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Quadro da Fifa: Bárbara Loiola quer trabalhar e estudar para corresponder às expectativas

Dois meses depois de Dewson Fernando de Freitas ter sido comunicado que em 2020 não estaria mais no quadro de arbitragem das FIFA, na última terça-feira à noite a comissão de arbitragem paraense teve a confirmação de que ano que vem a assistente belenense Bárbara Roberta da Costa Loiola passaria a figurar no quadro principal do futebol. O anúncio foi feito no site da CBF, anteontem.

De volta a Belém hoje, a assistente chega a um objetivo que começou a ser trilhado há onze anos, quando a então estudante de Farmácia ingressou no quadro local. Quatro anos depois, em 2012, Bárbara entrou para o quadro nacional. Hoje, aos 29 anos, começa a encarar o principal desafio da carreira até aqui. “Estou muito feliz. Tenho que esperar a listagem final, mas sou grata em representar o estado, a federação e a comissão de arbitragem, que sempre confiou em meu trabalho”, comentou a assistente paraense.

Em setembro, Bárbara tinha participado dos testes físicos no Rio de Janeiro (RJ) e foi aprovada pela confederação. O escudo FIFA vem num momento de crescimento do futebol feminino no Brasil. A entidade máxima do futebol mundial acatou um pleito da própria CBF, que pretende aumentar o quadro de arbitragem entre as mulheres por conta do aumento de competições da modalidade. Em 2020, serão disputadas várias competições de futebol feminino pelo país.

Além da paraense, a árbitra catarinense Charly Wendy Straub Deretti também integrará o quadro internacional. Na terça, ambas estiveram em ação na vitória da Ponte Preta-SP por 4 a 0 sobre o Brasil-RS, em Campinas (SP), pela Série B do Brasileiro.

Os nomes de ambas vinham sendo analisadas pela FIFA desde o fim dos testes físicos em setembro. Leonardo Gaciba, presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, salientou o crescimento na quantidade e na qualidade na arbitragem feminina nacional e com ela necessidade de mais mulheres no quadro. “A arbitragem feminina no Brasil apresentou grande avanço na performance, com muitas árbitras e assistentes completando o teste físico masculino, habilitando-se a atuar também nas competições de futebol profissional masculino, além de apresentarem excelente nível técnico”.

O que muda na tua carreira com o escudo FIFA, tanto profissionalmente quanto em termos de cobrança?

BL – A cobrança mudará bastante. O quadro de elite é onde todos querem chegar e as responsabilidades e deveres aumentam. Temos que cumpri-los com o maior índice de perfeição possível. Estou muito feliz. Tenho que esperar a listagem final, mas sou grata em representar o estado, a federação e a comissão de arbitragem, que sempre confiou em meu trabalho.

Qual o próximo passo? Competições internacionais?

BL – Sim, são. O próximo passo é estar nas competições internacionais, no caso o Sul-Americano e a Libertadores feminina. Tenho que manter o nível, inclusive para conseguir vaga em competições masculinas.

Você se sente com uma responsabilidade a mais pela questão da representatividade feminina no futebol?

BL – Agora me tornei um espelho para as meninas do quadro local e nacional. É assim que acontece, goste-se ou não. A gente costuma olhar e se mirar em quem está na elite. Se eu já treinava forte, tenho que treinar mais forte ainda, tenho que estudar mais ainda.

E em quem você se espelhou na tua carreira?

BL – Me inspiro muito nas mulheres que já estão no quadro nacional, como a (catarinense) Neuza Back, que é uma excelente assistente e acompanho o trabalho dela, vejo a dedicação que ela tem. Preciso sempre me atualizar mais para corresponder e é assim que pretendo agir.

(Tylon Maués / Diário do Pará)

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