, mas um detalhe chamou atenção: ele se confundiu ao citar o hino do Papão da Curuzu.
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Durante o comentário, Rica citou que o Lobo colocou o nome do Peñarol no hino para exaltar uma vitória e “explicar o porquê é grande”. O problema é que a música mencionada não faz parte do hino oficial do clube, criado em 1920 por José Simões e Manuel Luís de Paiva, quase meio século antes da histórica vitória sobre o Peñarol, em 1969.
O verso citado pertence, na verdade, a uma marchinha composta por Francisco Pires Cavalcante, que criou a canção no mesmo dia da partida. A música se popularizou nas arquibancadas e acabou sendo abraçada pela torcida como um hino alternativo, mas nunca teve caráter oficial dentro do clube.
Pires Cavalcante era músico da Marinha do Brasil e saiu da Paraíba para morar em Belém a trabalho. No dia da partida contra os uruguaios, vencida pelo Papão pelo placar de 3 a 0, ele estava na Curuzu e criou a letra, que ganhou forças nas arquibancadas.
MAS, AFINAL, QUEM É O MAIOR?
Mesmo com o deslize, o vídeo tomou conta das redes sociais digitais. Azulinos comemoraram o tom provocador, enquanto bicolores rebateram o jornalista falando em títulos.
“O Remo nunca usou uma vitória sobre um time para ser grande”, afirmou Perrone ao rebater a vitória do Paysandu sobre o Boca Juniors e reforçar que a grandeza azulina estaria enraizada na tradição e não em um jogo isolado.
Em outro momento, o comunicador comparou os estilos dos dois clubes. “O Paysandu parece o Athletico-PR, quer ganhar na marra. O Remo me parece mais elegante”, disse.
E encerrou a fala com mais um toque de ironia: “O Remo tem mais panca de time grande. Até o nome é mais bonito.”
A provocação surgiu em meio à boa fase azulina na Série B do Campeonato Brasileiro. Do outro lado, o Paysandu vive um momento oposto, na lanterna da competição, está por um fio de retornar à Série C.
Confira o hino oficial do Paysandu:
De vitórias e louros coroado
Altivo, o Paysandu jamais temeu
Tem um belo, honradíssimo passado
São nobres as batalhas que venceu
Tem um belo, honradíssimo passado
São nobres as batalhas que venceu
Cada um de nós guarda no peito
Valor e orgulho extraordinários
Das nossas cores têm respeito
Os mais pujantes adversários
Lutar! Eis a divisa que trazemos!
Vencer! Eis a esperança que nos guia!
Leais e destemidos seguiremos
A glória que o futuro nos confia!
Cada um de nos guarda no peito
Somos jovens e ousados paladinos
E sempre achar-nos-hão de gládio nu
Elevando nos prélios mais ferinos
Com honra o pavilhão do Paysandu
Cada um de nós guarda no peito
Amamos os combates! E na luta
Como antigos heróis nos comportamos
Por isso a vez do público se escuta
Saudar o Paysandu com meus aclamos
Cada um de nós guarda no peito
Frevo / Marchinha do Paysandu
Uma listra branca
Outra listra azul
Essas são as cores
Do Papão da Curuzu
O nosso time joga pra valer
até o Peñarol veio aqui pra padecer
O Paysandu topa qualquer parada
Quando perde é por descuido,
mas depois vem a virada
Pintou o sete numa tela azul
Foi feito sem defeito do papão da Curuzu