Tudo vinha tranquilo e, até certo ponto, favorável no Clube do Remo. Dentro de campo, o time conquistava os pontos e seguia no G4 do Grupo A, apesar das dificuldades frente aos adversários. Mas, na tarde de ontem, a situação complicou. Jogadores se reuniram com dirigentes azulinos para cobrar os salários que, no próximo dia 10, chegarão a 2 meses de atraso. Além disso, os funcionários do clube completarão três meses sem receber os vencimentos. Por causa dessa reunião, o treino que estava marcado para começar às 16h, iniciou pouco depois das 17h.
Esse atraso nos salários já gera uma preocupação na torcida, já que, em 2016, neste mesmo período, os problemas financeiros atrapalharam o Leão, que, ao final da competição, caiu logo na primeira fase. Na ocasião, muitos atletas terminaram o ano sem receber desde o mês de julho. Entre os remanescentes, estava o meia Eduardo Ramos, que recorda da situação. “Na verdade, no Remo, infelizmente tem sido assim. Desde 2015, os salários estão atrasando. É algo que prejudica bastante”, destaca o camisa 10.
Outro jogador que comentou sobre o assuntou foi o zagueiro Leandro Silva. O defensor está há poucos dias no Baenão e conta que já tinha conhecimento sobre estes problemas financeiros do clube. “Estamos tomando conhecimento da proporção que é o Remo internamente. Cobramos nada mais do que o nosso direito. É normal, uma situação que já vinha ocorrendo, pelo o que sei da história”, comenta. “Mas nós estamos tranquilos, para que domingo não atrapalhe o nosso jogo”, completa o defensor.
A partida de domingo e a queda de rendimento por causa dos atrasados são algumas das preocupações, principalmente do torcedor. Mas os jogadores garantem que o foco será total diante do Salgueiro-PE. “A expectativa é essa, continuar do mesmo jeito, com humildade, todos no mesmo foco, para colhermos o fruo lá na frente e dar alegria para todo mundo e para o nosso torcedor”, afirma Eduardo Ramos.
PROMESSA É DE PAGAMENTO ATÉ SEXTA
O problema dos salários atrasados fez com que os jogadores do Clube do Remo se reunissem com os dirigentes para tentar resolver este imbróglio, o mais rápido possível. No encontro, ficou definido que uma parte do dinheiro dos atletas sai até sexta-feira, tudo para que não ocorra nenhuma influência na partida de domingo, a última do primeiro turno.
O meia Eduardo Ramos conta que na reunião com os dirigentes ficou decidido que o pagamento dos jogadores vai sair ainda esta semana. “Sexta-feira vai sair a folha de maio. Vai ficar pendente um salário, que está chegando. Ameniza as coisas, já dá uma aliviada, deixa a casa em ordem. Dá alegria para quem precisa, jogadores com filhos, para ir tranquilo para domingo”, destaca o camisa10.
Uma das preocupações do grupo azulino, em especial, é com os atletas que recebem um salário menor, como os recém promovidos das categorias de base, por exemplo. No caso deles, a situação pode ser mais complicada e os atletas mais experientes ajudam na parte psicológica dos garotos. “A gente tenta conduzir da melhor forma possível, para que na hora do jogo, com a nossa experiência, tranquilizar os jogadores mais novos para que esses problemas não influenciem”, conta o zagueiro Leandro Silva. “Eu costumo repartir o salário para dois ou três meses, para controlar os gastos. Mas não podemos deixar de cobrar o nosso direito”, completa.
Já Eduardo Ramos comenta que os jogadores vêm trabalhando para manter a estabilidade do elenco. “Mas a gente vem ajustando durante a semana para ter um clima tranquilo e um ambiente saudável. Tivemos a palavra dos diretores e fomos ouvidos. A promessa da folha até sexta já dá um pouco de tranquilidade”, argumenta.
(Café Pinheiro/Diário do Pará)
