Como surgem as lendas? No contexto das profissões, as lendas são aquelas que ultrapassaram a excelência técnica e inspiraram gerações com feitos, ideias e comportamentos que marcam uma era, definem rumores e criam padrões a serem seguidos.

Essas figuras deixam um legado que resiste ao tempo, ecoando as histórias e influências. São lembradas por seu comprometimento, inovação, coragem e pela capacidade de tocar a vida das pessoas ao redor, seja ensinando, criando ou revolucionando.

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No dia 8 de novembro de 1944, no bairro da Cremação, em Belém, mais precisamente na 14 de Abril, entre Caripunas e Paes de Souza, nascia uma das maiores, senão a maior voz do rádio paraense: Raimundo Nascimento Farias, o Ventinho, que nesta sexta-feira (8) completa 80 anos.

Conhecido pelos famosos bordões: “Quem fez o gol, heiinnn, garoto?”, “Eu chooooroooo…”, “Cara bacana, heinnn?”, Ventinho teve a carteira registrada na Rádio Clube no dia 1º de maio de 1983. De lá para cá, são 41 anos de amor e dedicação à profissão.




Início no Rádio:

“Antigamente, tínhamos o Campeonato Suburbano, dirigido pelo DAFS, o Departamento Autônomo De Futebol Suburbano, então, tínhamos vários clubes como o Norte Club Brasileiro, o Oratório do Jurunas, São Domingos, Silva Castro e muitos outros. Eu pegava os resultados e trazia para a Rádio Clube. Uma vez, fui ao campo do Norte Brasileiro para pegar os resultados. Chegando lá, me barraram na portaria. Na segunda-feira, cheguei à rádio e o Belard Pereira, o chefe, perguntou o que tinha acontecido. Expliquei. Depois, o pessoal do Norte Brasileiro ouviu a Clube e vieram no Cartaz Esportivo se justificar que não eram eles o culpados, porque naquele dia o campo estava nas mãos do DAFS. Ficou tudo bem. Depois, consegui uma carteirinha da Aclep. De lá para cá, comecei a fazer os campeonatos, inclusive os de pelada.”



Origem do apelido:

“Por que Ventinho? Nessa época, eu ia buscar na rádio um documento para levar na ECAD. Nessa época, tinha uns amigos na rádio que me chamaram assim e perguntaram o porquê. E falaram que era porque eu fazia barulho e ninguém via. Aí pegou. Eu gosto. Até hoje o (Guilherme) Guerreiro fala no esporte. Por onde eu passo, sou querido. Sou o mais alto funcionário (antigo) e, ao mesmo tempo, o mais baixo.”



Momento marcante na carreira:

“Na gestão do primeiro governo do Jader Barbalho, que agora é nosso senador. Eu entreguei uma plaqueta para ele, que estava acompanhado da dona Elcione (Barbalho) e a irmã. Ele me chamou de Vento e eu disse que era Ventinho. Ele me pediu perdão e me deu um abraço. Eu entreguei a plaqueta em nome da 99 FM, da Rádio Clube, em nome dos funcionários. Ele me agradeceu e disse que guardaria de coração. Até hoje, ele tem um grande carinho por mim, assim como a dona Elcione, o nosso Ministro das Cidades, Jader Filho, e o nosso governador, Helder Barbalho.”

Recado para os mais jovens e o time do coração:

“O que eu digo para a nova geração é que continuem sintonizando na 106.9 FM. A emoção na rádio é muito diferente. Sem Clube Não Há Futebol. Meu time do coração? Eu sou Paysandu de coração.”



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