Pode um atleta de defesa, recuado para jogar na lateral-esquerda, ser a arma secreta de um time? No caso do Remo, pode sim. O rendimento defensivo do time quando o jovem Tsunami atua, via de regra, é bem melhor, e nessa defesa e roubada de bola está uma arma azulina. Ele mesmo explica que a volta ao time titular veio com pedidos claros do técnico Oliveira Canindé – defender para permitir que o time ataque.
“Ele me disse que eu possa ajudar bastante o sistema defensivo, que não precisa subir muito. Para apoiar ali o zagueiro Bruno, os volantes, e deixar o Edgar solto para jogar, já que ele é um atleta que não volta muito para marcar. Mas eu me dou bem assim. Gosto de roubar a bola e soltar pra ele”, comenta Tsunami relembrando que essa jogada já garantiu pelo menos duas vitórias azulinas esse ano. No primeiro clássico contra o Paysandu, no Parazão, e contra o Confiança-SE, fora de casa, pela Série C.
“Contra o Confiança, o gol da vitória surgiu de uma roubada minha, que lancei pro Edgar fazer o gol. Contra o Paysandu também, o segundo gol começou com uma roubada minha, ele marcou e vencemos. Então é uma dupla que já está bem entrosada e acho que tem
tudo pra funcionar”, promete o defensor azulino.
Atleta promete que vaia recebida vai virar estímulo
O lateral-esquerdo Gerson teve de conviver com vaias na última rodada. Contra o Moto Club, ele chegou a tropeçar no próprio calcanhar e errar arremesso lateral, dando reversão para o adversário. Para os torcedores que vaiaram e esperavam a saída dele do time, o técnico surpreendeu puxando-o para o meio de campo no posto de Flamel, um dos integrantes do Quarteto Fantástico. Um desafio e tanto substituir um jogador que inclusive marcou gol na última rodada, mas o jogador diz encarar a vaia como estímulo. “Eu vejo a vaia como um incentivo. A cobrança existe, mas eu estou aqui pra ser cobrado! A torcida não aceita menos do que você rendeu no jogo passado. Quem não quer cobrança não vem pra time de massa”, afirmou o atleta. Ele se diz feliz com a oportunidade no meio de campo, mas entende que não existem titulares definitivos e que o técnico Oliveira Canindé é quem deve responder, jogo a jogo, quem é a melhor opção para jogar ou não.
Sobre a polêmica expectativa do reencontro de Pimentinha e Edgar com o clube dono de seus passes, Gerson afirma que é um assunto que, dentro do grupo, não é sequer comentado. Ele avalia que deve haver pressão na partida principalmente pela situação na tabela dos times, independente de qualquer outra polêmica. “O jogo é decisivo. Nem tanto pela função do Edgar e Pimentinha. Mais pela situação da tabela mesmo. Todo mundo empatado ali em número de pontos. É decisivo, precisamos ganhar para fixar bem no G4 e distanciar do quinto colocado”, comenta.
(Taion Almeida/Diário do Pará)