No primeiro encontro entre Tuna Luso e Clube do Remo, ainda na primeira fase do Campeonato Paraense, deu Águia. A equipe Cruzmaltina venceu por 3 a 2 em pleno Baenão. De lá para cá muita coisa mudou, principalmente do lado azulino. Enquanto a Lusa manteve o trabalho com Júlio César Nunes e aposta nessa continuidade como trunfo, o Leão trocou de técnico, contratou e demitiu dentro do elenco e, surpreendentemente, conseguiu uma melhora substancial num curto período de tempo. Agora, no primeiro jogo semifinal do Campeonato Paraense, o time azulino chega embalado por uma classificação na superação na Copa Verde e mais do que credenciado ao título
“Só ver as posturas nos jogos. Acho que o nosso time está se encaixando, está se conhecendo mais. Acho que temos um entrosamento maior entre os jogadores. Acho que de lá para cá mudou muita coisa, mudou o comando, muitas coisas, mesmo. Então, acho que a gente está muito mais preparado agora”, afirma o meia Jáderson, citando as mudanças no Remo desde o primeiro clássico com a Tuna.
Para o jogo desta quinta-feira (28), às 20h, no Mangueirão, o técnico Gustavo Morínigo já poderá contar com os meias Pavanni e Marco Antônio, ambos recuperados de lesão. No entanto, eles devem ficar como opções de banco não só pela perda de ritmo de jogo, mas também pelo bom momento de Matheus Anjos e Silas, hoje titulares incontestáveis. De fora do confronto pela Copa Verde por cumprir suspensão automática, o atacante Echaporã pode ser uma das novidades da equipe. Mais à frente, Ribamar e Ytalo disputam para saber quem será o centroavante azulino contra a Águia.
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Pelo lado Cruzmaltino, o técnico Júlio César Nunes deve manter a mesma formação que vem jogando, apenas com o retorno do experiente zagueiro Marlon. Na Lusa, a confiança é alta no trabalho que vem sendo feito. “As minhas expectativas são as melhores possíveis. Pela forma que a gente passou nas quartas de finais, por toda a campanha que a gente vem fazendo, por todo o trabalho também que está sendo realizado, então a gente está muito confiante”, confirmou o volante Renan Metz.
Quando a Tuna venceu o Remo por 3 a 2 no dia 8 de fevereiro, na quarta rodada da primeira fase do Parazão, todos os jogadores azulinos deixaram o gramado do Baenão sob vaias. Naquela ocasião, o goleiro Marcelo Rangel foi um dos maiores alvos de reclamações. Hoje, ele é um emblema desse crescimento de rendimento da equipe. “Na cultura do futebol quando ganha, se dá uma ênfase grande ao atacante, e quando você perde, é natural que às vezes apontem a defesa como a culpada, os zagueiros, os laterais, e obviamente o goleiro. Enfim, faz parte dessa profissão e quem entra nela sabe que durante toda a carreira vai ser assim”, disse. “A gente tem que procurar sempre um ponto de equilíbrio. Quando você perde, você não é o pior do mundo e quando você ganha, você não é o melhor do mundo. Você sabendo da sua capacidade e acreditando no seu trabalho, as coisas vão melhorar. É dessa forma que eu encaro não só o futebol, como a minha vida”, completou o arqueiro remista.
Marcelo já sentiu na pele o que o adversário de hoje à noite pode fazer, por isso prega cautela total para encarar a Lusa. O goleiro garante que todos no Baenão sabem das dificuldades que serão encontradas à noite, por isso os últimos dias, segundo ele, foram de muito trabalho. “Vamos enfrentar um grande adversário, de muita tradição no futebol brasileiro, com bons jogadores do outro lado, que já mostrou seu valor durante todo o campeonato. Só que agora é outro momento, uma nova fase e a gente espera nessa nova fase colocar tudo que a gente vem tendo de crescimento dentro de campo”.
Para Marcelo, as dificuldades encontradas até aqui na temporada azulina serviram, inclusive, para melhorar o time, deixando-o mais “cascudo” para superar os obstáculos que porventura apareçam pelo caminho. “Na carreira do atleta do futebol, assim como em várias outras profissões, tem aqueles momentos bons, assim também como temos momentos ruins. A gente precisa ter um equilíbrio em meio a tudo isso”, afirmou. “Nosso time melhorou muito. O Remo é hoje um time mais sólido, inclusive mais tranquilo em campo. Os momentos de dificuldades fortaleceram a nossa equipe no aspecto físico e mental. Quando você passa por uma dificuldade, isso te ajuda a suportar com muito mais frequência os momentos difíceis”.
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Águia Guerreira quer voar mais alto
O primeiro objetivo do ano na Tuna Luso já foi alcançado, que foi garantir a vaga para a Série D do Campeonato Brasileiro do ano que vem. Se passar pelo Remo e chegar na decisão, já garante também a Copa do Brasil e a Copa Verde de 2025. Mas, a equipe cruzmaltina quer mais, que voltar a levantar a taça do Parazão, o que não acontece desde 1988. Boa parte dos torcedores reside sob o técnico Júlio César Nunes, em sua segunda passagem pelo Souza.
“O grupo vem trabalhando muito forte e a gente tem conseguido colocar nas sessões de trabalho tudo aquilo que precisamos potencializar nessa partida. Também estamos ajustando alguns detalhes da parte defensiva. Sabemos que nesse tipo de jogo de mata-mata a parte defensiva tem que ser de zero erro. Precisamos errar o mínimo possível”, afirma o treinador, que destaca as qualidades de sua equipe para buscar a vaga na decisão. “A Tuna é uma equipe muito ofensiva, já fez dezenove gols no campeonato até agora. Então, tenho certeza que dentro do nosso modelo de jogo, da estratégia que nós vamos utilizar para essa partida, os jogadores estão sabendo muito bem o que fazer”.
Para chegar ao seu objetivo, Júlio César prega também cautela. Ele lembrou que serão dois jogos e que têm que ser encarados com muita estratégia. “É um jogo de 180 minutos, onde o emocional também precisa estar muito forte. Sei que a equipe do Remo é muito forte, tem seus pontos onde precisamos neutralizar. Mas, também confiamos no nosso trabalho. Confiamos na qualidade do nosso elenco e chegamos muito forte também para fazer dois grandes jogos e merecer essa classificação pra final”.
Artilheiro tunante no Parazão com seis gols, o centroavante Jhonatan Chula corrobora a ideia do treinador. Por mais que veja a Tuna forte o suficiente para vencer, por serem dois jogos é preciso ter cautela para manter-se competitivo até o próximo domingo, data da partida de volta. “Nós nos preparamos bem, fizemos uma boa semana de trabalho. A esperança é em ir lá e fazer um bom jogo, sair com os três pontos, mas sabemos que são dois jogos de 180 minutos”.