O Clube do Remo terá uma missão decisiva no próximo sábado (24) em Porto Alegre, onde enfrenta o já rebaixado São José-RS pela última rodada da fase de classificação da Série C do Campeonato Brasileiro 2024. Uma vitória simples será suficiente para assegurar a classificação do time paraense ao mata-mata da competição, sem precisar contar com combinações de outros resultados. No entanto, apesar da fragilidade do adversário, o gramado do estádio Passo d’Areia surge como um grande obstáculo para as pretensões do Leão Azul.

O campo de jogo do São José, composto por grama sintética, tem sido alvo de críticas há anos. Em fevereiro, durante o Campeonato Gaúcho, o técnico Eduardo Coudet, do Internacional, não poupou palavras ao expressar sua insatisfação com as condições do gramado. Para Coudet, o campo não oferece as condições adequadas para a prática do futebol e prejudica o desempenho das equipes, comprometendo até mesmo a segurança dos jogadores.

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“Como preparar o time em um campo onde não se pode jogar?”, questionou Coudet na época. Ele enfatizou que o gramado artificial atrapalha o espetáculo e pode causar lesões nos jogadores, o que levou até a preservar alguns titulares, escalando uma equipe praticamente reserva para o confronto no Passo d’Areia.

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Em junho deste ano, outro técnico fez coro às críticas. Mazola Júnior, comandante do Náutico, também criticou duramente o gramado do São José após a derrota de sua equipe na 7ª rodada da Série C. Ele destacou que a falta de adaptação ao campo foi um dos principais fatores para o resultado negativo e expressou surpresa com o fato de a CBF permitir que jogos profissionais sejam disputados em um gramado com tais características.

DUNGA JÁ CRITICOU O SINTÉTICO DO PASSO D’AREIA

As críticas ao gramado sintético do estádio Passo d’Areia não são novidade no futebol brasileiro. Em 2013, após um empate em 0 a 0, o então técnico do Internacional, Dunga, trouxe à tona as dificuldades enfrentadas por sua equipe em campo e justificou a decisão de poupar o craque argentino D’Alessandro. Segundo o treinador, o estado do gramado representava um risco significativo de lesão para o meia.

“Independentemente de qualquer jogo, o D’Alessandro vai fazer falta,” explicou Dunga ao ser questionado sobre a ausência do jogador. Ele destacou que o gramado sintético dificulta o desempenho de equipes que dependem de um futebol mais técnico e fluido, além de provocar escorregões frequentes entre os jogadores, interferindo nos movimentos naturais e aumentando o risco de lesões. “O campo, sem dúvida, dificulta. Atrapalha muito o time técnico que quer jogar,” concluiu Dunga.

SÃO SOJÉ SE DEFENDE DAS CRÍTICAS AO GRAMADO

Em janeiro de 2023, o São José voltou a ser alvo de duras críticas por conta do gramado sintético do estádio Passo d’Areia após a derrota do Grêmio por 1 a 0, pelo Gauchão. Jogadores, dirigentes e o técnico Renato Portaluppi não pouparam palavras para expressar seu descontentamento com as condições do campo, mas o clube da capital gaúcha não demorou a reagir, publicando uma longa nota em suas redes sociais oficiais para defender seu posicionamento.

Segundo a diretoria do São José, a adaptação ao gramado sintético é parte essencial do trabalho de atletas e comissão técnica, e o clube garante que tem dados que comprovam a segurança desse tipo de campo. Em sua nota, o São José mencionou que lesões ligamentares são menos frequentes no Passo d’Areia em comparação com gramados naturais, contradizendo as preocupações expressas pelos adversários.

AVALIAÇÕES TÉCNICAS E CERTIFICAÇÃO DA FIFA

Além disso, o clube enfatizou que o estádio é o único no Campeonato Gaúcho submetido a avaliações técnicas rigorosas pela FIFA, a fim de garantir tanto a segurança dos atletas quanto a integridade do jogo. O teste mais recente na época, realizado em janeiro de 2022, certificou o gramado como ideal, com nivelamento adequado e resistência similar à dos gramados naturais.

“Em 10 anos de grama sintética, estamos na 2ª geração deste piso. Neste período, o histórico de lesões ligamentares é, inclusive, inferior ao observado pelo clube em grama natural,” destacou a nota oficial do clube. O São José também questionou se a estética do campo deveria prevalecer sobre aspectos técnicos e de segurança que são comprovados e certificados.

O gramado sintético do Passo d’Areia é uma questão recorrente no futebol brasileiro e tem sido motivo de queixas de diversos técnicos ao longo dos anos. O Remo, portanto, não só terá que superar o São José em campo, mas também driblar as dificuldades impostas pelo polêmico campo de jogo para garantir sua vaga na próxima fase da competição.

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